segunda-feira, 16 de março de 2015

Resumo do artigo: A abordagem do ensino de História local nos livros didáticos das séries iniciais

Por:  Felipe Davson


O presente artigo, tenta analisar o ensino da história local no ensino fundamental, tendo como enfoque principal os livros didáticos. E como é inserido essa história local para os estudantes.  Essa pesquisa feita por Idelsuite de Sousa Lima, teve como ponto metodológico de pesquisa, a utilização de livros didáticos na elaboração dos conteúdos feitas pelo professor. A autora deixa isso bem claro:
 A adoção de tal recurso é atribuída sob vários argumentos: a cobrança de que alunos e pais exigem um referencial para estudo ou como garantia de que um ensino esteja sendo realizado; a escassez de fontes de pesquisa na escola, a falta de condições de trabalho que impede ao professor disponibilizar tempo para preparação de material, entre outras. (IDELSUITE,2001)


A autora informa que nos parâmetros curriculares nacionais, o ensino da História local se denomina História Local e do Cotidiano, dando ênfase onde o aluno vive. Mas percebesse que não se trata só de elucidar a história local, mas construir um cidadão, um espaço para construir uma reflexão critica da sociedade, desde o ensino fundamental, onde Idelsutie, nos diz que as pesquisas nessa área ainda são poucas:
O ensino de História Local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador/educando/sociedade e o meio em que vivem e atuam. O local é o espaço primeiro de atuação do homem, por isso, o ensino da História Local precisa configurar também essa proposição de oportunizar a reflexão permanente acerca das ações dos que ali vivem como sujeitos históricos e cidadãos. (IDELSUITE,2001)


 O texto segue fazendo indagações a respeito do livro didático e da história local, nessas reflexões sinaliza a construção do conhecimento escolar através desse material impresso, o livro. Problemas de informações de conteúdo, de marketing, professores dispersos são analisados em sua pesquisa.
Um ponto crucial nessa investigação, a de que os livros são homogêneos na maioria das vezes, pois o livro tem conotação nacional, logo descartando peculiaridades regionais, históricas geográficas, dentre outras. Isso visto pela 2ª série do fundamental, uma grave forma de inserir a história local para os alunos, sendo uma contradição pelo que informa os parâmetros curriculares nacionais. No decorrer do artigo, a escritora dá exemplos de trechos de livros que são utilizados e suas respectivas deficiências no âmbito do ensino local. O ensino indígena passa por esse problema ao levantar os índios como perdedores de seus costumes ao longo de sua “inserção” na cidade, salienta a autora. Há uma dificuldade na compreensão dos fatos postos para os alunos, como o caso da escravidão no Brasil, citado no livro como tendo o seu fim após a assinatura da lei áurea, dando uma visão totalmente simplória.
Assim como datas comemorativas e heróis tidos como nacionais, são visualizados ainda como traços antigos que não foram reformulados para uma melhor compreensão dos fatos, como sempre deturpando-os e, na maioria das vezes ocultando histórias dos vencidos, sempre no círculo vicioso do enaltecimento dos vencedores, os que dominam a história e perpassam valores sociais, de cunho capitalista, dificultando o contexto inserido na realidade dos alunos. A autora define bem o que si quis passar nesse artigo, os problemas atuais na elaboração de um bom livro para a História local em sua análise, focada no ensino fundamental, na 2ª série:
O que se percebe, ao analisar os livros didáticos adotados, é que, além de não abordarem aspectos relacionados com a realidade do aluno, com a sua História Local e com os aspectos mais gerais da sociedade, o conteúdo é apresentado na perspectiva de algo pronto e acabado, que o aluno tem apenas que captar, numa atitude de passividade e acomodação. Não há perspectivas da realização de um trabalho, via livro didático, que incentive o exercício de reflexão crítica e a participação do aluno como sujeito histórico. (IDELSUITE,2001)


Referência:
LIMA, Idelsuite de Sousa. A abordagem do ensino de história local nos livros didáticos das séries iniciais. IV Seminário Perspectivas do Ensino de História. Ouro Preto, MG, 2001. Disponível em: http://www.ichs.ufop.br/perspectivas/anais/GT0801.htm. Acesso em 15 março. 2015


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