Eugenia
e Darwinismo Social
A
Eugenia e o Darwinismo Social enquanto fenômenos do espírito científico e
político do fim do século XIX e início do XX foi amplamente utilizada pelas
ideologias racistas e fascistas como forma de apregoar a superioridade e a pretensa
hierarquização das raças. Imbuídos da pretensão dos discursos de verdades produzidos
pela ciência da época, se utilizando desses discursos para a perseguição
sistemática, massacres racionalizados e burocratizados dos chamados
“inferiores” como prática racional e científica essas ideologias e suas práticas foram objetos de nossa exposição.
Os
fascismos convenceram com seu discurso unificador-nacionalista, transformando
as crises econômico-políticas em culpa do outro, do inimigo externo e do
“câncer” social que acreditavam existir. Tendo como base as descobertas no
campo da genética e das ciências naturais o dito melhoramento das raças e a
influência da teoria de Darwin nas ciências humanas foi utilizada como política
de Estado, não só na Alemanha, mas também nos EUA e nos países nórdicos,
chegamos com o holocausto a um momento que Adorno descreveu como: “Impossível
de poetizar após Auschwitz.” Adentramos não só ao ápice do reinado da
racionalidade técnica e da herança prometeica, mas também ao estágio onde a
técnica suplantou o domínio da razão crítica e a pretensão iluminista do esclarecimento
e da autonomia nos pareceu derrotada. O
que dirão os índios norte-americanos exterminados pelos colonos recém-chegados? As políticas imigratórias no Brasil no
início do século XX e as propostas de “embraquecimento” do país? Será que não são
demonstrações contundentes do uso desenfreado e anti-humano do discurso
científico?
Podemos
concordar que o ápice do alinhamento Saber-Poder-Técnica foi o Nazismo e o uso
científico que o mesmo fez para a destruição do outro, mas foi importante para nós a observação do caso norte-americano que há anos se arroga a
maior democracia do mundo, porém até a década de 60 distinguia racialmente
os indivíduos de forma institucionalizada, que até hoje tolera em nome de uma
liberdade de expressão acrítica e falaciosa se vista do ponto de vista da
alteridade tolera grupos como a Klu Klux Klan e que foi fundada sobre o extermínio dos
índios.
Lembrando
do Walter Benjamin em um de seus textos: “Todos os bens de cultura são também
bens da barbárie, não podemos olhá-los sem horror e tremor.” E fazendo uso da
letra do Iron Maiden: “Fujam para as colinas.” Pensamos e tentamos relacionar o
uso desenfreado da técnica a serviço do poder e de como o Nazismo foi
destrutivo, de como em tempos de crises o discurso é sedutor, mas lembrando
sempre o quão anti-humano e destrutivo pode ser uma ideologia totalitária
racionalizada e com discursos de verdades, de quão vivo esse tipo de discurso aparenta estar.
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