quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Equipe Oswaldo Lima Filho apresenta trabalho na EXPOPIBID UFPE 2017

          A Expo Pibid UFPE 2017, evento voltado para a socialização das experiências e dos trabalhos de Pibid, por meio de mesas-redondas, comunicações orais, pôsteres e apresentação de materiais didáticos produzidos, ocorreu no dia 14 de dezembro e a Equipe Oswaldo Lima Filho marcou presença com a apresentação de seu trabalho sobre a Sociedade Indiana. Com o Banner "Como vivem as crianças de lá?” Uma aula sobre sociedade e religião indianas para o ensino fundamental II", a equipe buscou socializar e compartilhar a experiência de levar crianças do Ensino Fundamental II a refletir e solidarizar-se com crianças do outro lado do mundo e de culturas diferentes, apresentando suas redações acerca das desigualdades sociais existentes no Brasil a partir de um paralelo com o sistema de Castas Indiano. 

Banner apresentado pelos bolsistas Hélder Freitas, Rayssa Nascimento, Talysson Verçosa, Bruna Correia e Philipe Paulino.


          Entendemos a importância da troca de experiências e essa foi mais uma oportunidade para realizarmos interações e ampliarmos nossa rede de pesquisa e valorização educacional, resultando na divulgação e no reconhecimento dos nossos trabalhos ao longo do ano.



quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Resumo Expandido: Como vivem as crianças Indianas?

Resumo Expandido enviado pela Equipe Oswaldo Lima Filho para a EXPO PIBID 2017, ocorrida em Recife - 14 de Dezembro de 2017.


“COMO VIVEM AS CRIANÇAS DE LÁ?” UMA AULA SOBRE SOCIEDADE E RELIGIÃO INDIANAS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL II

Bruna Santana Alencar Correia
bruna.sacorreia@hotmail.com
Helder Douglas Ferreira Freitas
helder.1689.doug@gmail.com
Philipe Silva de Lima Paulino
paulinophilipe@live.com
Rayssa Karynne Silva do Nascimento
rayssakarynnesilva@gmail.com
Talysson Caíque Santos Verçosa
vercosat@gmail.com
Roberto José Soares de Moura
betobessone@gmail.com
PIBID História UFPE – Escola Oswaldo Lima Filho 

RESUMO: No 4º Bimestre de 2017, a equipe atuante na Escola Oswaldo Lima Filho planejou e executou um plano de aula afetivamente significativo, relacionado ao conteúdo programático da disciplina História para o 6º ano do ensino fundamental: A Índia Antiga. O tema escolhido pela equipe foi "Sociedade e Religião" e, dentro desta temática, procuramos analisar o sistema de castas, enfatizando a vida de crianças dalits para identificar práticas de exclusão social existentes na Índia e que se assemelham às vivenciadas no Brasil. Questionando-se como vivem as crianças de outro país, tornou-se possível a criação de empatia e de vínculos afetivos e solidários para com os povos indianos além de trazer uma reflexão para os problemas existentes na sociedade brasileira.

Palavras-Chave: Índia; dalits; exclusão social.

INTRODUÇÃO: A sala de aula está em constante transformação para tornar os processos de ensino-aprendizagem mais dinâmicos e significativos para a realidade dos estudantes. Nesse sentido, a mera transmissão de conhecimentos desvinculados do cotidiano do aluno através da exposição oral, desconsiderando-o enquanto sujeito ativo e parte de uma sociedade, aparece como uma prática educativa sem valor. Situações de ensino são mais significativas e construtivas quando possuem um sentido social, surgindo da realidade socioeducativa e fazendo com que o aluno aprenda o que ainda não sabe para compreender-se no mundo como indivíduo que produz e se alimenta de cultura.
Para as turmas de 6º ano do ensino fundamental, o livro didático traz o tema da História da Índia no quarto bimestre da seguinte forma: Localização geográfica, as primeiras civilizações, religião, sociedade e cultura. Considerando que o PIBID busca experiências metodológicas e práticas educativas de caráter inovador, não faria sentido centralizar uma aula na transmissão de conteúdos disciplinares desconexos com a realidade social dos estudantes. Procuramos, então, determo-nos e frisarmos os processos de aprendizagens a partir de temáticas atuais, preparando os sujeitos a continuarem aprendendo e desvelando a realidade e, consequentemente, superando as problemáticas inerentes ao ato de existir em sociedade.
Levando-se em conta que uma práxis educativa pressupõe um posicionamento político-epistemológico e pedagógico que desvele os mecanismos de reprodução das opressões de uma sociedade estratificada e, sobretudo, colabore para sua superação, escolhemos abordar a Índia através da problematização do conceito de castas presente nos livros sagrados, “Vedas”. Mas como abordar um tema tão complexo com crianças do ensino Fundamental? Pelas próprias crianças. Saber como vive o meu semelhante em outro país favorece a criação de vínculos afetivos e solidários para com outros povos. Logo, as crianças indianas que vivem fora do sistema de castas, oprimidas e chamadas “dalits”, serviram como ponto de partida na identificação de práticas exclusão/desigualdade na sociedade indiana.
Dizemos ponto de partida, pois, de forma a vincular o conteúdo à realidade dos estudantes, configurando uma prática de ensino significativa, procuramos problematizar, a partir da vivência de exclusão dos dalits, a existência de exclusão de crianças brasileiras por critérios como cor e classe social, por exemplo. Não há como olhar exclusivamente para a desigualdade existente em outros países e esquecer que no Brasil existem crianças sobrevivendo do e no lixo. Além disso, não se pode explicar o sistema de castas sem remontar à religião Hindu e a divisão social a partir das partes do corpo do Deus Brahma. Dessa forma, o plano de aula apresentado no presente trabalho se estruturou da seguinte forma: Religião, Sociedade Indiana e identificação de práticas de exclusão Índia-Brasil.
OBJETIVOS: Relacionar a situação das crianças dalits com a religião indiana e os escritos sagrados, Vedas; Solidarizar-se com a exclusão/desigualdade social indiana e Identificar práticas de exclusão/desigualdade na sociedade brasileira atual.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO: O planejamento das aulas se deu no período entre 18 e 29 de Setembro de 2017, para posterior execução nos dias 3 e 5 de outubro de 2017.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: Dialogamos com textos, Silva (2004) e Freire (2000), referentes a uma prática de educação formativa que visa associar conhecimentos históricos com a realidade social dos alunos. Também fizemos uso da coleção Povos & Civilizações, da Editora Contexto, a partir do trabalho de Costa (2012), para fazer um paralelo entre o passado e o presente da Índia, encontrando informações sobre a atual situação do sistema de castas e como a sociedade ainda carrega marcas de uma crença contida nos antigos escritos sagrados dos Vedas. Por fim, procuramos livros didáticos que auxiliassem na adaptação de uma discussão sobre sociedade e religião indianas para crianças do ensino fundamental, encontrando em Brenman (2008), Forjax (2009) e Quentin & Reisser (2011), subsídios para tal.

