Nesta última terça-feira, dia
09, os bolsistas se reuniram no Centro de Educação para mais uma oficina de
formação e potencialização das atividades docentes das escolas contempladas
pelo nosso programa. Lembrando que os estudantes estão em contato com a
modalidade de oficina desde o início de Fevereiro, a primeira abordou aspectos
literários, posteriormente foi possibilitado o conhecimento sobre a utilização
dos jogos no processo de ensino, além do mobile-learning e agora com o uso do
teatro no ensino de História. A aula foi conduzida pelo professor Júnior
Aguiar, o mesmo tem formação jornalística e trabalha com teatro há 23 anos,
embora o contato com o campo educacional tenha sido recente, segundo relatou o
mesmo. Artista pernambucano, hoje compõe o Coletivo Grão Comum e se encontra
engajado na Trilogia Vermelha, espetáculos que estão relacionados a três
figuras nordestinas importantes na História – Dom Hélder Câmara, Paulo Freire e
Glauber Rocha. Há a intenção por parte do docente em adentrar no Mestrado pela
Universidade Federal de Pernambucano ainda esse ano, aonde o mesmo poderá
desenvolver a interlocução entre Educação e História.
Estudantes compareceram maciçamente na Oficina de teatro.
A princípio, houve uma
apresentação sobre o conceito de teatro, que segundo o mesmo, é um termo de
origem grega que designa simultaneamente o conjunto de peças dramáticas para
apresentação em público e o edifício onde são apresentadas essas peças. Ou
seja, é uma forma de arte na qual um ou vários atores apresentam uma
determinada história que desperta na plateia sentimentos variados. Além disso,
foi importante também perceber como o teatro agiu intensamente no percorrer da
história na formação da cidadania, exemplo disso é o que denomina-se “Paideia”
cuja denominação simboliza o sistema de educação e formação ética da Grécia
Antiga, aonde a dramatização exerceu forte preponderância. A partir disto, os
bolsistas puderam refletir de que modo a encenação poderia alterar a vivência e
a realidade educacional das escolas contempladas pelo PIBID/História da UFPE:
EREM Martins Júnior, EREM Porto Digital, Escola do Paulista, EREM Trajano de
Mendonça e Escola Oswaldo Lima Filho.
Professor Aguiar utilizando do método expositivo-dialogado.
Uma das prerrogativas mais
impulsionadas pelo professor Aguiar, é a de que o teatro na escola tem uma
importância fundamental na Educação, podendo colaborar para que o jovem tenha a
oportunidade de atuar efetivamente no mundo, opinando, criticando e sugerindo
e, também permite ajudar o aluno a desenvolver alguns aspectos como a
criatividade, coordenação, memorização e vocabulário. A capacidade de teatralidade, de jogo, é algo inerente às crianças desde seus primeiros anos escolares. A escola, como uma instituição formadora do pensamento, precisa está atenta e sensível a esta prerrogativa, para que possa de forma precisa e eficaz, ofertar aos seus alunos a oportunidade de desenvolver suas potencialidades dramáticas, que são fundamentais não só para a expressão artística, mas também na arte de viver. O teatro permite a vivência de experiências sensoriais diversas, onde, a partir dos jogos teatrais e dramáticos, o jogador pode se posicionar em estado de simulação, envolvendo nessa realidade paralela do jogo, suas emoções, conceitos, valores.Tal assertiva baseia-se
muito no modelo construtivista que se tem pensando no Centro de Educação e foi
de suma importância encaixar as duas discussões. Além disso, Vários estudos apontam o teatro como uma ferramenta muito importante no processo de desenvolvimento humano. Por conta do seu caráter lúdico e a propositura do estado de jogo, torna-se um elo fundamental nos processos de ensino-aprendizagem dos indivíduos. Segundo os PCN's de Teatro:
A dramatização acompanha o desenvolvimento da criança como uma manifestação espontânea, assumindo feições e funções diversas, sem perder jamais o caráter de interação e de promoção de equilíbrio entre ela e o meio ambiente. Essa atividade evolui do jogo espontâneo para o jogo de regras, do individual para o coletivo. (Parâmetros curriculares nacionais: arte/Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental, p.83, 2001).
