quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

I SEMINÁRIO PIBID ESTADUAL: Da enciclopédia à Wikipédia - Pensando os meios de difusão do conhecimento

DA ENCICLOPÉDIA A WIKIPÉDIA - PENSANDO OS MEIOS DE DIFUSAO DO CONHECIMENTO
Introdução
Este trabalho visa apresentar ao leitor a aula intitulada “Iluminismo: Da Enciclopédia à Wikipédia” aplicada na EREM Professor Trajano de Mendonça, localizada no bairro de Jardim São Paulo, na Região Metropolitana do Recife. A referida aula foi aplicada no dia 04 de Outubro de 2016, em turmas do 2º ano do Ensino Médio.
A aula visou abordar estratégias de difusão do conhecimento na modernidade (Enciclopédia) e uma das utilizadas nos dias de hoje (Wikipédia). Esta associação é feita na medida em que ambas tem a pretensão de difundir “todo” o conhecimento dito universal.
Fundamentação teórica
Na elaboração da aula utilizamos como referencias básicas os volumes I e II de “Uma história social do conhecimento” (2003; 2012) de Peter Burke, que tem como subtítulos “De Gutemberg a Diderot” e “Da Enciclopédia à Wikipédia”, respectivamente. Estes livros foram utilizados por nós como referencial teórico devido ao nosso intuito de estabelecer uma relação entre a Enciclopédia e a Wikipédia, tendo em vista que ambos são meios de divulgação do conhecimento dito universal.
Para, além disso, também utilizamos Alfredo Boulos Júnior: “História: sociedade e cidadania”. Sendo este um livro didático. Utilizamo-lo pois é o principal meio pelo qual o conhecimento chega até os estudantes, sendo assim, ele merece nossa análise no momento de planejamento de uma proposta didática, seja no intuito de criticá-lo ou de complementá-lo.
Houve ainda a utilização de Antoni Zabala como referencial metodológico, no sentido de que este propõe a preocupação com o estabelecimento de objetivos conceituais, processuais e atitudinais.
Objetivos
Durante a aula, estabelecemos como primeiro objetivo que os alunos pudessem analisar a Enciclopédia como uma forma de difusão do conhecimento no período do Iluminismo, compreendendo sua forma de uso, de elaboração e suas características estruturais. Para que a partir deste conhecimento prévio pudéssemos alcançar nosso segundo objetivo: que os alunos pudessem destacar um espaço que nos dias atuais possuísse as mesmas pretensões como difusora de conhecimento, e neste caso, foi a Wikipédia. A análise deste site foi feita no mesmo intuito da Enciclopédia, focamos na discussão entre as diferenças na forma de produção de conhecimentos entre Enciclopédia e Wikipédia e suas amarras.
A aula foi concluída com a efetivação de nosso ultimo objetivo, a elaboração por parte dos alunos de verbetes em uma plataforma impressa da Wikipédia. Sendo este de fundamental importância, pois os alunos colocaram-se na posição de agentes do seu próprio conhecimento, como capazes de produzi-lo e divulga-lo para outras pessoas.
Metodologia
Diante da observação do cotidiano dos alunos foi possível constatar que o uso da internet de uma maneira geral é comum em suas vidas, sendo assim, pensando na abordagem de um conteúdo que fosse significativo para os estudantes, optamos por fazer uma relação entre duas formas distintas de difusão do conhecimento: a enciclopédia, do período iluminista e a Wikipédia, utilizada na atualidade.
Nesta aula estabelecemos como motivação inicial a disposição de enciclopédias em suas bancas, logo em seguida foram formados grupos para que os alunos pudessem analisá-las coletivamente. Após a constatação por parte dos alunos de algumas características básicas das enciclopédias como, o tipo de conteúdo que aborda, a forma como é estruturada: em verbetes, etc. os professores começaram um processo de estímulo através de questionamentos como, “Hoje que mecanismos têm essa pretensão de difusão do conhecimento?” e “Quem idealizou a construção da enciclopédia? Quais as pessoas que informavam através da enciclopédia?” para que os alunos pudessem ultrapassar suas zonas de desenvolvimento proximal, assim, estabelecendo debate constante com os discentes.
Resultados
Tivemos ao final de nossas atividades um resultado considerado extremamente positivo. Na aula com o tema “Iluminismo: Da Enciclopédia à Wikipédia”, foi possível comparar o tipo de conhecimento a que temos acesso hoje e como este acesso era feito pelas pessoas do século XVIII e que pessoas eram estas. Diversas reflexões surgiram como, “Qual a diferença entre conhecimento e informação?”, qual a veracidade ou não dos conteúdos presentes na Wikipédia, quem pode produzir esse conteúdo, etc. Chegamos à conclusão, que hoje a Wikipédia é uma ferramenta mais acessível para aqueles que queira divulgar algum conhecimento, seguindo esta lógica, a nossa avaliação direcionou os alunos a criar numa plataforma impressa da Wikipédia, verbetes que possuíssem temas que lhes fossem interessantes.
Diversos assuntos surgiram como o “Mangue Beach”, “feminismo”, “amor”, “amizade”. Compartilhamos os textos produzidos em sala de aula, concluindo que somos capazes de construir informações e repassa-las adiante de uma forma mais acessível do que na época do Iluminismo, porém, nunca esquecendo as problemáticas que caminham juntas com essa facilidade ao acesso e produção de informações.
Conclusões
Instantes como esse consistem em ganhos inestimáveis para a formação docente. Os caminhos e os descaminhos formam a teia da aprendizagem. Ensinar história é um mar que nos oferece diversas rotas, podemos acertar o destino ou tentar novamente. As frustrações acontecem, mas a busca é o caminho. Não faz parte do fazer docente permanecer na inércia, mas sim, estar sempre disposto a conhecer novos caminhos, novos métodos e novas análises da história.
Referencias

