quinta-feira, 30 de abril de 2015

O PIBID Porto Digital e as atividades de pesquisa.

A visita a arquivos públicos e bibliotecas é parte fundamental de todo exercício de pesquisa. Tendo em vista as atividades do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/ UFPE), foi organizada, no dia 29 de abril, a ida dos monitores da EREM Porto Digital ao prédio sede do Arquivo Público Jordão Emerenciano (APEJE) e a biblioteca do Forte das Cinco Pontas. É importante destacar que, devido a greve dos professores do Estado, o anexo do APEJE estava fechado na data em questão.
Considerando o desenvolvimento das pesquisas sobre a comunidade do Pilar junto a EREM Porto Digital, destacaram-se no acervo do APEJE as seguintes obras:
GUERRA, Flávio. Velhas igrejas e subúrbios históricos. Depto. de Documentação e Cultura, Prefeitura Municipal do Recife, 1960 E Gaspar, Lúcia. O Recife: uma bibliografia. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2008. 360p.
FRANCA, RUBEM. Monumentos do Recife. Recife: Governo do Estado de Pernambuco / Secretaria de Educação e Cultura, 1977. E Livro das Igrejas do Recife.. Recife: [s.n.], 1955.
Detentor de um importante acervo bibliográfico sobre a história da cidade do Recife, o APEJE, entretanto, dispõe de poucas obras que tratem da comunidade do Pilar. Os livros destacados, por exemplo, apresentam resumidamente a história da Igreja de Nossa Senhora do Pilar, negligenciando a comunidade em seu entorno.


Já no acervo do Forte das Cinco Pontas mostrou-se mais diversificado. Nesta primeira visita, a equipe registrou algumas obras que podem ser importantes para a análise das dinâmicas da relação entre o Bairro do Recife e o Pilar. Despontam questões sobre arquitetura, urbanismo, política e história do bairro. Seguem alguns registros:







Tendo em vista ainda o acervo iconográfico da biblioteca, foi agendada uma segunda visita para uma análise mais criteriosa. É destacado, entretanto, que a atividade contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da pesquisa e planejamento das ações junto à comunidade escolar. 

terça-feira, 28 de abril de 2015

Casa Amarela, memórias, lutas e sonhos

Um dos importantes trabalhos existente na nossa historiografia sobre a história dos bairros e história local é o do professor Antônio Torres Montenegro, como já evidenciamos aqui ao postar a palestra que nos deu recentemente.

Segue agora uma cópia do trabalho didático, ou de divulgação, que produziram para divulgar o projeto, e que serve bem de exemplo para os nossos trabalhos. Serve de exemplo para que possamos "didatizar" o material que estamos produzindo. Trata-se de um pequeno livro que aborda vários aspectos da história de Casa Amarela, colhidos nos depoimentos. Como o professor Montenegro salientou em sua palestra, é importante destacar que todos os depoentes, tem um rosto, ou seja, os que fazem ou fizeram a história não são protagonistas anônimos.


Vou compartilhar na pagina do Facebook porque aqui não há como anexar arquivos.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Na Trilha do Pilar – EREM Porto Digital


A história local requer um tipo de conhecimento diferente daquele focalizado no alto nível de desenvolvimento nacional e dá ao pesquisador uma ideia muito mais imediata do passado. Ele a encontra dobrando a esquina e descendo a rua. Ele pode ouvir os seus ecos no mercado, ler o seu grafite nas paredes, seguir suas pegadas nos campos (SAMUEL, 1989, apud FONSECA, 2003, p. 153).

Tendo em vista as potencialidades da História Local para o currículo de história ofertado aos estudantes do ensino médio, foi realizada, nesta última sexta feira (10/04), a primeira atividade de campo do projeto Na Trilha do Pilar.
Contando com a participação do Professor José Alexandre e dos monitores do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/ UFPE), a atividade de campo convidou os estudantes da EREM Porto Digital a conhecerem a comunidade do Pilar, sua história e relação com o Bairro do Recife, onde está situada. Partindo da unidade de ensino, a trilha seguiu em direção à comunidade, percorrendo do antigo Moinho Recife até a Igreja de Nossa Senhora do Pilar (1680).

A atividade teve por objetivo iniciar o estudo e a melhor compreensão do passado da localidade. Seguem algumas fotos:


 (Estudantes da EREM Porto Digital e os Monitores do PIBID/UFPE)




(Igreja de Nossa Senhora do Pilar, fundada em 1680)


REFERÊNCIAS:


FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de história: Experiências, reflexões e aprendizados. São Paulo, Papirus, 2003.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Palestra com o Professor Antônio Torres Montenegro.

No dia 27 de março de 2015 pudemos discutir com o professor Antônio Torres Montenegro sobre sua experiência em utilizar a história oral ao fazer a história de alguns bairros, como o de Casa Amarela e o Bairro do Recife. Segue sua palestra.
Bairros do Recife. Antônio Torres Montenegro

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Tecido Memória

Foi conversando com o professor José Sérgio Leite Lopes que conheci o documentário dirigido  por ele e também por Rosilene Alvim e Celso Brandão: Tecido Memória. Neste documentário os trabalhadores têxteis reconstituem o cotidiano da vida na fábrica, a luta por direitos sociais e melhores condições de trabalho e moradia. O documentário é resultado de seus trabalhos antropológicos e novas pesquisas entre os anos de 2006 e 2008.