METODOLOGIA: A aula ocorreu de forma expositivo-dialogada com constante participação dos estudantes e utilização de imagens que representassem tanto a vida das crianças indianas quantos os deuses e seus templos. Promovemos uma “visita” à Índia através de suas crianças e das formas de brincadeira comuns lá e no Brasil para, em seguida, identificamos as diferenças entre as próprias crianças devido a existência do sistema de castas. Apontamos a presença do conceito de castas nos vedas, o livro sagrado para os indianos, e como ele fornece uma explicação sobre a criação do mundo (e a naturalização das desigualdades entre as crianças indianas). Também problematizamos as desigualdades, nada naturais, existentes entre as crianças do brasil.

RESULTADOS: Juntamente com os estudantes, articulamos diferentes sociedades em diferentes tempos através de um assunto significativo para eles: as exclusões e desigualdades vividas pelas crianças de ambos os lugares e tempos. Cabe ressaltar, que as discussões não giraram em torno de criticar negativamente a divisão de castas e a cultura indiana através de um olhar ocidental, mas sim de estimular a criação da empatia crítica dos estudantes com relação aos lugares sociais dos dalits, na Índia, e de outras minorias na sociedade contemporânea. A participação de todos se mostrou extremamente satisfatória e por meio da avaliação, em que pedimos que opinassem sobre quem seriam os “dalits” ou excluídos da sociedade brasileira, conseguimos observar que os objetivos foram alcançados.

CONCLUSÕES: Ao focarmos em conteúdos puramente relacionados ao passado, como saber quais foram os primeiros povos que tocaram o solo da atual Índia, corremos o risco de ensinar para um mundo que não mais existe. O importante não é simplesmente transmitir saberes, mas construí-los e mobilizá-los em função de temáticas desafiadoras advindas das especificidades em que se localiza o estudante, a escola, e a sociedade como um todo. Trabalhar sociedade e religião indianas da forma como trabalhamos, permitiu que os estudantes saíssem de sua “zona de conforto” para identificar práticas de exclusão social existentes à sua volta que, por muitas vezes, passaram despercebidas. Mais do que chegar ao fim do ano letivo com a consciência tranquila por se ter trabalhado "todo o programa", pudemos ter a certeza (através das avaliações) de que os alunos aprenderam e de que essas aprendizagens foram significativas.

REFERÊNCIAS
BRENMAN, Ilan. As 14 pérolas da Índia. Ilustrações de Ionit Zilberman. São Paulo: Brinque-Book, 2008.
COSTA, Florência. Os indianos. Coleção Povos & Civilizações. São Paulo: Editora Contexto, 2012.
FORJAZ, Sonia Salerno. A princesa que enganou a morte e outros contos indianos. São Paulo: Aquariana, 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 16 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
MEENAI, Zubair; ALEEM, Sheema. Participação infantil na Índia: práticas e desafios. Revista do Departamento de Serviço Social da PUC-RIO: O Social em Questão, Ano XV, n.º 27, 2012. Disponível em: <http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br>.
SILVA, Janssen Felipe Da. Avaliação na perspectiva formativa-reguladora: pressupostos teóricos e práticos. Porto Alegre: Mediação, 2004.
QUENTIN, Laurence; REISSER, Catherine. Pelas cores da Índia: os intocáveis, os jainistas, os marajás. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2011.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Aula sobre o conflito árabe-israelense na Escola de Referência de Ensino Médio de Paulista

     No dia 23 de novembro de 2017 (quinta-feira), o Pibid da EREM Martins Júnior desenvolveu nas turmas do terceiro ano da Escola de Referência de Ensino Médio de Paulista seu projeto bimestral que de uma forma geral compreendeu-se em levar para outra escola de referência uma experiência já vivenciada pelos estudantes da escola de origem dos bolsistas, sobre a temática árabe-israelense, com ênfase no  conflito entre Israel e Palestina, compreendendo-o como uma guerra gerada estrategicamente, desde a desfragmentação do Império Turco-Otomano no início do século XX, passando pela formação do Estado de Israel na Palestina em 1947 e até os dias atuais. A aula contou com o apoio das  mídias digitais na sala de aula, utilizando uma tecnologia nova através do aparelho portátil, estamos nos referindo ao aplicativo QR CODE, um leitor de códigos que podem ser afixados em qualquer lugar. Além disso, houve o replanejamento do muro representando a realidade existente na Cisjordânia que divide os povos árabes dos judeus, e respectivamente fazendo com que a turma compreende-se esse cenário. Dessa forma, a aula ganhou forma e o conteúdo foi construído através do debate, ao final, foi solicitado que os estudantes, em equipes, produzissem manchetes de jornal acerca do conteúdo exposto.

Replanejamento do muro para a aula na EREM de Paulista (ISRAEL)

Replanejamento do muro para a aula na EREM de Paulista (PALESTINA)  


Bolsista do PIBID em explicação prévia acerca do conflito árabe-israelense

Utilização do QR Code na aula sobre o conflito árabe-israelense 

Estudantes do 3º da EREM Paulista produzindo a manchete de jornal proposto pelos bolsistas do PIBID







EREM Martins Júnior apresenta trabalho no I Seminário Estadual do PIBID 2017

         Nos dias 16 e 17 de novembro de 2017, na Fafire e na Unicap realizou-se com grande sucesso o I Seminário Estadual do PIBID e Diversidade do Estado de Pernambuco que configurou-se em um espaço de reflexão e problematização da formação e da prática docente. Desta forma, os bolsistas da EREM Martins Júnior apresentaram na sessão de comunicação oral do evento os resultados alcançados ao longo do ano letivo de 2017. Os especialistas que debateram conosco possuem uma vasta experiência na docência e uma militância efetiva e afetiva com o Programa de Iniciação à Docência. Diante disso, o espaço de socialização das experiências vivenciadas nas escolas públicas estaduais e municipais, sob a coordenação e a supervisão dos professores das escolas, é de suma importância no eixo de compartilhamento, com a comunidade acadêmica, explicitando o que vem sendo vivenciado no cotidiano escolar e as trocas de experiências na construção coletiva de novos saberes.

