quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Literatura Árabe Medieval e as questões sobre a mulher muçulmana na EREM Trajano de Mendonça


Na segunda-feira (30 de março), a Equipe da EREM Trajano de Mendonça do PIBID-HISTÓRIA-UFPE,
realizou a aula intitulada “Literatura árabe Medieval: As artimanhas das mulheres” no 2º ano C e do 2º ano E,
através da qual os estudantes puderam perceber outros pontos de vista a respeito da mulher muçulmana.

Para esta aula tínhamos como objetivo que os estudantes do 2º ano de Jardim São Paulo descocassem seu olhar no

que diz respeito ao povo árabe, sua cultura, sua religião e costumes. Dando a estas pessoas voz, inclusive desde o período

medieval, para isso trabalhamos com contos de um autor árabe, que falava de mulheres muçulmanas. Como objetivos
específicos estabelecemos que os discentes pudessem aprimorar sua capacidade de trabalhar coletivamente, que compreendessem
a importância da Sharia, além de estimular sua criatividade para que produzissem um conto que tratasse destas questões.


Como motivação inicial, colocamos projetamos através do Datashow duas imagens de duas mulheres mulçumanas,

porém de regiões diferente, numa delas o uso da burca era obrigatório e na outra não, por isso a mulher estava de biquíni,

em uma piscina. Seguindo a mesma atividade, os pibiadianos tinham papeis recortados com adjetivos em mãos, para que
os alunos “classificassem” aquelas mulheres e conforme eles escolhiam que adjetivo combinava mais com cada mulher, os
papéis iam sendo colados ao lado de sua imagem. Depois de concluída esta atividade foi “congelada” para que voltasse no
final da aula.
Momento da motivação Inicial

Para o segundo momento da aula tivemos como material de apoio trechos dos contos medievais existentes no livro “As artimanhas das mulheres” de Abd al Al Hawranu,
um livro que contém contos de uma chamada literatura medieval “subversiva”. Nele existem contos que tratam de mulheres que ao contrário da imagem tão divulgada a respeito
das muçulmanas, nada tem de submissas e acomodadas, muito pelo contrário, mostra mulheres que por meios variados alcançam seus objetivos para além da vontade de seus maridos
e/ou da Sharia (lei que regia e ainda rege algumas sociedades muçulmanas).

Os trechos dos contos foram entregues aos estudantes para que eles lessem e nos comunicassem ao final o que lhes chamava atenção, depois disto nós os informamos
que aqueles eram contos medievais e que tratavam de mulheres muçulmanas. O seguimento da aula ocorreu no intuito de alertá-los para alguns preconceitos comuns que temos
enquanto ocidentais no que diz respeito aos costumes e religiões orientais, e neste caso específico aos muçulmanos. Para isso discutimos com eles e elas um pouco a respeito do
surgimento do islã, da instauração da Sharia enquanto lei e de quais são os estereótipos que temos a respeito destas pessoas e mais especificamente das mulheres. Abordamos a
luta de algumas mulheres muçulmanas através de protestos, como elas utilizam a burca também como um artifício de moda, etc.
Estudantes do 2º C lendo os trechos dos contos que lhes foram disponibilizados

Após a discussão, voltamos às duas imagens iniciais e informamos que ambas eram muçulmanas, porém de regiões diferentes e por isso uma era obrigada a usar burca
e outra não. Isto chamou a atenção dos estudantes tanto por não imaginarem que a mulher de biquíni tanto por não imaginar que esta era muçulmana quanto por não imaginarem
sequer que ela poderia fazer parte de qualquer região Oriental.

Como avaliação, pedimos que os estudantes escrevessem pequenos contos que de alguma forma exemplificassem o que eles haviam entendido da aula, que tocasse em
conteúdos como a sharia e/ou os estereótipos que envolvem a mulher muçulmana e/ou que as colocasse em posição ativa e não submissa.
Meninos e meninas do 2º C escrevendo seus contos


Nos contos os estudantes criaram histórias em que as mulheres mulçumanas lutavam por seus direitos, que se defendiam dos preconceitos
colocados sobre elas em outras regiões do mundo, como o Brasil.


Foi interessante perceber como eles colocaram estas mulheres em posição de atrizes sociais, por vezes obedecendo e por outras não à Sharia,
mas sempre lutando para alcançar seus objetivos em diferentes situações, de forma similar (guardando as devifdas proporções) ao que fez Abd al
Hawnanu em seus contos medievais.

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