  • BURKE, Peter. Uma história social do conhecimento: de Gutemberg a Diderot. Rio deJaneiro: Jorge Zahar, 2003.
  • BURKE, Peter. Uma história social do conhecimento: II: da Enciclopédia à Wikipédia. Tradução Denise Bottmann. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
  • História da Sociedade e Cidadania, Alfredo Boulos Júnior.
  • ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

EXPOPIBID: A estética do Teatro do Oprimido desconstruindo o Brasil no "Ciclo do Ouro"

A ESTÉTICA DO TEATRO DO OPRIMIDO DESCONSTRUINDO O BRASIL NO “CICLO DO OURO”

Introdução


No dia 29 de agosto, o Pibid-História-UFPE desenvolveu atividades no EREM Professor Trajano de Mendonça utilizando a linguagem teatral como instrumento do ensino de História. A aula intitulada "A estética do Teatro do Oprimido desconstruindo o "Ciclo do Ouro" no Brasil" vivenciou a técnica "Teatro-Imagem", idealizada por Augusto Boal, com os 2º anos A e B. Este trabalho pretende consiste em apontar: os referenciais teórico-metodológicos utilizados no planejamento da aula, a abordagem da proposta e os resultados em termos de ensino-aprendizagem.
Fundamentação Teórica
Augusto Boal (1931-2009) foi um grande teatrólogo brasileiro que é conhecido, principalmente, pela criação do Teatro do Oprimido (TO), sendo hoje conhecido mundialmente e sua estética uma das mais utilizadas na prática teatral, assim como para fins formativos, terapêuticos, entre outros. Na Poética do Oprimido, o povo é transformado em ator (ação). O espectador deixa de ser passivo e se transforma em “espect-ator”, transformador da ação dramática, assumindo um papel protagônico. Nessa construção de “espect-ator” o corpo humano vai sendo conhecido, para torná-lo expressivo. Com jogos de expressão, o objetivo é desmecanizar o corpo - fora do usual, do cotidiano - e se dispor a linguagem do teatro, utilizando como instrumento de transformação do meio ao qual estamos inseridos. Sendo assim, Boal atendia a nossas questões, uma vez que pretendíamos a experenciação, o protagonismo dos nossos alunos e a introdução do conteúdo do “ciclo do ouro” de maneira que ele fosse revisado, reinterpretado e também desconstruído. Uma vez que, previamente, entendemos como possibilidade uma visão simplista, pelos alunos, dos grupos sociais envolvidos no momento da História do Brasil em questão. Dessa forma, a linguagem teatro seria o instrumento de transformação, não só visual, mas passando pelos corpos dos alunos que iam representar suas próprias considerações em torno do tema.
O Teatro do Oprimido tem uma série de variações. A escolhida neste trabalho foi o Teatro-Imagem. É uma prática através da linguagem não-verbal e estimula as expressões fisionômicas. O jogo Imagem de Transição é uma das técnicas primárias do Teatro-Imagem. É uma brincadeira entre escultores e esculpidos (o barro). Um grupo de espect-atores esculpem um grupo de estátuas, isto é, imagens que são formadas pelos escultores nos corpos dos esculpidos. O objetivo é mostrar um pensamento coletivo, sobre um tema.
Utilizamos também Alfredo Boulos Júnior: “História: sociedade e cidadania”, sendo este último livro didático do Ensino Médio. Os livros didáticos são o principal meio pelo qual o conhecimento chega até os estudantes, sendo assim, ele merece nossa análise no momento de planejamento de uma proposta didática, seja no intuito de criticá-lo ou de complementá-lo.
Objetivos
Nosso primeiro objetivo era que os estudantes expressassem seu conhecimento prévio através das esculturas que moldassem e a partir daí que estabelecessem uma justificativa para a sua escultura, isto é, em que pensaram para montá-la. Para que a partir daí pudessem prestar atenção em que narrativa suas representações contavam, lembrando sempre que existem outras. Outras maneiras de colocar aqueles personagens, outros lugares, etc. Buscamos também que eles estabelecessem um olhar crítico sobre o maniqueísmo entre os agentes históricos.