Bolsistas da EREM Martins Júnior com a Supervisora de História
Bolsista Mariana Nascimento e a Supervisora Adriana Maia apresentando um dos trabalhos do ano letivo desenvolvido pela equipe do PIBID na EREM Martins Júnior 

Bolsistas Rosely Bezerra e Nathani Neves apresentando um dos trabalhos do ano letivo desenvolvido pela equipe do PIBID na EREM Martins Júnior 






EREM Martins Júnior apresenta trabalho na EXPOPIBID UFPE 2017

Na manhã do dia 14 de dezembro os bolsistas da EREM Martins Júnior apresentaram na exposição de pôsteres do evento os resultados alcançados no segundo semestre de 2017. O trabalho apresentado foi sobre a utilização de QR Codes no ensino de História, que foi a metodologia utilizada para aula sobre o conflito árabe-israelense naquela instituição. A socialização de experiências pedagógicas é fundamental para a processo de formação de professores, mais uma vez o PIBID UFPE vem fomentar esta troca entre os bolsistas, professores supervisores e professores universitários, estreitando assim os laços entre universidade e comunidade escolar.

Apresentação do trabalho pelo bolsista Luis Felipe Durval

Bolsistas do PIBID da EREM Martins Júnior: Mariana Nascimento, Nathani Neves, Rosely Bezerra, Lucas Melo e Luis Felipe Durval e a professora Dr.ª Adriana Paulo da Silva.

EREM Martins Júnior visita exposição no Museu do Estado de Pernambuco

Nos dias 22 e 23 de novembro as turmas “A” e “B” do segundo ano da EREM Martins Júnior num trabalho conjunto do PIBID de História da escola com o professor de Geografia, Gustavo Soares, realizou uma visita ao Museu do Estado de Pernambuco para apresentar a exposição “Frida e Diego: um sorriso no final do caminho”, que conta com uma série do fotos da vida privada do casal mexicano que foram uma referência para a pintura na América Latina no século XX. Além desta exposição os estudantes também visitaram a exposição permanente do Museu que trata da Casa Grande do Brasil Colonial e Imperial, a visita foi mediada nos dois dias pelos monitores do Museu do Estado.

Monitora do Museu do Estado de Pernambuco, Professor Gustavo Soares (Geografia) e Estudantes do 2º "B" da EREM Martins Júnior

Ana Maia (professora supervisora) e Luis Felipe Durval (bolsista)

Lucas Melo e Luis Felipe Durval (bolsistas) e Carlos Henrique (estudante do 2º ano "B")

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Equipe Oswaldo Lima Filho apresenta trabalhos na II Jornada de Ensino de História de Pernambuco

        A II Jornada II Jornada de Ensino de História de Pernambuco-JEHPE evento promovido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em História, Educação e Culturas-NEPHECs/UFRPE e pelo Centro de Estudos da História Brasileira da Fundação Joaquim Nabuco-FUNDAJ, aconteceu entre os dias 29 de novembro de 01 de dezembro e buscou retratar os desafios da formação dos professores/pesquisadores de História no mundo contemporâneo. Com o intuito de participar desse espaço de socialização e compartilhamento de reflexões, a Equipe Oswaldo Lima Filho fez a inscrição de dois trabalhos no formato Banner para apresentação: 


Banner do trabalho "Entre Ritmos e Histórias: Uma intervenção Didática sobre as Rainhas Africanas presentes no samba de Enredo", apresentado pelos bolsistas Hélder Freitas, Rayssa Nascimento e Philipe Paulino.




Banner do trabalho "Entre Ritmos e Histórias: Uma intervenção Didática sobre as Rainhas Africanas presentes no samba de Enredo", apresentado pelos bolsistas Talysson Verçosa, Rayssa Nascimento e Bruna Correia.

        Considerando que o PIBID é uma proposta de valorização dos futuros docentes durante seu processo de formação, a participação na JEPEH foi de extrema importância por promover aproximações e vínculos através da criação de uma rede que tem o ensino e a formação de professores como principal pauta de discussão.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Equipe Oswaldo Lima Filho apresenta trabalho no I Seminário Estadual do PIBID 2017


          Nos dias 16 e 17 de novembro de 2017, na Fafire e na Unicap, aconteceu o I Seminário Estadual do PIBID e Diversidade do Estado de Pernambuco, voltado para socialização de trabalhos desenvolvidos pelo PIBID nas mais diversas instituições. Assim como as outras equipes do PIBID-História UFPE, a Equipe Oswaldo Lima Filho se fez presente e apresentou três trabalhos desenvolvidos ao longo do ano de 2017: um sobre as rainhas mães-Candaces, outro sobre uma intervenção lúdica para alunos do ensino Fundamental II e o terceiro sobre erros e possibilidades no ensino. A experiência foi extremamente gratificante por entendermos que o feedback é uma ferramenta essencial para avaliação dos planos de aulas executados, assim como o contato com outros bolsistas permite a expansão dos conhecimentos para além da fronteira da escola em que atuamos.


Bolsistas Rayssa Nascimento e Philipe Paulino apresentando o trabalho de Erros e Possibilidades Pedagógicas resultante das aulas sobre Dante para o Ensino Fundamental II.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Intervenção Lúdica no Ensino de História

Resumo Expandido enviado pelas bolsistas Bruna Correia e Rayssa Nascimento, da Equipe Oswaldo Lima Filho, para o 1º Seminário estadual do PIBID e PIBID diversidade do estado de Pernambuco – Recife, 16 e 17 de Novembro.

A PIRATARIA DO SÉCULO XVII: INTERVENÇÃO LÚDICA NO ENSINO DE HISTÓRIA PARA O FUNDAMENTAL II

Bruna Santana Alencar Correia
bruna.sacorreia@hotmail.com
Rayssa Karynne Silva do Nascimento
rayssakarynnesilva@gmail.com
Roberto Moura 
PIBID História UFPE – Escola Oswaldo Lima Filho

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo analisar a proposta de ensino elaborada e realizada pelos bolsistas do PIBID de História da UFPE para os alunos de 7º ano do Ensino Fundamental II na escola Oswaldo Lima Filho, cujo tema central foi a Pirataria. Tendo como ponto de partida o recorte da temática no século XVII, complementando a abordagem da Idade Moderna, procurou-se apresentar o assunto de forma interativa com o intuito de propiciar um ambiente em que os alunos seriam os protagonistas de sua aprendizagem. Desse modo, o presente artigo possui o propósito de, a partir da vivência, apontar para a importância de aulas lúdicas como meio de conceber novas formas de planejamento do ensino de história. 

Palavras-chaves: Pirataria, Intervenção Lúdica, Ensino de História.

