sexta-feira, 30 de junho de 2017

Equipe EREM Porto Digital e a utilização do jogo na aprendizagem sobre o Recife colonial

              Segundo Huizinga (1995) o jogo pode ser considerado como uma atividade livre, conscientemente tomada como “não-séria” e exterior à vida habitual, mas ao mesmo tempo capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total. É uma atividade desligada de todo e qualquer interesse material, com a qual não se pode obter lucro, praticada dentro de limites espaciais e temporais próprios, segundo uma certa ordem e certas regras. Promove a formação de grupos sociais com tendências a rodearem-se de segredo e a sublinharem sua diferença em relação ao resto do mundo por meio de disfarces ou outros meios semelhantes.
Dando prosseguimento no calendário das atividades, foi elaborada a avaliação “Jogo Colonial”, que devido aos problemas com o cronograma de horários dos discentes só pôde ser aplicada com o 2º ano “A”, devido aos problemas físicos, enfrentados pela escola, no caso a falta de refrigeração, as aulas estão restritas ao turno da manhã, o que acarreta em uma carga horária livre ínfima. As tardes também foram utilizadas pelos docentes para serem realizados trabalhos, seminários, palestras. Desta forma, a avaliação-jogo só foi vivenciada pelo 2° ano “A”, pois o professor supervisor dispunha de duas aulas geminadas, sendo possível a sua aplicação.
Equipe Erem Porto Digital junto ao grupo vencedor da atividade proposta.

 O objetivo era observar as dificuldades apresentadas pelos alunos, instigar a cooperação entre os mesmos e realizar de forma lúdica o processo de aprendizagem dos discentes. Para que ocorresse a atividade, foi necessário elaborar os questionamentos que seriam levantados para os alunos, as regras e funcionamento do jogo. Para que o mesmo pudesse ter sido executado se fez necessário a explanação prévia dos conteúdos sobre Brasil Colônia. Os materiais utilizados foram: cones, cartazes de identificação, confecção das cartas coringas e das perguntas.
Os alunos ficaram bastante entusiasmados com o jogo, pois de certa forma, foi uma revisão para os mesmos e ainda assim, notou-se uma atmosfera de competitividade entre os grupos. Alguns aspectos foram observados durante a atividade, um deles foi o fato de os alunos conseguirem trabalhar em grupo, houve um espaço para o debate e para a troca de saberes entre eles. Outro fator palpitante foi a visualização das dificuldades dos discentes, percebeu-se que no “contexto político” apresentaram mais dificuldade em responder os questionamentos, enquanto que no “contexto social” e no “contexto geográfico” demonstram melhores rendimentos. No que tange ao jogo, percebemos que ele pode se finalizar de forma rápida, devido às poucas etapas que o percurso possui, sendo necessário repensar se é preciso outras etapas ou mais “cartas coringas”.
A aula jogo, utilizada como avaliação,  foi realizada no pátio da EREM Porto Digital, onde distribuiu-se cones de forma cíclica para identificar cada etapa, no qual estariam presentes os mediadores com um cartaz de identificação. Devido aos problemas físicos, enfrentados pela escola, no caso a falta de refrigeração, as aulas estão restritas ao turno da manhã, o que acarreta em uma carga horária livre ínfima. As tardes também foram utilizadas pelos docentes para serem realizados trabalhos, seminários, palestras. Desta forma, a aula jogo só foi vivenciada pelo 2° ano “A”, pois o professor supervisor dispunha de duas aulas geminadas, sendo possível a sua aplicação.

Alunos passando pelas etapas propostas.

Percebeu-se que os alunos ficaram bastante entusiasmados com o jogo, pois de certa forma, foi uma revisão para os mesmos e ainda assim, notou-se uma atmosfera de competitividade entre os grupos. Alguns aspectos foram observados durante a atividade, um deles foi o fato de os alunos conseguirem trabalhar em grupo, houve um espaço para o debate e para a troca de saberes entre eles. Outro fator palpitante foi a visualização das dificuldades dos alunos, percebeu-se que o “contexto político” foi uma das etapas que os alunos apresentaram mais dificuldade, enquanto que no contexto social e geográfico, eles demonstram um bom rendimento. No que tange ao jogo, percebemos que ele pode se finalizar de forma rápida, devido às poucas etapas que o percurso possui, sendo necessário repensar se é preciso outras etapas ou mais “cartas coringas”.

            Devido a falta de tempo hábil, buscar-se-á obter por parte dos alunos, o que os mesmos acharam da aula jogo, do que eles sentiram de positivo e de negativo, para que dessa forma, possamos realizar um aperfeiçoamento do material.
Para os alunos:
1-  Numa turma de 30 alunos, realizar uma divisão de 5 grupos, contendo 6 integrantes cada;
2-  Cada grupo terá um relator, este será responsável em responder, particularmente, a pergunta feita pelo mediador de determinada temática;
3- Para cada etapa, deve-se modificar o relator de forma que todos os integrantes possam participar;
4- As perguntas são representadas por números, assim, os alunos escolhem aleatoriamente o número que querem responder;
5- Os integrantes dos grupos devem responder de forma contextualizada, abarcando de forma satisfatória o questionamento;
6- Os alunos devem debater em grupo sobre a respostas que irão apresentar em um prazo de 2 min;
7- O jogo contém na terceira etapa uma “carta coringa”, ficando ao critério do grupo utilizá-la ou não, se caso não a quiserem, avançam para a quarta etapa. Caso optem por utilizá-la têm a chance de avançar para a quinta etapa, se sortearem a “carta alforria”, ou retroceder uma etapa, se pegarem a “carta pelourinho”;
8-Na última etapa, caso o  grupo erre o questionamento, retornam para a quarta etapa;
9- No último estágio existe a possibilidade do grupo que está mais próximo de vencer, resgatar um outro grupo para participar com eles da etapa final. Essa opção não é obrigatória;
10- O grupo que terminar primeiro o circuito vence.