Metodologia
O plano de aula foi executado no auditório da escola. Formamos um círculo com os alunos e iniciamos o aquecimento. Esse momento não só introduziram-os na aula, como também foi um processo para eles tomarem consciência do seus corpos e propondo uma motivação inicial. O aquecimento contou com dois momentos. Em seguida, iniciamos o exercício em dupla intitulado "o espelho". Utilizando apenas o corpo, um deveria ser o reflexo do outro, buscando fazer exatamente os movimentos que seu parceiro ou parceira fazia.
Na terceira etapa, associando o jogo cênico ao ensino de História, através do Teatro-Imagem. Solicitamos que os estudantes se dividissem em dois grandes grupos e a estes que se subdividissem em mais dois (A e B). Para que assim, pudéssemos fazer com que A “esculpissem” os corpos dos integrantes do grupo B como se estes fossem estátuas e vice-versa. Sorteamos temas que estavam inseridos dentro do conteúdo “Ciclo do ouro”, como escravização, inconfidência mineira, além de grupos sociais como “indígenas”, “bandeirantes”, “senhores de engenho” e “a coroa portuguesa” para a representação. Todos as imagens formadas foram fotografadas. A conclusão do trabalho foi feita através da projeção no Datashow das imagens que eles haviam esculpido para que toda a turma pudesse visualizar. Em seguida, iniciou-se um debate com as imagens que exprimiram versões muito específicas da História.
Resultados
Os debates que surgiram a partir das imagens que os estudantes esculpiram foram abundantes. Reflexões a respeito do papel exclusivamente passivo dado por eles aos escravizados, ou num dos casos, a respeito do papel de heróis atribuído aos bandeirantes. As conversas se desenrolaram no sentido de desfazer o maniqueísmo das imagens.
Conclusão
A experiência com o teatro na sala de aula nos trouxe novas perspectivas sobre o Ensino de História. Os alunos saíram da aula gratificados com a experiência em torno da linguagem do teatro, se divertiram com a proposta. Além disso, conseguiram perceber como muitos temas da História podem ter um deslocamento de olhar, debates diferentes do que estavam acostumados e também que, apesar de estarem inseridos num mesmo grupo, conseguem ter visões diferentes sobre o mesmo tema. Enquanto docentes, nos fez pensar sobre como os conteúdos têm chegado na sala de aula e como os debates construídos no meio acadêmico tem sido introduzido nas escolas, principalmente escolas públicas.
Referências Bibliográficas
  • BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores.

  • BOAL, Augusto. Teatro do Oprimido e Outras Poéticas Políticas.
  • JÚNIOR, Alfredo Boulos. História da Sociedade e Cidadania
Este trabalho foi realizado pelas bolsistas Isabella Lótus e Lorenna Rocha, acompanhadas pela Supervisora Overlane Pinto.

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Plano de aula sobre o Império mongol

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) – UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Felipe Fernandes
Jeani Gomes
Laryssa Calado
Mariana Nogueira
Márjorie Pires
Professor Supervisor: José Alexandre da Silva



Tema: Império Mongol
Título: Império Mongol: uma proposta para a superação do etnocentrismo na história escolar.
Série alvo: 1º ano – Ensino Médio.
Objetivos Específicos:
Conceituais: Explicar, oralmente, aspectos da cultura e história do Império Mongol. 
Procedimentais/Comportamentais: Apresentar, por mímica e oralmente, características da sociedade Mongol.  
Afetivos: Valorizar os desdobramentos, os conflitos, a cultura e os diferentes contextos do Império Mongol.

Conteúdos:
·       Império Mongol: Ascensão e decadência
·       Gênghis Khan: História e realizações
·       Cultura do Império Mongol

Momento 1:
Motivação inicial:
Debate crítico sobre conceito de mongol com questionamentos e argumentação sobre o conteúdo, com objetivo de desconstruir os alunos acerca do tema (10 min.)
Momento 2:
Apresentar o título da aula e os objetivos propostos (5 minutos).

Momento 3:
Apresentar trecho do filme ‘‘Mulan’’ de 1998, onde retrata a cena da guerra entre o Império Chinês contra o Império Mongol. Em seguida explanar sobre o funcionamento do Império Mongol, aspectos sociais e políticos, sua tentativa de expansão e levantar o seguinte questionamento: Porque os mongóis eram considerados povos bárbaros?


Momento 4:
Apresentar slides sobre a história de Genghis Kan, suas conquistas e como funcionava seu governo. (20 min.)
Momento 5:
Apresentar trecho da série ‘‘Marco Polo’’ da Netflix, onde retrata a cena em que os mongóis estão tocando uma canção de ida para a guerra. Em seguida explanar sobre a cultura deste povo questionando os aspectos etnocêntricos acerca do tema, com vídeos ligados a dança, música e vestimentas.
Momento 6:
Avaliação de aprendizagem.
Com a fase inicial pautada na expressão, o aluno deverá se utilizar do corpo e de movimentos para retratar palavras com sentidos e conceitos ligados ao assunto, dando dinamismo ao jogo e incentivando o aluno a se expressar no ambiente escolar além da oralidade, em relação com o ensino histórico. Na segunda fase, com ênfase na resposta oral ou escrita, fica possível avaliar o conhecimento do aluno acerca do tema e qual a significação que teve para o mesmo.
Funcionará em duas etapas: expressiva e oral. 
Inicialmente os alunos devem ser separados em grupos-clãs de aproximadamente 5 a 7 alunos. O aluno deverá escolher uma carta que trará duas opções de palavras às quais ele terá que fazer a mímica o de uma delas. Cada palavra, de acordo com o nível de dificuldade, terá uma pontuação que indicará quantas casas deve avançar se acertada a palavra pela equipe. A carta terá suas opções: Uma mais simples (1-3 pontos) e uma opção mais complexa (4-6 pontos). É importante que essa pontuação esteja explícita na própria carta. 
No caso do acerto da palavra pela equipe que escolheu a carta, para conseguir integralmente todos os pontos que a palavra vale, a equipe deve fazer a relação, oralmente, entre a palavra acertada e o conteúdo dado, pontuando essa relação e o que é a palavra exatamente. Será estipulado um tempo de 1,5 minutos para fazer a mímica e acertar a palavra e 1,5 minutos para debater a qual palavra a mímica se refere e sua importância dentro do tema. A todo o momento a equipe só será pontuada se relacionar a resposta ao conteúdo. 
Caso não seja acertada a palavra com a mímica, os outros grupos disputarão de forma oral qual a informação correta, o sentido da palavra e sua relação com o tema abordado. O critério de resposta das demais equipes (após o erro da equipe da vez) será a sorte no dado (o maior número). O grupo que conseguir completar com êxito essa fase ganhará um ponto (avançará uma casa).
Vence o jogo a equipe que concluir o tabuleiro primeiro ou que esteja a frente no momento em que o jogo acabar. É importante ressaltar que as mímicas devem ser feitas de forma rotativa, não podendo repetir um a três alunos, apenas. Todos devem fazer à mímica.* 
* Avaliação feita em aula posterior de 50 minutos.

            Recursos didáticos: Slide, Datashow, Piloto, Quadro branco, vídeos e Jogo Dinamímica.

Referências Bibliográficas:
CAIMI, F. E.. Geração homo zappiens na escola: os novos suportes de informação e a aprendizagem histórica. In: Marcelo Magalhães; Helenice Rocha; Jayme Fernandes Ribeiro; Alessandra Ciambarella. (Org.). Ensino de História: usos do passado, memória e mídia. 1ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, v. 1, p. 165-183, 2014.
Marco Polo (2014). Original Netflix, direção John Fusco.
MONGÓIS: UM POVO BÁRBARO (MAGNÍFICO). Danilo José Figueiredo. Disponível em: http://www.klepsidra.net/klepsidra9/mongois7.html (acesso em 6 de setembro de 2017).

BARBOSA, Elaine Senise. Gengis Khan e as Conquistas Mongóis. In: MAGNOLI, Demétrio [org.]. História das Guerras. São Paulo: Contexto: 2011.