INTRODUÇÃO: O PIBID possui como intuito não apenas criar um vínculo entre graduandos e a experiência docente, como também procura agregar experiências valorosas para as escolas e seus estudantes. A partir desse propósito os bolsistas integrados na escola Oswaldo Lima Filho, em comum acordo com a coordenadora geral do projeto, Adriana Maria Paulo da Silva , decidiram trabalhar o tema Pirataria, uma vez que este se insere na temática de Idade Moderna que vinha sendo estudada com os alunos como parte do planejamento anual para os anos finais do Fundamental.
Por ser um assunto pouco mencionado em livros didáticos e, consequentemente, nas aulas de História, o aspecto de “surpresa” se sobressai visto que os alunos poderiam fazer associações diversas a partir de suas concepções sobre o tema através da cultura midiática. O acesso desses estudantes ao material se dá nas mais diversas formas: filme, cartoons, livros de ficção. Logo, compreende-se que “o professor deve organizar suas atividades para que sejam significativas para o aluno” , interpretando o lúdico como um recurso pedagógico que seja agregador na experiência planejada tal como aconteceu durante a aplicação deste projeto.
A partir do propósito de tornar o momento aula uma “aventura”, os bolsistas utilizaram de diversos recursos, dentre os quais: a narrativa; a encenação; a utilização de materiais que compusessem um cenário; a interação feita com os estudantes tanto por meio da interação aluno-professor, como pela participação ativa dos mesmos através da resolução de enigmas propostos no decorrer de sua execução; a escolha de uma avaliação que estimulasse a comunicação dos estudantes com seu grupo-classe e a utilização de suas singularidades, como a imaginação e a escrita.

OBJETIVOS: Apontar para a estratégia didática utilizada pela equipe e ressaltar a importância de trazer diferentes recursos e referências da atualidade para as aulas de História, de modo a proporcionar um aprendizado envolvente para os alunos.

REFERENCIAL TEÓRICO: Foram usadas como alicerce teórico e metodológico sugestões cedidas por nossa coordenadora do PIBID; nossas experiências obtidas em sala de aula e essencialmente pela análise de especialista no Ensino de História, Pedagogia e Artes Cênicas. Escritores como Bittencourt (2008), Burke (1992), Desgranges (2011), Fonseca (2011), Pinto (2010) Tavares (2010) tais autores foram empregados para a construção da comunicação entre os três campos citados.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO: O planejamento se iniciou em maio de 2017, como projeto do segundo bimestre do PIBID de História da UFPE, e foi executado em junho do mesmo ano nas turmas do 7º ano da escola Oswaldo Lima Filho.

METODOLOGIA: Nossa temática de trabalho com os educandos da Escola Municipal Oswaldo Lima Filho foi sugerida pela coordenadora do PIBID Adriana Maria Paulo da Silva. A partir da sugestão dada, começamos o levantamento bibliográfico e estratégico para aulas a cerca do tema sugerido. Logo chegamos à conclusão que queríamos fugir de aulas com o viés apenas expositivo, visando encontrar modos de construir conteúdos que não fossem maçantes e pouco atraentes aos educandos. Escolhemos usar elementos teatrais, a exemplo de cenografia e roteirização do conteúdo histórico de piratas.
Tendo como publico alvo o 7º ano do Fundamental II, articulamos a ambientação da sala de aula com alguns elementos que estão diretamente ligados a pirataria no imaginário dos educandos de forma que fosse possível fazer referências claras ao tema: caveiras e mapas antigos, por exemplo. Cabe ressaltar, ainda, que os bolsistas também estavam caracterizados com elementos inspirados por agentes históricos da época e que compusessem os personagens que havíamos criado para aula, como o corsário, a pirata e a bucaneira. Por fim, pedimos que os estudantes construíssem uma história a partir desses personagens e do conteúdo abordado.

RESULTADOS: Os alunos se mostraram receptivos com as estratégias utilizadas e o entusiasmo pôde ser observado tanto pelas suas reações como pelo visível interesse, demonstrando o benefício que pequenas modificações no ambiente comum podem trazer consequências positivas enormes. O cuidado com o roteiro de dramatização, especialmente a importância de se transmitir o conteúdo sobre pirataria através do diálogo teatral, também trouxe ótimas consequências que foram percebidas através da análise da avaliação proposta, visto que a grande maioria dos alunos conseguiu criar sua própria história a partir das figuras do pirata, da bucaneira e do corsário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: O trabalho em questão se torna pertinente por expor resultados positivos na construção de projetos com a utilização de recursos lúdicos para o ensino de História, tendo como o foco os anos finais do Ensino Fundamental da Rede Pública de escolas. Para além das experiências adquiridas pelos bolsistas do PIBID, Sua importância pode ser observada no fato de permitir que os estudantes estabeleçam uma ponte entre o que absorvem diariamente e os temas históricos.

BIBLIOGRAFIA
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. O Saber Histórico na Sala de Aula. 11. Ed. São Paulo: Contexto, 2008.
BURKE, Peter. A escrita da história: Novas perspectivas. São Paulo: UNESP, 1992.
DESGRANGES, Flávio. A pedagogia do teatro: provocação e dialogismo. 3. Ed. São Paulo: Hucitec; Mandacaru, 2011.
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História: experiências, reflexões e aprendizados. 12. Ed. Campinas, SP: Papirus, 2011.
PINTO, Cibele Lemes e TAVARES, Helenice Maria. O lúdico na aprendizagem: Aprender e aprender Rev. Da Católica, Uberlândia, v.2, n.3, p.226-235, 2010.

Erros e Possibilidades Didáticas no Ensino de História

Resumo Expandido enviado pelos bolsistas Philipe Paulino e Rayssa Nascimento, da Equipe Oswaldo Lima Filho, para o 1º Seminário estadual do PIBID e PIBID diversidade do estado de Pernambuco – Recife, 16 e 17 de Novembro.

ERROS E POSSIBILIDADES DIDÁTICAS NO ENSINO DE HISTÓRIA PARA TURMAS DO FUNDAMENTAL II.

Philipe Silva de Lima Paulino
Rayssa Karynne Silva do Nascimento
Roberto José Soares de Moura 
paulinophilipe@live.com
rayssakarynnesilva@gmail.com
betobessone@gmail.com
PIBID História UFPE – Escola Oswaldo Lima Filho

REUSMO: A proposta desse trabalho é analisar erros de planejamento e execução de uma sequência didática executada pelo PIBID História da UFPE na Escola Oswaldo Lima Filho sobre período renascentista e a obra de Dante de Alighieri. O referencial literário apresentado aos estudantes foi a obra A Divina Comédia. Dentre os problemas encontrados na execução das aulas elencamos: escolha do tema; longa duração do projeto e as avaliações. Partindo das reações positivas e negativas, por parte dos estudantes e da percepção que houve más escolhas metodológicas por parte do grupo, esta reflexão visa utilizar análise dos docentes em sala de aula como uma ferramenta para a promoção de melhores práticas docentes no ensino de História para os anos finas do nível Fundamental.

Palavras-chave: Erro docente, Ensino Fundamental, Ensino de História.