Para os mediadores:
1- Cada integrante será responsável por um contexto;
2- Cada mediador avaliará se a resposta apresentada pelo relator abarca o questionamento satisfatoriamente.

Perguntas do Jogo colonial
Contexto Social

1) Quais legados a escravidão negra deixou para a sociedade brasileira?

2) De que forma a sociedade escravocrata vivia? Qual a influência do senhor de terras tinha sobre a política?

3) Como você imagina a divisão social da sociedade durante o Brasil Holandês?

4) O que desencadeou a dizimação indígena? Como o índio era visualizado pelo branco europeu?

5) De que forma os negros eram transportados, comercializados e capturados?



Contexto Cultural
1) Como eram setorizados os engenhos? Explique a finalidade de cada espaço?

2) De que forma a Igreja Católica atuou para cristianizar os índios?

3) Quais as heranças culturais que o Brasil Holandês deixou em Pernambuco?

4) Como era o cotidiano dos escravizados na sociedade açucareira?

5) Quais os aspectos culturais que o branco europeu trouxe para o Brasil?


Contexto das tensões sociais - Os conflitos

 1) O Brasil colonial foi marcado por inúmeras tensões sociais que tinham como palco de disputas o estabelecimento do dominador português sobre o nativo da terra. Desta forma, explique como foi o primeiro contato do português sobre os índios, as formas de subjugação imposta e as resistências existentes.

2) Com o intuito de se libertar do domínio holandês ocorreu em Pernambuco a chamada Batalha dos Guararapes. Explique quais os grupos envolvidos na Batalha e os motivos que a desencadearam.

3) Quais conflitos existiam em Pernambuco durante o período da ocupação holandesa?

4) Que fatores contribuíram para a derrota holandesa em 1624 em Salvador-BA?

5) Explique a relevância do Quilombo dos Palmares para os negros escravizados e libertos.

Contexto geográfico

 1) Quais aspectos naturais foram determinantes para o estabelecimento exitoso da cultura canavieira em Pernambuco e São Vicente?

2) Quais fatores geográficos possibilitaram o êxito da expansão marítima portuguesa?

3) Qual a importância do Rio Capibaribe e do Porto do Recife para desenvolvimento da economia em Pernambuco?

4) “Aqui tudo se plantando dá”, o Brasil a “vaca de leite” de Portugal, o que estas frases indicam sobre o novo mundo?

5) Como a expansão marítima contribuiu para enriquecimento de Portugal?

Contexto econômico

1) Por que o pau-brasil foi o primeiro produto extraído e comercializado em grande escala no Brasil?

2) Quais fatores econômicos desencadearam a produção econômica do açúcar no Brasil?

3) Qual principal produto de comercialização e quais principais polos de produção em Pernambuco durante o Brasil Holandês?

4) Por quê optou-se pela mão de obra negra em detrimento da indígena?

5) Como se caracterizava o mercado interno e externo no Brasil e como estava caracterizada a propriedade agrícola?

6) O que ocorreu economicamente com o Brasil após a expulsão dos holandeses?


Contexto Político

1) Como se estruturou a primeira organização administrativa portuguesa no Brasil?

2) Retrate a forma como era estruturado o governo de Maurício de Nassau, como era vista sua administração e quais os motivos para sua instalação no Brasil?

3) O que foi a união ibérica e quais desdobramentos políticos trouxe para Portugal e suas colônias?

4) De que modo a ocupação holandesa no Brasil prejudicava Portugal?

Pátio da EREM Porto Digital foi o local escolhido para a realização da atividade.


 Bibliografia

ACIOLI, Vera Lúcia Costa. Jurisdição e conflitos: aspectos da administração colonial: Pernambuco, século XVII. Recife: EDUFPE, 1997.

FREIRE, Gilberto. Nordeste – Aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1985.

MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos. Coleção Pernambucana vol. XV. Recife: 1978.

JÚNIOR, Caio Prado. Evolução Política do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1999.

MELLO, Evaldo Cabral de.  O interregno Nassoviano. O Brasil Holandês (1630-1654) São Paulo. Penguin Classics, 2010.

NASCIMENTO, ROMULO XAVIER. Navegar, sim, comer ... pouco: Algumas observações acerca da navegação e abastecimento no Brasil HolandêsIn ___ Possamai, Paulo. Conquistar e defender: Portugal, países baixos e Brasil.  São Leopoldo: Oikos,2012.

NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial (1707-1808). 5° Ed. São Paulo: Hucitec, 1989.

SCHWARTZ, Stuart. Segredos Internos: engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Editora Schwarcz Ltda., 1995.

VICENTINO, Claúdio / Giampaolo Dorigo. História Geral e do Brasil. Vol. 2. São Paulo: Scipione, 2013.

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