Vejam também o artigo dos pesquisadores:  Memória e transformação social: trabalhadores de cidades industriais

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Bibliografia Atualizada. Grupo Martins Júnior- Torre

BORBA, Fernando de Barros, Pernambuco- Patrimônio cultural de todos. Recife: Fundarpe, 1998.
CAVALCANTI, Carlos Bezerra. O Recife e seus bairros. Recife: Câmara Municipal do Recife, 1998.
CUNHA, Adilson Castello Branco da. Cem anos de evangelização: 1912-2012- Recife: Paróquia nossa senhora do Rosário,2012.
DE CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano. As artes de fazer,3º Ed, Rio de Janeiro. Ed. Vozes, 1998.
FERRERA, Lupércio Gonçalveis. O Recife de ontem. Recife 1996.
FREIRE, Gilberto . Assombrações de Recife velho. Rio de Janeiro, José Olympio, 1970.
LEMOS, Carlos A. C. O que é patrimônio histórico? São Paulo: Brasiliense , 1981.
NASCIMENTO, Maria Alves do. Evolução e organização do espaço geográfico do bairro da Torre. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 1999.
NETO, Frederico. A Calamidade do Século: diálogos ambientais e orais sobre a Cheia de 1975.
PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Arredores do Recife. 2. Ed. autônoma. Recife: FJN. Ed. Massangana, 2001. p. 156-161.
SILVA, Leonardo Dantas. O Que Resta do Engenho da Torre.
VASCONCELOS, Thatiana Lima. A Cartografia Histórica da Região Metropolitana do Recife.
VIANA, A. J. Barbosa. Recife, capital do Estado de Pernambuco. Paraty: Anais do I Simpósio Brasileiro de Cartografia Histórica, 2011.

Aí tem também alguns links, que me perdoem pela ignorância, mas não sei passar pra regra da Abnt. São esses:
Pedido de tombamento da Fábrica da Torre pelos Direitos Urbanos:
https://www.scribd.com/fullscreen/153144133…
Matéria do Diario de Pernambuco sobre chaminés:
http://www.diariodepernambuco.com.br/…/chamines-um-simbolo-…
Capítulo dum livro sobre "A vida do empresário de acucar ...."
http://www.intg.org.br/…/XIV.ALOGiSTICAEALOCALIZAcaOESTRATe

Questões e debates a partir das resenhas.

Foto de Eraldo Peres
http://acertodecontas.blog.br/artigos/a-pobreza-na-regio-metropolitana-do-recife/


As resenhas publicadas suscitaram algumas questões muito interessantes. Vou selecionar três, que considero as mais importantes para nosso projeto.

A primeira delas se refere à qualidade do conteúdo ou informações que encontramos em muitos artigos e livros que lemos sobre a história do Recife. É uma questão metodológica que deve ser encara a sério, sem preconceitos. Trata-se do trabalho de historiadores diletantes, ou seja, que não tiveram uma formação universitária, e que colocam como historiadores de uma localidade. São pessoas que não tem experiência com o trato documental e com as questões sobre a construção do conhecimento histórico. As informações advindas desse tipo de livro deve sempre ser conferida, e mesmo lida com desconfiança. Na verdade, devemos tratar esses livros como um documento de memória do bairro, nunca como história. A resenha do grupo do Pina é um exemplo nesse sentido. Utilizaram um livro escrito por um morador que naturalizou a história dos maracatus e dos terreiros, e reproduziram o que ele escreveu sem conferir com a historiografia da cultura negra, que por mero acaso eu faço parte, já que publiquei muitas coisas sobre a história dos maracatus. E o que ele escreve muito provavelmente não é verídico para o Pina.

A segunda questão refere-se ao pagamento de aluguel dos terrenos, que foi levantado pelo grupo da Torre. Mas acho que ocorreu no Pina e no Pilar também. A luta contra o pagamento de aluguel do terreno (não do barraco, mas do chão) tem uma história interessantíssima que vale a pena a gente percorrer na bibliografia. Eu sei que uma pessoa pegou uma tese (acho que de geografia) sobre essa questão na biblioteca da Fundaj, e poderia socializar com a gente, certo?

A terceira questão refere-se à inserção dos bairros e cidades que estudamos num processo histórico mais amplo da região metropolitana do Recife. Vamos pontuar as questões que apareceram nas resenhas e que podem ser pensadas de modo mais amplo.
1. O processo de conurbação da cidade e o surgimento da região metropolitana do Recife. Quando ocorreu? Como? Que razões podem ser apontadas para explicar essa conurbação?
2. A divisão da cidade em zeis. O que vem a ser? Quando a cidade foi dividida dessa forma? Por quais razões? Quais os impactos disso no desenvolvimento urbano?
3. O desenvolvimento urbano atual, o crescimento da cidade nas duas últimas décadas e a especulação imobiliária.

Uma questão que apareceu tangenciada, quase como um não dito, foi a questão do patrimônio cultural, que afeta quase todos os bairros. Sugiro que não deixem de entender o que é gentrificação e como esse fenômeno vem ocorrendo no Bairro do Recife. Como no Brasil a questão do patrimônio industrial e ferroviário tem sido tratada. E como as comunidades têm lidado com o patrimônio imaterial.


Foi ótimo o trabalho. Algumas questões fundamentais têm emergido, e é super importante continuarmos a compartilhar as informações. Trabalho em equipe!