INTRODUÇÃO: Muito comum na bibliografia educacional são as discussões sobre os erros dos discentes, via de regra, relacionados aos assuntos da grande área da avaliação da aprendizagem. Neste trabalho, ao invés de nos centrarmos na avaliação dos erros e dos acertos de estudantes, priorizaremos analisar os nossos erros, cometidos ao longo do planejamento e da execução de uma sequência didática. Durante o primeiro semestre de 2017 o PIBID/História objetivou aprofundar a relação entre ensino de história e diferentes linguagens metodológicas, priorizando a utilização didático-pedagógica de linguagens artísticas. Tendo em vista que, o conteúdo programático de história para o 6º ano da Escola Oswaldo Lima Filho a época, era o Renascimento Cultural (Séculos XIV-XVI), propusemos trabalhar com a literatura de Dante, especificamente, com a Divina Comédia. Durante e após a conclusão da execução do planejamento fomos percebendo nossos erros.

OBJETIVOS: Analisar os erros cometidos durante a atuação docente lecionando o “Renascimento cultural” para as turmas dos 6º anos do ensino fundamental  da Escola Oswaldo Lima Filho, no Recife.

REFERENCIAL TEÓRICO: Para o embasamento teórico-metodológico foi (e está) sendo construído tendo por base autores como Alves (2015), Caimi (2007), Davis (1990), Meirieu (1998), Santos (2013) e Saucedo (2013). 

PERÍODO DE REALIZAÇÃO: Os questionamentos e autocríticas sobre essa sequência didática começaram logo após o fim do plano, assim, a duração das reflexões sobre esse trabalho ocorreu entre o fim de abril e outubro de 2017.

METODOLOGIA: Para o embasamento metodológico foi (e está) sendo construído graças às sugestões dadas pela nossa coordenadora do PIBID; pelo decorrer das nossas experiências em sala de aula e principalmente pela leitura de teóricos sobre Ensino de História; reflexão sobre o erro em sala de aula; e sobre planejamento. Nossas fontes foram sumariamente secundárias. A princípio, a equipe conversou para tentar descobrir onde erramos, mas por inexperiência não chegamos a muitas conclusões, pedimos indicação e uma correção à nossa coordenadora geral do PIBID História UFPE, Adriana Maria Paulo da Silva. Logo em seguida, houve a sugestão de fazer essa comunicação sobre erro de planejamento e com isso nos debruçamos nas leituras sobre os temas que serão analisados na comunicação. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Consideramos ter sido fundamental nosso exercício de autocrítica como docentes ainda em formação, enfrentando nossas expectativas como professores e observando as respostas produzidas por nossos “alunos”. Identificamos que uma das problemáticas ocorreu quando não fora trabalhar a obra de Dante com os estudantes em sala de aula, apenas apresentada a partir das nossas visões e narrativas; outro ponto a ser considera está na extensão observada nos planos, ao todo foram executados 300 minutos sobre a temática e isso ao final foi considerado um grande erro de percurso por não saber melhor trabalhar o tempo com um tema e uma obra tão vastos. Por fim, os usos dos métodos avaliativos que não alcançaram o desejado visto à dificuldade e complexidade da temática abordada em sala de aula. 

BIBLIOGRAFIA
ALVES, Alan Nickerson. A influência pedagógica para o ensino religioso na formação cidadã. Diversidade Religiosa, v. 1, n. 2, 2015.
CAINELLI, Marlene. O que se ensina e o que se aprende em História. História: ensino fundamental/Coordenação Margarida Maria Dias de Oliveira. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. p. 17-34. 
CAIMI, Flávia Eloisa. Meu lugar na história: de onde eu vejo o mundo? História: ensino fundamental/Coordenação Margarida Maria Dias de Oliveira. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. p. 59-82.
DAVIS, Cláudia. O papel e a função do erro na avaliação escolar. R. bras. Est. pedag. Brasília, 72 (1711:196-206, maio/ago. 1990
JUNIOR, Décio Gatti. Demandas sociais, formação de cidadão e ensino de História. História: ensino fundamental/Coordenação Margarida Maria Dias de Oliveira. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. p. 105-130.
MEIRIEU, Philippe. Aprender...sim, mas como/ Philippe Meirieu; trad. Vanise Dresch – 7. ed. – Porto Alegre: Artes Médicas, 2007. p. 105-123. 
SAUCEDO, Kellys Regina Regis. Docência do ensino religioso: ciência e religião na formação dos professores. Rev. Eletrônica Pesquiseduca, Santos, v. 05, n. 10, p.244-261 jul.-dez. 2013.


O Samba de Enredo e o Ensino de História

Resumo Expandido enviado pelos bolsistas Talysson Verçosa e Hélder Freitas, da Equipe Oswaldo Lima Filho, para o 1º Seminário estadual do PIBID e PIBID diversidade do estado de Pernambuco – Recife, 16 e 17 de Novembro.

O SAMBA DE ENREDO E O ENSINO DE HISTÓRIA - REPRESENTAÇÕES FEMININAS NAS CORTES AFRICANAS DA ANTIGUIDADE

Hélder Douglas Ferreira Freitas
Roberto José Moura
Talysson Caíque Santos Verçosa
helder.1689.doug@gmail.com
betobessone@gmail.com
vercosat@gmail.com
PIBID História UFPE – Escola Oswaldo Lima Filho 

RESUMO: Este trabalho discute a execução de uma sequência didática de história antiga para uma turma de 6º ano do ensino II, no segundo bimestre de 2017, cujos objetos de ensino foram os reinos africanos (Cuxe, Meroé, Axum e Egito). Tendo em vista a necessidade de incluir positivamente as temáticas de gênero nos conteúdos escolares, bem como a nossa convicção de que é possível promover, alegre e significativamente, as aprendizagens em história, mobilizamos como recurso didático o samba enredo do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro de 2007: "Candaces". Promovemos, além disso, uma aproximação dos estudantes com a estética e a musicalidade africana, afro-brasileira e negra.

Palavras-Chave: África; Candaces; Samba de enredo.

INTRODUÇÃO: A sala de aula está em constante transformação para tornar os processos de ensino-aprendizagem mais dinâmicos e significativos para a realidade dos estudantes. A incorporação da linguagem musical ao ensino de História, por exemplo, em um país rico em cultura como o Brasil, reclama uma percepção mais consciente da canção popular como recurso didático que sugere uma prática ativa, criativa e integradora. Ora, se a concepção de História como processo reclama uma concepção dinâmica, a prática em sala também. Nesse sentido, o samba se mostra como ótimo recurso no trabalho de conteúdos programáticos como História da África. 
Para as turmas de 6º ano do ensino fundamental, a temática africana surge em dois momentos: a sociedade egípcia e os impérios de Cuxe e Meroé. Visando levar os alunos a uma visita positiva à África, escolhemos estudar alguns de seus reinos e impérios através da história de algumas figuras femininas. Ousamos nos aproximar de uma parte da história do continente africano através de um diálogo entre a historiografia e a proposta do samba-enredo escolhido (importante produto cultural da sociedade brasileira) sobre as possibilidades do "ser mulher" na antiguidade. O samba de enredo da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, Candaces, à vista do exposto, permitiu esse exercício através de uma contextualização histórica de rainhas-mães, mulheres guerreiras e governantes de impérios no berço da humanidade.

