Com o intuito de agregar algo novo ao conteúdo
corrente da escola em que participamos do PIBID, escolhemos o tema Pirataria
para trabalhar com os sétimos anos, que vinham estudando a Idade Moderna. A
Pirataria é um tema recorrente nos dias de hoje, com o qual os alunos têm
contato seja em filmes, desenhos ou animes, que lhe atribuem uma roupagem
glamourosa.
Assim, tomando como base o conhecimento dos alunos
sobre a expansão marítima e o tráfego pelo Atlântico, abordamos uma faceta
pouco estudada na escola mas que contribuiu significativamente para transformar
a Holanda e a Inglaterra e grandes potências, pois foi a ação de piratas
financiados por eles que praticaram os roubos dos navios de metais preciosos
vindos da América e que ajudaram a financiar transformações nessas nações.
Bolsista Rayssa Nascimento junto aos estudantes no decorrer da atividade.
Como objetivo para as primeiras aulas, pretendíamos
abordar a pirataria como um fruto desse fluxo de riquezas, que teve seu auge
nessa época e que era um crime, apesar de ser
financiada por algumas nações, de acordo com seus interesses
particulares, mas que, ao serem atendidos e esses serviços não serem mais
necessários, foi combatida seriamente. Um outro tópico que intencionamos para
essas aulas era mostrar as diferenças entre os tipos de piratas, suas
motivações e como agiam, já pensando em relacionar com as segundas aulas que
mencionaremos mais adiante.
Escolhemos para cumprir com esses objetivos,
motivados pela oficina de teatro, montar uma aula que expusesse o assunto de
forma mais dinâmica, assim, transformamos nosso conteúdo em um roteiro, onde
cada professor assumiria um papel e por meio desse diálogo de
professores/personagens, abordaríamos os conteúdos e interagiríamos com os
alunos de forma a diminuir a pressão, diferente das aulas tradicionais as quais
estão habituados, criando um ambiente diferenciado que induziria a curiosidade.
Para isso, usamos também de recursos visuais além da caracterização dos
professores, no caso um mapa do Atlântico, região em que se desenrolaram os acontecimentos
trabalhados em aula. A disposição das cadeiras foi pensada de modo que os
alunos sentassem em volta do mapa para que pudessem observá-lo mais de perto e
a aula foi dada ao redor desse círculo a fim de quebrar ainda mais a distância
dos estudantes com o que vinha sendo trabalhado, a sala de aula era um palco.
Estudantes se divertiram e aprenderam durante a execução do que fora proposto.
Continuando com a nossa sequência didática,
procuramos trazer o conteúdo para os dias de hoje e relacioná-lo com o que
universo dos alunos, assim trabalhamos a pirataria na Cultura Pop, usando de
personagens que os alunos conhecem, de coisas que eles consomem e comparamos a
forma com que o tema é tratado e como de fato era a vida em alto-mar.
Procuramos também relacionar a pirataria moderna com a pirataria atual,
trazendo exemplos como o da Somália e comparando as circunstâncias e motivações
em que ambas ocorreram, com o intuito de mostrar que a prática, mesmo que
similar, se transforma em diferentes contextos, assim como ressaltar que não é
algo que terminou e ficou no passado, mas que ainda se apresenta com novas
particularidades.
A elaboração dessas aulas foi pensada de forma a
causar proximidade e identificação com o aluno por meio de imagens dos filmes,
desenhos e animes que eles costumam consumir e atribuir mais um significado a
elas, ou seja, não é só um personagem, há uma história por trás do que ele
representa e de como ele é apresentado, desse modo temos como intenção criar
uma oportunidade de aprendizado consistente, utilizando da aproximação do aluno
com o objeto trabalhado.
Bibliografia:
BURNS,
Edward McNall. História da civilização
ocidental: do homem das cavernas às naves espaciais. 3. ed. São Paulo:
Globo, v.2, 1993.
FALCON,
Francisco. Mercantilismo e transição.
São Paulo: Brasiliense, 1989.
HOBSBAWM,
Eric J. Bandidos. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 1976.
NOVAIS, Fernando A. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808).
São Paulo: HUCITEC, 1986.
VASCONCELOS,
Cláudia Pereira. O Teatro como Linguagem e Fonte no Ensino de História. Anais
do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário