sexta-feira, 30 de junho de 2017

Escola Oswaldo Lima Filho na Era de Ouro da pirataria nos séculos XVI ao XVIII

Com o intuito de agregar algo novo ao conteúdo corrente da escola em que participamos do PIBID, escolhemos o tema Pirataria para trabalhar com os sétimos anos, que vinham estudando a Idade Moderna. A Pirataria é um tema recorrente nos dias de hoje, com o qual os alunos têm contato seja em filmes, desenhos ou animes, que lhe atribuem uma roupagem glamourosa.
Assim, tomando como base o conhecimento dos alunos sobre a expansão marítima e o tráfego pelo Atlântico, abordamos uma faceta pouco estudada na escola mas que contribuiu significativamente para transformar a Holanda e a Inglaterra e grandes potências, pois foi a ação de piratas financiados por eles que praticaram os roubos dos navios de metais preciosos vindos da América e que ajudaram a financiar transformações nessas nações.

Bolsista Rayssa Nascimento junto aos estudantes no decorrer da atividade.

Como objetivo para as primeiras aulas, pretendíamos abordar a pirataria como um fruto desse fluxo de riquezas, que teve seu auge nessa época e que era um crime, apesar de ser  financiada por algumas nações, de acordo com seus interesses particulares, mas que, ao serem atendidos e esses serviços não serem mais necessários, foi combatida seriamente. Um outro tópico que intencionamos para essas aulas era mostrar as diferenças entre os tipos de piratas, suas motivações e como agiam, já pensando em relacionar com as segundas aulas que mencionaremos mais adiante.
Escolhemos para cumprir com esses objetivos, motivados pela oficina de teatro, montar uma aula que expusesse o assunto de forma mais dinâmica, assim, transformamos nosso conteúdo em um roteiro, onde cada professor assumiria um papel e por meio desse diálogo de professores/personagens, abordaríamos os conteúdos e interagiríamos com os alunos de forma a diminuir a pressão, diferente das aulas tradicionais as quais estão habituados, criando um ambiente diferenciado que induziria a curiosidade. Para isso, usamos também de recursos visuais além da caracterização dos professores, no caso um mapa do Atlântico, região em que se desenrolaram os acontecimentos trabalhados em aula. A disposição das cadeiras foi pensada de modo que os alunos sentassem em volta do mapa para que pudessem observá-lo mais de perto e a aula foi dada ao redor desse círculo a fim de quebrar ainda mais a distância dos estudantes com o que vinha sendo trabalhado, a sala de aula era um palco.
Estudantes se divertiram e aprenderam durante a execução do que fora proposto.

Continuando com a nossa sequência didática, procuramos trazer o conteúdo para os dias de hoje e relacioná-lo com o que universo dos alunos, assim trabalhamos a pirataria na Cultura Pop, usando de personagens que os alunos conhecem, de coisas que eles consomem e comparamos a forma com que o tema é tratado e como de fato era a vida em alto-mar. Procuramos também relacionar a pirataria moderna com a pirataria atual, trazendo exemplos como o da Somália e comparando as circunstâncias e motivações em que ambas ocorreram, com o intuito de mostrar que a prática, mesmo que similar, se transforma em diferentes contextos, assim como ressaltar que não é algo que terminou e ficou no passado, mas que ainda se apresenta com novas particularidades.
A elaboração dessas aulas foi pensada de forma a causar proximidade e identificação com o aluno por meio de imagens dos filmes, desenhos e animes que eles costumam consumir e atribuir mais um significado a elas, ou seja, não é só um personagem, há uma história por trás do que ele representa e de como ele é apresentado, desse modo temos como intenção criar uma oportunidade de aprendizado consistente, utilizando da aproximação do aluno com o objeto trabalhado.

Bibliografia:
BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do homem das cavernas às naves espaciais. 3. ed. São Paulo: Globo, v.2, 1993.
FALCON, Francisco. Mercantilismo e transição. São Paulo: Brasiliense, 1989.
HOBSBAWM, Eric J. Bandidos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.
NOVAIS, Fernando A. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). São Paulo: HUCITEC, 1986.

VASCONCELOS, Cláudia Pereira. O Teatro como Linguagem e Fonte no Ensino de História. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011.

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