OBJETIVOS: Analisar a execução das aulas sobre a representatividade da figura feminina na realeza africana, identificando a questão das “funções” das mulheres na antiguidade, a partir da leitura e interpretação do samba de enredo “Candaces”. 

REFERENCIAL TEÓRICO: Dialogamos com textos referentes à relação entre música e ensino de história (DAVID, 2006) representado pelo samba do Salgueiro (2007), a coleção da UNESCO sobre História Geral da África, procuramos uma abordagem de um método didático necessário para fazer o aluno ler criticamente a prática social na qual vive (WACHOWICZ, 1995), e, por fim, o livro “África na sala de aula” da autora Leila Hernandez (2005). Nesse sentido, reafirmamos aqui o nosso dever, como professores, com a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História da África e Afro-brasileira, medida significativa para se pensar um ensino de história que leve à reflexão crítica desse continente repleto de história, cultura e ressignificações.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO: O planejamento das aulas ocorreu entre os dias 24 de julho e 4 de agosto de 2017, para posterior execução entre, 7 e 10 de agosto de 2017. 

METODOLOGIA: O plano de aula sobre Candaces foi planejado para 100 minutos. Procuramos embasamento em autores que trabalhavam a história da África e o ensino, e, posteriormente, discutimos sobre a inserção do samba como recurso didático alternativo. Em seguida, mobilizamos ferramentas para reprodução de vídeo e slides.
Durante a execução da aula, primeiramente concedemos espaço aos estudantes para que pudessem apresentar suas concepções de realeza e, logo após, discutimos sobre as diferentes concepções do tema em diferentes tempos e sociedades, contextualizando, dessa forma, os impérios africanos geográfica e historicamente. Depois, dedicamos o segundo momento da aula à reprodução do samba enredo do Salgueiro com a apresentação da letra para que eles pudessem acompanhar e questionar palavras desconhecidas. A partir daí, com base na música, discutimos interativamente não somente sobre as Candaces, as rainhas-mães, como também outras rainhas ressignificadas na cultura pop da mídia. Usamos, por exemplo, a figura da Cleópatra tanto na visão cinematográfica quanto no videoclipe da cantora Katy Perry, mostrando, posteriormente, como seria sua real fisionomia em imagens.

RESULTADOS: Recursos audiovisuais costumam atrair a atenção dos alunos mais do que aulas puramente expositivas e dessa vez não foi diferente: houve interesse, questionamentos e interação. Todavia, percebemos a rejeição de alguns alunos à musicalidade presente no samba através de comentários (“Isso é macumba”) e gestos zombeteiros. De forma semelhante, ao compararmos a figura cinematográfica da Cleópatra branca, com a figura histórica negra, a concepção de beleza dos alunos se mostrou eurocêntrica, exigindo uma posterior intervenção didática, sobre as concepções de beleza, autoestima/autorreflexão; além de noções relacionadas à negritude e à positivação do fenótipo africano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Como fonte de pesquisa, a música permite a integração da forma e conteúdo como força de expressão e comunicação. O presente trabalho demonstrou como esse recurso didático permitiu o levantamento de questões de gênero, representações de poder, concepções de beleza, negritude e influência da indústria audiovisual nos discursos, imagens contemporânease na autoimagem dos estudantes. Ressaltamos, dessa forma, a importância do uso de novas metodologias que permitam que professor e aluno vejam de forma crítica tanto a história vivenciada em outros tempos e espaços, quanto suas práticas sociais atuais.

REFERÊNCIAS
DAVID, Célia M.. Música e ensino de História. In: Malatian, Teresa; David, Célia M.. Pedagogia Cidadã: Cadernos de Formação. Franca: UNESP, 2006.
HERNANDEZ, Leila Leite. A África na Sala de Aula: Visita à história contemporânea. Selo Negro, 2005.
LECLANT, J. O Império de Kush: Napata e Meroé; HAKEM, A.M.ALI, A civilização de Napata e Meroé In.: História Geral da África II, África antiga. Editado por GarnalMokhtar. Brasília: UNESCO, 2010.
WACHOWICZ, Lilian Anna. O método dialético na didática. Campinas: Papirus, 1995.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

"Ancestralidade e Resistência" na Semana da Consciência Negra da EREM Trajano de Mendonça

                               

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Nesta última terça-feira (21 de novembro), a Equipe da EREM Trajano de Mendonça do PIBID-HISTÓRIA-UFPE fez uma intervenção na Semana da Consciência Negra, organizada pela própria Escola. Durante os cinco dias de atividades, houve espaços de declamação de poesia, apresentação de peças teatrais - construídas e encenadas pelos próprios alunos(as) - e apresentações musicais. 

A intervenção proposta pelo PIBID teve como eixo temático "Ancestralidade e Resistência". O objetivo do trabalho era o debate em torno da memória, o protagonismo de negros e negras em suas mais diversas ocupações e espaços de luta, proporcionando, assim, um espaço para se pensar em referenciais negros(as) no passado e no presente.

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Intervenção "Ancestralidade e Resistência" - 2º Ano A

Duas semanas antes da data citada anteriormente, elaboramos um questionário com 6 perguntas (por exemplo: Quem é você? Qual sua identidade racial? Você consegue apontar alguns traços culturais, comportamentais ou físico que herdou de, ao menos, duas pessoas de sua família? Você já sofreu racismo ou presenciou um ato racista? Como você se sentiu?).

A ficha de perguntas, além de fazer uma avaliação inicial dos nossos alunos(as) dos 2º anos A e B, serviu também como uma motivação inicial: no papel, um tópico solicitava que eles(as) levassem, no dia da atividade, um objeto simbólico (algo que tivesse uma história significativa para eles, ou que lembrasse de alguém, etc). A intenção do grupo era promover, através do eixo pessoal e familiar, no primeiro momento, discussões sobre a memória e a relação com a família, ou com pessoas que representassem ou fossem inspiração para eles.


Segundo Maria Deíse Cardoso (UESPI) e Lucélia  Almeida (UESPI), no artigo "Verso e Conversa: Elos de Memória na Poesia de Solano Trindade", "Os primeiros laços da memória coletiva são criados dentro da família, que é o primeiro grupo, independentemente de sua configuração, (...) que revelam o lado social a qual o ser humano sempre fará parte.". 

Perguntamos quais as dificuldades deles em torno do questionário e, em ambas as salas, uma quantidade significativa afirmou que ainda não conseguem definir sua identidade racial ou se diz "pardo" porque terceiros legitimam ou deslegitimam quando eles se autodeclaram negros(as). 