Segundo a bolsista Mariana
Nogueira, atuante na EREM Porto Digital, o teatro na escola é importante na
“quebra da tradicionalidade do currículo” que, segundo a mesma, dificulta o
processo de ensino-aprendizagem nos dias atuais. Em seguida à exposição do
professor, ele encenou apenas um trecho de um espetáculo em produção no qual é
vivenciado a trajetória política do educador pernambucano Paulo Freire no
período do Regime Militar (1964-1985), a partir disto foi a vez dos bolsistas
atuarem visto que foi pedido para que eles encenassem cenas pré-determinadas
nas quais pôde-se observar aspectos interessantes como a sensibilidade para com
o papel e a explosão em cena.
Bolsistas Felipe Fernandes e Messias Martins atuando na dinâmica proposta pelo professor Aguiar.
Um dos momentos mais
impactantes da oficina fora a execução de uma dinâmica que representava o
nascimento de um feto em que todos os bolsistas passavam a ser feto e útero na
mesma encenação. Além da descontração inerente ao momento, pontuado por risos e
fortes dosagens de força física, após a realização do feito os bolsistas
puderam relatar suas experiências na atividade proposta e a lição foi
inevitável, muitos relataram a dificuldade em ser feto mas, ao mesmo tempo, o
prazer em persistir e chegar até o fim do percurso. A partir disto, todos que
estiverem presentes no momento puderam trazer à tona, por meio do diálogo, a
experiência pessoal na dinâmica que envolveu também a recuperação de memórias afetivas.
Bolsista Lorenna Rocha atuando e os demais assistem à cena.
A oficina foi interativa e bastante afetiva,
os bolsistas ficaram muitos satisfeitos com a experiência como relata Rosely
Bezerra, estudante do 4° período: “Foi muito gratificante e prazeroso
participar de tudo que nos foi proporcionado e superou todas as minhas
expectativas, pois com certeza serviu muito para nos estimular como educadores
e a interação e conexão com o grupo também foi muito significativa”. Por fim, percebemos que o teatro é uma arte que modela o ser humano, atentando para as necessidades essenciais das relações interpessoais, além da compreensão do mundo e de suas estruturas ideológicas. Torna-se assim ideal que o individuo possa vivenciar os procedimentos iniciatórios ao teatro, desde seus primeiros anos escolares. É nessa fase inicial que começam a acontecer as primeiras relações de amizade e de socialização. Neste ponto podemos acentuar a importância da pratica teatral nos processos de cooperação e de estabelecimento de vínculos afetivos. Nisto baseia-se a importância do teatro quanto jogo e não apenas como resultado artístico, como a montagem de um espetáculo, mas como forma de enxergar o mundo. Importante reiterar o esforço
da bolsista Lorenna Rocha que possibilitou o contato com o professor Aguiar,
possibilitando a realização da oficina, e a efetividade da coordenadora Profa.
Dra. Adriana Maria Paulo da Silva em propor atividades objetivas que
potencializam formação da docência de todos os bolsistas envolvidos no
programa.
Como sugestão fica o vídeo de divulgação das peças em cartaz encenadas pelo professor Aguiar:
https://www.youtube.com/watch?v=3lyXNVJzC8Q
https://www.youtube.com/watch?v=3b1ziEGilZQ
Demais fotos:
Profa. Dra. Adriana Maria Paulo da Silva junto aos alunos na realização da oficina.
Parabéns alunos que fazem parte do Pibid de História a coordenadora Adroana que coreografa tão bem esses alunos. Vocês estão fazendo um trabalho maravilhoso!
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