terça-feira, 17 de março de 2015

segunda-feira, 16 de março de 2015

Comentário do Artigo: A História local como estratégia para o ensino da História.

ALVES, Luís Alberto Marques. A História local como estratégia para o ensino de História. Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2001.

Mariana Santos do Nascimento
         O autor Luís Alberto Marques Alves inicia seu texto falando das discussões sobre o papel da escola no processo de formação individual e no de integração social do aluno. Ao mesmo tempo Luís Alberto aponta os métodos de ensino abordados na escola para essa construção.
Logo depois ele aponta o ideal para o uso da competência, onde ela “passa a fazer referência a um conjunto de elementos e de saberes que o indivíduo pode mobilizar para resolver ou “encarar” uma situação com sucesso”. Tal competência deve funcionar como um “conceito esponja”, que vai absorvendo os saberes, mostrando-se capaz de posteriormente se integrar socialmente e manifestar mobilidade profissional que favoreça a inserção do aluno e a disciplina trabalhada.
Outro ponto a ser abordado vem da necessidade da formação de uma “identidade cívica” por meio da disciplina História. O autor cita maneiras de usar a “Glocalização” (aproveitamento da globalização para a preservação da traça identitária local), ou seja, o uso da História local como meio de estreitar os laços entre aluno-professor e disciplina de História, aproximando a História da realidade e cotidiano do aluno.
Dentre os métodos a serem citados por Luís Alberto estão alguns bem simples, como a criação de exemplificações que liguem a História local à sala de aula, é fundamental também encontrar espaços que possam unir e facilitar esse tipo de ensino e visão.
 O artigo aborda a História local se fundamentando e tomando por base o ensino de História em Portugal, tendo em vista que os resultados apontados pelo mesmo são de satisfatória intervenção, onde os jovens portugueses se viram bastante confortáveis em estudar esse tipo de História e que de fato esse método trouxe entusiasmo e os sensibilizou para um conjunto de valores éticos, cívicos e políticos.
Na minha concepção dentro do cenário brasileiro tal método pode sim vir a trazer resultados tão satisfatórios o quanto foi em Portugal. Apesar de realidades bastante distintas, o uso da História local no Brasil, sem dúvidas pode vir a estreitar os laços entre, alunos-professores e disciplina de História, além de trazer uma consciência do indivíduo sobre seus valores dentro da sociedade a partir do meio em que está inserido, facilitando a associação da História como meio catalisador da criticidade e valores éticos, cívicos e políticos.
Recife
2015
Resumo do artigo: A abordagem do ensino de História local nos livros didáticos das séries iniciais

Por:  Felipe Davson


O presente artigo, tenta analisar o ensino da história local no ensino fundamental, tendo como enfoque principal os livros didáticos. E como é inserido essa história local para os estudantes.  Essa pesquisa feita por Idelsuite de Sousa Lima, teve como ponto metodológico de pesquisa, a utilização de livros didáticos na elaboração dos conteúdos feitas pelo professor. A autora deixa isso bem claro:
 A adoção de tal recurso é atribuída sob vários argumentos: a cobrança de que alunos e pais exigem um referencial para estudo ou como garantia de que um ensino esteja sendo realizado; a escassez de fontes de pesquisa na escola, a falta de condições de trabalho que impede ao professor disponibilizar tempo para preparação de material, entre outras. (IDELSUITE,2001)


A autora informa que nos parâmetros curriculares nacionais, o ensino da História local se denomina História Local e do Cotidiano, dando ênfase onde o aluno vive. Mas percebesse que não se trata só de elucidar a história local, mas construir um cidadão, um espaço para construir uma reflexão critica da sociedade, desde o ensino fundamental, onde Idelsutie, nos diz que as pesquisas nessa área ainda são poucas:
O ensino de História Local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador/educando/sociedade e o meio em que vivem e atuam. O local é o espaço primeiro de atuação do homem, por isso, o ensino da História Local precisa configurar também essa proposição de oportunizar a reflexão permanente acerca das ações dos que ali vivem como sujeitos históricos e cidadãos. (IDELSUITE,2001)


