quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Plano de aula sobre o imaginário do homem do sertão

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) – UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Felipe Fernandes
Jeani Gomes
Mariana Nogueira
Messias Martins
Márjorie Pires
Professor Supervisor: José Alexandre da Silva



Série alvo: 2º ano – Ensino Médio.
Objetivos Específicos:
Conceituais:
Reconhecer os estereótipos e as imagens formadoras da cultura do homem do Sertão Nordestino brasileiro.
Procedimentais/Comportamentais:
Ouvir e ler músicas que retratam o imaginário do homem do Sertão.
Afetivos:
Valorizar os aspectos regionais da história local do homem do Sertão nordestino.

Conteúdos:
·       O Imaginário do homem do Sertão nordestino;


Momento 1:
Motivação inicial:
Apresentação de trecho do livro “Os Sertões” de Euclides da Cunha.  Em seguida levantar o seguinte questionamento: Que imagens e aspectos vocês atribuem ao homem do Sertão?  (15 min)

Momento 2:
Expor o título da aula e os objetivos propostos (2 min).
Momento 3:
Apresentar o conceito de Sertão e os elementos culturais responsáveis pela sua caracterização, a partir de trechos do filme “O Auto da Compadecida”; “O homem que desafiou o diabo” e do cordel “Nordeste: aqui é meu lugar”.
Contrapor o imaginário estereotipado do homem do sertão a partir da leitura da matéria: “O vaqueiro moderno do Sertão e a bandeira gay”, vinculada no jornal o Diário de Pernambuco. Na sequência iniciar um breve debate sobre os textos.
(25 min)
Referências

Momento 4:
Avaliação de aprendizagem.
(58 min)

Avaliação: “ O cordel do novo Sertão”
Ao termino da abordagem do conteúdo dividimos a turma em 6 grupos de 5 alunos, cada qual ficando responsável pela elaboração de um cordel que ressalta-se a desconstrução do imaginário estereotipado do homem do sertão.










Trecho de "Os Sertões"
O HOMEM
"O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça trajetória retilínea e firme. Avança celeremente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço geométrico os meandros das trilhas sertanejas. (...)
É o homem permanentemente fatigado."
Trechos extraídos do livro "Os Sertões".

Cordel:
NORDESTE: AQUI É MEU LUGAR!
Vou falar do meu lugar
Terra de cabra da peste
Terra de homem valente
Do sertão e do agreste
Terra do mandacaru
Do nosso maracatu
Meu lugar é o Nordeste!

Meu Nordeste tem riquezas
Só encontradas aqui
Sua música, sua dança
Sua gente que sorri
Nosso povo tem bravura
Tem tradição, tem cultura
Da Bahia ao Piauí.

01

A nossa música é linda
Temos coco e embolada
Aboio e banda de pife
Poesia improvisada
Axé, repente, baião
O forró do Gonzagão
Que faz a maior noitada.

Frevo, xote e xaxado
Violeiro, canturia
O martelo agalopado
O cordel e a poesia
O cantador de viola
Fazendo versos na hora
Pra nos trazer alegria.

02

Nossa dança é muito rica
E bastante popular
Tem ciranda, afoxé
Para quem quiser dançar
Bumba-meu-boi, capoeira
Essa dança brasileira
Querida em todo lugar.

Tem baião e tem forró
Pra dançar agarradinho
Tem maracatu, congada
Tem o cavalo-marinho
Festa junina animada
Pra toda rapaziada
Namorar um “bucadinho”.

03

Nossa culinária é rica
Em tradição e sabor
Tem cuscuz, tem macaxeira
Que têm um grande valor
Tem o xinxim de galinha
Rapadura com farinha
Tudo feito com amor.

Do bode tem a buchada
Carne de sol com pirão
O mocotó, a rabada
O bobó de camarão
Bredo no coco, paçoca
Vatapá e tapioca
Venha provar o qu’é bão.

04

Temos doce bem gostoso
Como o Bolo de Fubá
A cocada, a rapadura
O quindim e o mungunzá
Temos Beijinho de coco
Que deixa qualquer um loco
Venha aqui saborear.

As festas do meu Nordeste
Têm alegria e calor
O carnaval de Olinda,
De Recife e Salvador
Em Natal o “Carnatal”
Em Fortaleza o “Fortal”
Micaretas de valor.

05

Quando chega o São João
A "disputa" é pra valer
A "Capital do Forró"
Todos querem conhecer
Caruaru tem beleza
Campina Grande destreza
Para o forró não morrer.

Terra de Alceu Valença
E de Jackson do  Pandeiro
Terra de Luís Gonzaga
Esse grande brasileiro
A terra de Elba Ramalho
E também de Zé Ramalho
Famosos no mundo inteiro.

06

A terra de Virgulino
O famoso Lampião
A terra de Vitalino
Rei do barro feito à mão
A terra do “Padim Ciço”
Dos milagres, “dos bendito”
Do poder da oração.

Piauí da Pré-História
Bahia do candomblé
Paraíba das cachaças
Em Sergipe eu boto fé
Pernambuco tem o frevo
Alagoas tem segredo
Vá descobrir o que é.

07

Maranhão é o estado
Pra dançar bumba-meu-boi
Ceará do “Padim Ciço”
Só conhece quem já foi
No Rio Grande do Norte
A cultura é muito forte
Vá! Não deixe pra depois.

Essa terra é muito boa
Dela ninguém me separa
Tem tudo pra se viver
Uma culinária rara
Uma beleza campestre
Só deixo o meu Nordeste
No último pau-de-arara.



Referências:
ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. 4ª ed. Recife: FJN; Ed. Massangana; São Paulo: Cortez, 2009. 
CABRINI, Conceição et al. O que achamos importante lembrar sobre o ensino da História ou fundamentação teórica da proposta. IN Ensino de História: revisão urgente. S. Paulo: EDUC, 2000.

SCHMIDT, M. A. O ENSINO DE HISTÓRIA LOCAL E OS DESAFIOS DAFORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRIA. In: MONTEIRO, A. M. et al. Ensino de História: sujeitos, saberes e práticas. Rio de Janeiro: Mauad, 2007.

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