Através da "Caixa das Memórias", o debate em torno dos objetos e das histórias contadas por eles sobre suas vidas, viabilizando também a reflexão sobre a importância da memória e como ela pode estar relacionada à construção da identidade. Dessa forma, trazendo do plano individual para o coletivo, introduzimos sobre a temática negra.

Questionamos os alunos e alunas se eles achavam que os negros e negras criaram uma memória e qual memória eles tinham desses agentes sociais. Entre respostas de "escravidão", "resistência", "luta", muitos deles(as) apontaram como o passado histórico desse grupo era importante para também lutar nos dias de hoje, pontuando diversas situações de racismo que presenciaram ou passaram. 

Com isso, introduzimos a questão da "Ancestralidade", usando como referência a Profª Drª Isabel Guillen, no artigo "Ancestralidade e oralidade nos movimentos negros de Pernambuco", onde a pesquisadora aponta sobre como personagens históricos do passado (ancestrais) tem grande força na atualidade, de forma que estes dão "ânimo à luta" e tornam-se referências para as dificuldades do cotidiano. Ou seja, as pessoas ancestrais estão relacionadas a pessoas a se espelhar, pessoas que são referência para combater o racismo.

Sendo assim, levamos uma série de personagens da História que resistiram e são pessoas, ainda que muitas não conhecidas por eles, tiveram uma contribuição muito importante na luta pelas direitos civis dos negros e negras, na luta contra a opressão e contra a diferença racial. Nomes como Ângela Davis (Panteras Negras), Zumbi dos Palmares (Líder Quilombola), Solano Trindade (Poeta Pernambucano), Martin Luther King (Líder Político), Dona Santa (Grande nome do Maracatu Pernambucano), entre outros grandes nomes da História.  

Um vídeo (disponibilizado pela página do Facebook "Quebrando o Tabu") de um discurso de Martin Luther King, com imagens da atualidade, foi utilizado em sala de aula, para inspirá-los.






Em seguida, propomos a reflexão: "Porque falamos dos negros de maneira tão distante? Qual a nossa dificuldade em nos reconhecermos parte desse grupo, de nos autodeclararmos negros?". A partir desse momento, debatemos o "Mito da Democracia Racial no Brasil" e dentro das próprias falas dos alunos(as) isso era colocado como ponto de uma crise de identidade racial e o questionamento: somos uma miscigenação, mas, porque ainda existe racismo no Brasil?

Levamos, então, inúmeras pessoas que estão resistindo atualmente no Brasil, com seus discursos, posicionamentos ou, simplesmente, por ocupar cargos onde, até então, eram invisibilizados(as), como Lázaro Ramos (Ator), Taís Araújo (Atriz), Liniker (Cantora trans), Djamila Ribeiro (Filosofa), Elza Soares (Cantora), Rafaela Silva (Judoca - Medalha Olímpica no Rio 2016), entre outros(as).

Nossa avaliação foi uma atividade chamada "Árvore da Negritude", fazendo referência à árvore genealógica com a temática negra. Nesta árvore, os alunos(as) deveriam desenhá-la e escrever o nome de pessoas negras que são referência para elas e apontar uma característica dessa pessoa que fosse inspiradora ou que a motivasse de alguma forma, podendo ser desde pessoas da família, até mesmo professores(as), colegas de sala ou grandes nomes famosos da História. 

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                                      Realização da atividade "Árvore da Negritude" - 2º A


"Árvore da Negritude" - 2º ano B


"Árvore da Negritude" - 2º Ano B


Se, a consciência está relacionada com a expansão da mente, que a Consciência Negra seja para recontarmos a História, repensarmos em nossos privilégios, "enegrecermos" e lutarmos por uma realidade diferente, mais justa. Como disse Martin Luther King: "que de cada encosta, a liberdade ressoe."

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARDOSO, Maria Daíse de Oliveira. ALMEIDA, Lucélia de Souza. Verso e Conversa: elos de memória na poesia de Solano Trindade. Encontro de História Oral. 2014 (Disponível em: http://www.encontro2014.historiaoral.org.br/resources/anais/8/1398876228_ARQUIVO_Versoeconversapublicar.pdf)
GUILLEN, Isabel Cristina Martins. "Ancestralidade e oralidade nos movimentos negros de Pernambuco". 2013. XXVII Simpósio Nacional de História.
(Disponível em: http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364666404_ARQUIVO_Ancestralidadeeoralidadeanpuh.pdf)



segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Plano de Aula: Índia de contrastes – Uma aula sobre religião e sociedade indianas.


Equipe: Oswaldo Lima Filho
Integrantes: Bruna Alencar, Helder Freitas, Philipe Paulino, Rayssa Nascimento e Talysson Verçosa.
Turmas: 1º Ano do Ensino Médio
Título: Índia de contrastes – Uma aula sobre religião e sociedade indianas.
Tema da aula: A sociedade de castas Indianas, a Religião Hindu e as relações de desigualdade existentes na Índia e no Brasil.
Tempo: 100 minutos.


Objetivos:

Relacionar a situação dos dalits com a religião indiana;
Solidarizar-se com a exclusão/desigualdade social e de gênero indiana;
Identificar práticas de exclusão/desigualdade na sociedade brasileira atual.

Conteúdo: 

Hinduísmo;
A questão social e de gênero na Índia.

Metodologia:

1) Questionar os alunos sobre seus conhecimentos ou compreensões sobre a Índia, através de perguntas relacionadas aos meios de comunicação, os recursos audiovisuais (TV, internet, Youtube, Novelas, Filmes e Séries), e livros; – 10 minutos
2) Breve presentação geográfica da Índia, demonstrando como essa região vive desde épocas antigas no centro de grandes sociedades como a chinesa, a persa, a mongol, e grandes impérios, romano e inglês; - 5 minutos
3) Abordar a religião Hindú de forma a relacionar os escritos sagrados, Vedas, à pirâmide casteísta presente na Índia; - 10 minutos
4) Aliar títulos de reportagens sobre a Índia, encontrados em sites de notícias famosos (Veja, BBC, G1), com as referências bibliográficas para ilustrar a realidade social dos dalits e das mulheres indianas; - 20 minutos
5) Contrastar as práticas de exclusão social na Índia e no Brasil, de forma que os alunos percebam que tais práticas, exclusivas e patriarcais, são um fenômeno global e não parte de uma cultura indiana. – 20 minutos

Avaliação:

Identifique e disserte sobre os grupos excluídos da sociedade brasileira. É possível fazer um paralelo entre a divisão de castas, na Índia, e a divisão de classes, no Brasil? Quem seriam os “dalits” brasileiros? Justifique. – 25 minutos

Eventualidades: 

10 minutos.