 O texto segue fazendo indagações a respeito do livro didático e da história local, nessas reflexões sinaliza a construção do conhecimento escolar através desse material impresso, o livro. Problemas de informações de conteúdo, de marketing, professores dispersos são analisados em sua pesquisa.
Um ponto crucial nessa investigação, a de que os livros são homogêneos na maioria das vezes, pois o livro tem conotação nacional, logo descartando peculiaridades regionais, históricas geográficas, dentre outras. Isso visto pela 2ª série do fundamental, uma grave forma de inserir a história local para os alunos, sendo uma contradição pelo que informa os parâmetros curriculares nacionais. No decorrer do artigo, a escritora dá exemplos de trechos de livros que são utilizados e suas respectivas deficiências no âmbito do ensino local. O ensino indígena passa por esse problema ao levantar os índios como perdedores de seus costumes ao longo de sua “inserção” na cidade, salienta a autora. Há uma dificuldade na compreensão dos fatos postos para os alunos, como o caso da escravidão no Brasil, citado no livro como tendo o seu fim após a assinatura da lei áurea, dando uma visão totalmente simplória.
Assim como datas comemorativas e heróis tidos como nacionais, são visualizados ainda como traços antigos que não foram reformulados para uma melhor compreensão dos fatos, como sempre deturpando-os e, na maioria das vezes ocultando histórias dos vencidos, sempre no círculo vicioso do enaltecimento dos vencedores, os que dominam a história e perpassam valores sociais, de cunho capitalista, dificultando o contexto inserido na realidade dos alunos. A autora define bem o que si quis passar nesse artigo, os problemas atuais na elaboração de um bom livro para a História local em sua análise, focada no ensino fundamental, na 2ª série:
O que se percebe, ao analisar os livros didáticos adotados, é que, além de não abordarem aspectos relacionados com a realidade do aluno, com a sua História Local e com os aspectos mais gerais da sociedade, o conteúdo é apresentado na perspectiva de algo pronto e acabado, que o aluno tem apenas que captar, numa atitude de passividade e acomodação. Não há perspectivas da realização de um trabalho, via livro didático, que incentive o exercício de reflexão crítica e a participação do aluno como sujeito histórico. (IDELSUITE,2001)


Referência:
LIMA, Idelsuite de Sousa. A abordagem do ensino de história local nos livros didáticos das séries iniciais. IV Seminário Perspectivas do Ensino de História. Ouro Preto, MG, 2001. Disponível em: http://www.ichs.ufop.br/perspectivas/anais/GT0801.htm. Acesso em 15 março. 2015



Resumo do Artigo: História Local e a Construção da Identidade Social de Joana Neves.
NEVES, Joana. Revista Saeculum, 1997.
Por Karla Fagundes


Debruçada na proposta de elucidar e ressaltar o vinculo entre o conhecimento histórico e o desenvolvimento da consciência social, a autora Joana Neves em seu artigo; História Local e a Construção da Identidade Social,  expõe o vigoroso elo estabelecido entre estas esferas e a relação com o presente e o passado, definindo as nomenclaturas recorrentes nesse diálogo.
História local seguido na perspectiva de trabalho da autora caracteriza-se como objeto ou referencia da produção do conhecimento histórico, enquanto a Identidade social refere-se a lucidez e autonomia própria de afirmação como sujeito sobre seu meio e seu poder de atuação, tornando-se assim não apenas um escritor do processo histórico mas também um personagem dessa leitura.  Em outras palavras o reconhecimento social do lugar em que se habita, configura o elemento participante como sujeito e objeto do mesmo evento.
Joana esclarece sobre as diversas dimensões inseridas no contexto histórico, destacando dois: O primeiro reporta ao aspecto de quem realiza as ações e assim faz história o outro no sentido de quem produz o conhecimento na categoria de ciência. Segundo a autora se faz necessário desvendar a identidade social de sujeitos históricos que se revela por suas ações, essa evidencia surtará em novas práticas. A interação sobre o fazer e o produzir, reflete através do nexo presente/passado. “Quanto mais predomina o passado, mais o conhecimento se afasta da ação; quanto mais predomina o presente, maior é a expectativa de que o conhecimento expresse e se expresse na ação”.
Utilizando do debate histórico para analisar o processo de comunicação entre os dois tempos, a autora descreve a falha cientifica de enfatizar ou definir como objeto único do passado. E ressalta a possibilidade inesgotável do presente interferir no processo histórico, informando a o papel do marxismo que rompe com a imparcialidade e fortalece a ideia do lugar como objeto de estudo.
Em outro tópico a autora destaca a atual retomada da união entre o produzir e o transmitir o conhecimento histórico, seja no campo da educação seja na produção acadêmica. E como o novo componente a mídia tem atuado na divulgação do conhecimento.  
No parágrafo seguinte Joana, apresenta os principais problemas da história geral que prejudicam as articulações com as realidades locais. São eles: O universalismo, eurocentrismo /cidentalismo, oficialismo e a periodização francesa dividida em Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea e não adequada ou lugar que é vigente. Por outro lado a autora também aponta as dificuldades no âmbito da história local, em que define: Localismo/bairrismo, personalismo, fragmentação e a folclorização.

