Resumo do artigo: A abordagem do ensino
de História local nos livros didáticos das séries iniciais
Por:
Felipe Davson
O
presente artigo, tenta analisar o ensino da história local no ensino
fundamental, tendo como enfoque principal os livros didáticos. E como é
inserido essa história local para os estudantes. Essa pesquisa feita por Idelsuite de Sousa
Lima, teve como ponto metodológico de pesquisa, a utilização de livros
didáticos na elaboração dos conteúdos feitas pelo professor. A autora deixa
isso bem claro:
A adoção de tal recurso é
atribuída sob vários argumentos: a cobrança de que alunos e pais exigem um
referencial para estudo ou como garantia de que um ensino esteja sendo
realizado; a escassez de fontes de pesquisa na escola, a falta de condições de
trabalho que impede ao professor disponibilizar tempo para preparação de
material, entre outras. (IDELSUITE,2001)
A autora informa que nos parâmetros
curriculares nacionais, o ensino da História local se denomina História Local e
do Cotidiano, dando ênfase onde o aluno vive. Mas percebesse que não se trata
só de elucidar a história local, mas construir um cidadão, um espaço para
construir uma reflexão critica da sociedade, desde o ensino fundamental, onde
Idelsutie, nos diz que as pesquisas nessa área ainda são poucas:
O ensino de História Local
apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade
de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador/educando/sociedade e o meio em
que vivem e atuam. O local é o espaço primeiro de atuação do homem, por isso, o
ensino da História Local precisa configurar também essa proposição de
oportunizar a reflexão permanente acerca das ações dos que ali vivem como
sujeitos históricos e cidadãos. (IDELSUITE,2001)
O texto segue fazendo
indagações a respeito do livro didático e da história local, nessas reflexões
sinaliza a construção do conhecimento escolar através desse material impresso,
o livro. Problemas de informações de conteúdo, de marketing, professores dispersos
são analisados em sua pesquisa.
Um ponto crucial nessa investigação, a de que os livros são
homogêneos na maioria das vezes, pois o livro tem conotação nacional, logo
descartando peculiaridades regionais, históricas geográficas, dentre outras.
Isso visto pela 2ª série do fundamental, uma grave forma de inserir a história
local para os alunos, sendo uma contradição pelo que informa os parâmetros
curriculares nacionais. No decorrer do artigo, a escritora dá exemplos de
trechos de livros que são utilizados e suas respectivas deficiências no âmbito
do ensino local. O ensino indígena passa por esse problema ao levantar os
índios como perdedores de seus costumes ao longo de sua “inserção” na cidade,
salienta a autora. Há uma dificuldade na compreensão dos fatos postos para os
alunos, como o caso da escravidão no Brasil, citado no livro como tendo o seu
fim após a assinatura da lei áurea, dando uma visão totalmente simplória.
Assim como datas comemorativas e heróis tidos como nacionais, são
visualizados ainda como traços antigos que não foram reformulados para uma
melhor compreensão dos fatos, como sempre deturpando-os e, na maioria das vezes
ocultando histórias dos vencidos, sempre no círculo vicioso do enaltecimento
dos vencedores, os que dominam a história e perpassam valores sociais, de cunho
capitalista, dificultando o contexto inserido na realidade dos alunos. A autora
define bem o que si quis passar nesse artigo, os problemas atuais na elaboração
de um bom livro para a História local em sua análise, focada no ensino fundamental,
na 2ª série:
O que se
percebe, ao analisar os livros didáticos adotados, é que, além de não abordarem
aspectos relacionados com a realidade do aluno, com a sua História Local e com
os aspectos mais gerais da sociedade, o conteúdo é apresentado na perspectiva
de algo pronto e acabado, que o aluno tem apenas que captar, numa atitude de
passividade e acomodação. Não há perspectivas da realização de um trabalho, via livro didático,
que incentive o exercício de reflexão crítica e a participação do aluno como sujeito histórico. (IDELSUITE,2001)
Referência:
LIMA, Idelsuite de Sousa.
A abordagem do ensino de história local nos livros didáticos das séries
iniciais. IV Seminário Perspectivas do Ensino de História. Ouro Preto, MG,
2001. Disponível em: http://www.ichs.ufop.br/perspectivas/anais/GT0801.htm. Acesso em 15 março. 2015
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