Referências Bibliográficas:

COSTA, Florência. Os indianos.  Coleção Povos & Civilizações. São Paulo: Editora Contexto, 2012.
HOFBAUER, Andreas. Racismo na Índia? Cor, raça e casta em contexto. Rev. Bras. Ciênc. Polít. 2015, n.16, pp.153-191. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1590/0103-335220151607>.
KRISHNAN, Kavita. Cultura do estupro e machismo na Índia em globalização. SUR: Revista Internacional de Direitos Humanos, São Paulo, v. 12, n. 22, p. 263-267, dez. 2015. Disponível em: < http://sur.conectas.org/>.
SAFFIOTI, Heleieth I.B. A Mulher brasileira na sociedade de Classes: mito e realidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1976.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Equipe EREM Porto Digital desenvolve jogo de tabuleiro sobre os mongóis

Quando você pensa em uma sala de aula, o que vem à sua mente? Um quadro de giz, cadeiras e mesas, lápis de cor, papel, tesoura, notas e livros?  E os jogos e brincadeiras? Muitas pessoas costumam relegá-los ao horário do intervalo, já que brincar é uma atividade considerada apenas como uma forma de diversão. Também por este motivo, jogos são frequentemente ignorados pelas instituições escolares e educadores.  Contudo, com as novas questões propostas à educação do século XXI, este cenário tende a mudar. Isto porque, cada vez mais, professores e escolas percebem a importância do aspecto lúdico para o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança. Partindo da oficina sobre jogos que reuniu todos os professores supervisores e bolsistas do PIBID de História da UFPE, ministrada pelo professor Lucas Silva da UFRPE, e compreendo a importância do lúdico na aprendizagem, a equipe do Porto Digital desenvolveu o Dinamimica, um jogo de tabuleiro com a finalidade de potencializar os conhecimentos sobre a Mongólia. 


Alunos do 1° ano B se divertem ao mesmo tempo que aprendem.

O Dinamimica consiste num jogo de tabuleiro similar ao já popular "Imagem e Ação". A finalidade do jogo é que os alunos se dividam em grupos, no máximo de 5 (cinco), e que a partir do tipo de carta retirada. "Ação", "Objeto" ou "Mix" possa fazer uma mimica relacionada à Mongólia para que os amigos possam adivinhar. Aplicado nas turmas do 1° ano A e B, a atividade foi um sucesso. Conforme depoimento de alguns alunos, a importância da atividade residiu na aproximação de um conteúdo distante da realidade vista hoje no Ensino Médio (a Mongólia) e uma atividade que eles já vivenciam em outros momentos (o ato da mimica). Sendo o professor responsável da instituição de ensino, o professor José Alexandre da Silva, junto aos bolsistas, elaboraram a confecção do material: tabuleiro em banner, ampulheta em madeira e as cartas. A equipe de bolsistas (Felipe Fernandes, Márjorie Maria, Jeani Gomes, Larissa Carvalho e Mariana Nogueira) observou que a sociedade possui uma grande diversidade de formas e meios de comunicação, e para se destacar, é importante que o indivíduo tenha a competência da leitura e da compreensão de diferentes linguagens. Expressões corporais e verbais são bem consideradas em nosso convívio social. Contudo, nas atividades escolares, é comum que as crianças se concentrem somente no aprendizado sobre a leitura e a escrita. 
Um dos maiores desafios do dia a dia do professor é transformar a aprendizagem numa tarefa lúdica, especialmente entre os jovens. Para isso, não é preciso apenas muita criatividade e jogo de cintura para lidar com a carga energética dos alunos, mas também instrumentos que atendam as necessidades pedagógicas dos alunos e atraiam o interesse deles. Jogos e brincadeiras são perfeitos para isso. 
Dinamimica atraiu a atenção dos alunos recém-ingressos no Porto Digital.

Além de serem muito divertidos, estes jogos auxiliam no aprendizado, fornecendo diretrizes sobre o respeito às regras, estratégia e controle o tempo, proporcionando ao jovem o desafio de superar a si mesma e de trabalhar em equipe. Como instrumento de aprendizagem, os jogos ajudam no desenvolvimento do aluno sob as perspectivas criativa, afetiva, histórica, social e cultural. Jogando, o jovem inventa, descobre, desenvolve habilidades e experimenta novos pontos de vista. Tanto as potencialidades quanto as afetividades do aluno são harmonizadas no desenvolvimento das habilidades sociais e cognitivas.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

EREM Martins Júnior realiza Festival Árabe


     No dia 5 de outubro o PIBID de História em parceria com o PIBID de Biologia, juntamente com os profissionais da escola coordenados pela professora supervisora Adriana Maia realizaram um Festival Árabe, com o intuito de mostrar uma nova perspectiva do Oriente Médio diferente do que é perpassado nos noticiários que apresenta de maneira generalizada a questão do terrorismo e do fundamentalismo religioso. O evento se deu através da realização de oficinas para fomentar o interesse pela cultura árabe, sendo elas: 
  • Oficina de Culinária Árabe ministrada pelo PIBID de Biologia e a professora Silvana Miranda:
  • Equipe de professores que colaboraram para a realização do Festival Árabe
    Equipe do PIBID de Biologia e a professora Silvana Miranda
    A culinária Árabe 
      Estudantes do 2º B na palestra sobre a culinária Árabe 
  • Oficina de Literatura Árabe coordenada pela bibliotecária Mariluce Oliveira
Painel de exposição sobre o conto árabe

Estudantes dos 1º anos reunidos na oficina de literatura 

Equipe do PIBID de História e a supervisora Adriana Maia 

  • Oficina de Azulejos coordenada pela professora Maria Mendes 
Fachada da oficina de Azulejos

Estudante do 2º C na elaboração de um azulejo arabesco 

Produto da oficina de Azulejos no Festival Árabe

    A professora Maria Mendes contou com
a ajuda de estudantes do 2º C como monitores na oficina

Estudantes dos 2º anos na produção de azulejos arabescos

  • Oficina de Mídias Digitais com o PIBID de História e a professora Adriana Maia
A professora Adriana Maia e os estudantes do 1º B em uma conversa
              sobre a importância da realização do festival árabe

PIBID de História e os estudantes do 3º ano A e B
em uma conversa sobre o conflito árabe-israelense

Exibição de vídeos acerca da temática proposta pelo festival
Oficina de QR CODES oferecida aos estudantes do 3º A e B
para melhor entendimento do conflito árabe-israelense
                                          
Oficina de QR CODES oferecida aos estudantes do 3º A e B
para melhor entendimento do conflito árabe-israelense

   Durante a culminância do evento os estudantes apresentaram uma peça teatral para toda comunidade escolar e em seguida o Cine Inovação apresentou vídeos acerca da temática do Oriente Médio. Este evento conseguiu mobilizar todos os estudantes da escola e teve sua origem do projeto bimestral do PIBID de História da escola que tratou dos conflitos árabes-israelenses nas turmas do 2º anos.