Ainda para a autora “O local, fora do seu contexto geral é apenas um fragmento e o geral, sem o respaldo das realidades locais, é apenas uma abstração”.  Avançar além desses pontos destacados, estimulando a formação de protagonistas do ambiente inserido, recorre a atualização constante de aparatos metodológicos e a atribuição de novas tecnologias, como a fonte oral, imagética, juntamente com a gradual expansão da necessidade de trabalho com a realidade vivida, se faz, portanto de suma importância para a construção do protagonismo e identidade social.

Comentário do artigo: Memória e identidades nas escolas de nível médio e fundamental: História do lugar



 SANTOS,Joaquim Justino Moura dos. Memória e identidades nas escolas de nível médio e fundamental: História do Lugar. XIII Encontro de História Anpuh- Rio, 2008.

                                                              Karla Aparecida Batista Leal dos Santos
No artigo Memória e Identidade nas escolas de nível médio e fundamental: História do Lugar, Joaquim Justino Moura dos Santos, Doutor em história Social pela USP, Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, nos apresenta o uso do método História do Lugar como instrumento de recuperação da Memória e das Identidades locais que ele usou em escolas do subúrbio do Rio de Janeiro. A proposta dele é um exemplo de ruptura da dicotomia entre ensino e pesquisa, pois esse método desperta nos alunos o interesse pelo estudo da história através da construção da História do lugar onde vivem e viveram seus parentes mais velhos vinculando tudo aos acontecimentos no mundo. Essa prática compreende o cidadão ou indivíduo como sujeito da História, pertencente a uma classe social e com determinado modo de produzir e reproduzir a vida. 
          Quando Joaquim mostra os desdobramentos do método História do Lugar é possível perceber quais serão os nossos objetivos com o Projeto de ensino pesquisa no Pibid e quais serão os dados coletados por nós e pelos alunos das escolas. Além disso, o artigo mostra a importância da interdisciplinaridade presente nessa pesquisa e o papel relevante da comunidade e da família dos alunos na etapa de coleta de dados. 
          Ao ler o artigo percebi que um dos objetivos do nosso Projeto de intervenção será o de recuperar e preservar a memória e a identidade social e cultural do lugar e dos seus habitantes, mas isso só será possível se conseguirmos integrá-los, como seus antepassados locais, na história do seu país e do mundo que viam em seus livros didáticos.       
                                      

Projeto 'Retratos do Recife' e o EREM Porto Digital

Resultado da articulação entre discentes do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco e docentes da Escola de Referência em Ensino Médio Porto Digital, o projeto Retratos do Recife: Século XX, Memória e Patrimônio teve por objetivo promover atividades na área de Educação Patrimonial junto a comunidade escolar, durante os meses de junho a novembro de 2014.
Nesta perspectiva, o projeto surge da constatação, já durante as primeiras observações da equipe no espaço escolar, do precário conhecimento dos estudantes a respeito da história do ambiente urbano no qual está localizada a instituição de ensino. Oriundos dos variados bairros da cidade, fato comum a instituições localizadas nos grandes centros urbanos, os estudantes não compartilhavam entre si, com tanta intensidade, nenhum outro espaço urbano na cidade.
Após o debate junto aos estudantes, foram escolhidas para analise a Avenida Rio, onde esta localizada a EREMPD, o Mercado de São José e a Praça da República. Ao término do Projeto, todo acervo produzido foi reunido em uma exposição aberta a comunidade escolar.
Considerando a potencialidade da Educação Patrimonial no enriquecimento do currículo de História ofertado ao ensino médio, o projeto Retratos do Recife: Século XX, Memória e Patrimônio buscou desenvolver os laços de solidariedade e sensibilidade da comunidade em relação à dinâmica de mudanças e continuidades naquela paisagem, através da análise dos registros iconográficos da cidade do Recife durante o século XX.

Segue uma pequena amostra de nossas atividades:

(A Praça da República - Fotos realizadas pelos alunos do Projeto) 








 
(Curta sobre a Avenida Rio Branco - Atividade desenvolvida pelos alunos do Projeto)


 
(O Mercado de São José - Foto realizada pelos alunos do Projeto

Museu da Pessoa.

Vocês conhecem o Museu da Pessoa?
Vejam aqui quantas coisas interessantes se pode fazer com entrevistas.
E leiam também este texto, de Karen Worcman, Como histórias de vida mostram cidades invisíveis.
Show de bola este artigo!