segunda-feira, 16 de março de 2015


Resumo do Artigo: História Local e a Construção da Identidade Social de Joana Neves.
NEVES, Joana. Revista Saeculum, 1997.
Por Karla Fagundes


Debruçada na proposta de elucidar e ressaltar o vinculo entre o conhecimento histórico e o desenvolvimento da consciência social, a autora Joana Neves em seu artigo; História Local e a Construção da Identidade Social,  expõe o vigoroso elo estabelecido entre estas esferas e a relação com o presente e o passado, definindo as nomenclaturas recorrentes nesse diálogo.
História local seguido na perspectiva de trabalho da autora caracteriza-se como objeto ou referencia da produção do conhecimento histórico, enquanto a Identidade social refere-se a lucidez e autonomia própria de afirmação como sujeito sobre seu meio e seu poder de atuação, tornando-se assim não apenas um escritor do processo histórico mas também um personagem dessa leitura.  Em outras palavras o reconhecimento social do lugar em que se habita, configura o elemento participante como sujeito e objeto do mesmo evento.
Joana esclarece sobre as diversas dimensões inseridas no contexto histórico, destacando dois: O primeiro reporta ao aspecto de quem realiza as ações e assim faz história o outro no sentido de quem produz o conhecimento na categoria de ciência. Segundo a autora se faz necessário desvendar a identidade social de sujeitos históricos que se revela por suas ações, essa evidencia surtará em novas práticas. A interação sobre o fazer e o produzir, reflete através do nexo presente/passado. “Quanto mais predomina o passado, mais o conhecimento se afasta da ação; quanto mais predomina o presente, maior é a expectativa de que o conhecimento expresse e se expresse na ação”.
Utilizando do debate histórico para analisar o processo de comunicação entre os dois tempos, a autora descreve a falha cientifica de enfatizar ou definir como objeto único do passado. E ressalta a possibilidade inesgotável do presente interferir no processo histórico, informando a o papel do marxismo que rompe com a imparcialidade e fortalece a ideia do lugar como objeto de estudo.
Em outro tópico a autora destaca a atual retomada da união entre o produzir e o transmitir o conhecimento histórico, seja no campo da educação seja na produção acadêmica. E como o novo componente a mídia tem atuado na divulgação do conhecimento.  
No parágrafo seguinte Joana, apresenta os principais problemas da história geral que prejudicam as articulações com as realidades locais. São eles: O universalismo, eurocentrismo /cidentalismo, oficialismo e a periodização francesa dividida em Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea e não adequada ou lugar que é vigente. Por outro lado a autora também aponta as dificuldades no âmbito da história local, em que define: Localismo/bairrismo, personalismo, fragmentação e a folclorização.

Ainda para a autora “O local, fora do seu contexto geral é apenas um fragmento e o geral, sem o respaldo das realidades locais, é apenas uma abstração”.  Avançar além desses pontos destacados, estimulando a formação de protagonistas do ambiente inserido, recorre a atualização constante de aparatos metodológicos e a atribuição de novas tecnologias, como a fonte oral, imagética, juntamente com a gradual expansão da necessidade de trabalho com a realidade vivida, se faz, portanto de suma importância para a construção do protagonismo e identidade social.

Nenhum comentário:

Postar um comentário