A mente sendo tomada como um espaço de criação e com sua magnífica
capacidade, podemos mergulhar nas histórias e narrativas tidas como pertencentes ao
conteúdo exclusivamente de História, associando a particularidades típicas da Literatura,
assim, fazendo do conhecimento histórico um lugar de prazer, onde possamos nos jogar nos
mecanismos pedagógicos que buscam o conhecimento de culturas próximas ou mesmo
distantes, como a cultura árabe, onde a famosa obra As mil e uma noites representa um meio
bem mais agradável e também complexo de conhecer os detalhes que atravessam essa cultura
e que de certa forma fica no não dito, quando nos limitamos apenas ao que os livros didáticos
nos fornecem.
Quando afirmamos o quanto é importante essa cumplicidade de saberes, é porque
já nos foi provado o grau de benefícios que essa junção traz. É impossível dissociar a História
da Literatura, e mais do que isto, é de fundamental importância pedagógica juntá-las. Outro
exemplo é a Ilíada e a Odisseia de Homero, que através de suas narrativas hoje podemos
desfrutar o saber de uma parte da cultura grega, ou seja, outra vez a Literatura serve de base
para o conhecimento histórico.
Estando ou não a História em primeiro plano, a Literatura sempre apresentar-se-á
como ferramenta valiosa na compreensão dos processos históricos e das mudanças pelas quais
as sociedades passaram ou ainda passam.
Estudar a Literatura e a História numa perspectiva
interdisciplinar favorece a compreensão e a assimilação de saberes, pois somos movidos por
histórias e a Literatura é o testemunho da sociedade, nela podemos dar destaque àquilo que de
certa forma fica obscuro e com pouca evidência, revelando as marcas e as mágoas, numa
perspectiva duradoura, pois expressa mais um anseio de afirmação das narrativas do que uma
ruptura.
Ao colocar em prática essas tendências educacionais, o resultado será sentido tanto
pelo educador quanto pelos alunos, que sentirão o prazer de aprender temas, histórias e
conteúdos por meios interdisciplinares, colocando cada parte desse projeto didático em seu
respectivo lugar.
Foi neste nesta proposta que a equipe EREM Porto Digital foi convidada pelo professor Abenilzo Dantas, professor de Língua Portuguesa da citada instituição, a participar de uma aulão interdisciplicar sobre o obra Os Sertões do escritor Euclides da Cunha, na qual é retratada a Guerra de Canudos, ocorrida no sertão da Bahia nos anos de 1896 e 1897. A proposta inicial e posta em prática no dia 14 de junho, última quarta-feira, foi a realização de uma aula expositiva que abordasse aspectos históricos, geográficos e literários. A primeira parte ficara mercê dos bolsistas PIBID na referida instituição com o auxílio do professor José Alexandre da Silva, a segunda com o bolsista Felipe Fernandes, e a última com o idealizador do projeto, o professor Abenilzo Dantas.
Da esquerda para a direita, professor José Alexandre, os bolsistas Márjorie Maria, Felipe Fernandes; o professor Abenilzo Dantas e a bolsista Jeani Gomes.
Os alunos convidados para o aulão foram os terceiranistas na medida em que estão vendo em sala o eixo central para a aula: a obra de Euclides da Cunha. O evento teve por duração duas horas com participação de alunos e professores, um dos quais também fora o professor Laércio Nunes, da disciplina de Matemática.
Professor José Alexandre da Silva expondo os motivos da Guerra aos alunos.
Professor José Abenilzo, o precursor do aulão interdisciplinar.
Bolsista Márjorie Maria em sua exposição.
Bolsista Felipe Fernandes expondo a parte geográfica do sertão nordestino.
Os Sertões (Euclides da Cunha): uma visão geo-histórica-literária
Bolsista Jeani Gomes em sua fala.
O balanço do aulão foi extremamente positivo por parte dos idealizadores, com participação ativa dos estudantes na perspectiva de que abdicaram de um horário livre para aprenderem um pouco mais sobre uma história tão importante do sertão nordestino. A interdisciplinaridade enquanto ferramenta pedagógica: a missão da educação no século XXI.
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