Resumo do Artigo: História Local e a Construção da
Identidade Social de Joana Neves.
NEVES, Joana. Revista Saeculum, 1997.
Por Karla Fagundes
Debruçada na proposta de
elucidar e ressaltar o vinculo entre o conhecimento histórico e o
desenvolvimento da consciência social, a autora Joana Neves em seu artigo;
História Local e a Construção da Identidade Social, expõe o vigoroso elo estabelecido entre estas
esferas e a relação com o presente e o passado, definindo as nomenclaturas
recorrentes nesse diálogo.
História
local seguido na perspectiva de trabalho da autora
caracteriza-se como objeto ou referencia da produção do conhecimento histórico,
enquanto a Identidade social
refere-se a lucidez e autonomia própria de afirmação como sujeito sobre seu
meio e seu poder de atuação, tornando-se assim não apenas um escritor do
processo histórico mas também um personagem dessa leitura. Em outras palavras o reconhecimento social do
lugar em que se habita, configura o elemento participante como sujeito e objeto
do mesmo evento.
Joana esclarece sobre as
diversas dimensões inseridas no contexto histórico, destacando dois: O primeiro
reporta ao aspecto de quem realiza as ações e assim faz história o outro no sentido de quem produz o conhecimento na
categoria de ciência. Segundo a autora se faz necessário desvendar a identidade
social de sujeitos históricos que se revela por suas ações, essa evidencia
surtará em novas práticas. A interação sobre o fazer e o produzir, reflete
através do nexo presente/passado. “Quanto mais predomina o passado, mais o
conhecimento se afasta da ação; quanto mais predomina o presente, maior é a
expectativa de que o conhecimento expresse e se expresse na ação”.
Utilizando do debate histórico
para analisar o processo de comunicação entre os dois tempos, a autora descreve
a falha cientifica de enfatizar ou definir como objeto único do passado. E
ressalta a possibilidade inesgotável do presente interferir no processo
histórico, informando a o papel do marxismo que rompe com a imparcialidade e fortalece
a ideia do lugar como objeto de estudo.
Em outro tópico a autora
destaca a atual retomada da união entre o produzir e o transmitir o
conhecimento histórico, seja no campo da educação seja na produção acadêmica. E
como o novo componente a mídia tem atuado na divulgação do conhecimento.
No parágrafo seguinte Joana,
apresenta os principais problemas da história geral que prejudicam as
articulações com as realidades locais. São eles: O universalismo, eurocentrismo
/cidentalismo, oficialismo e a periodização francesa dividida em Antiga,
Medieval, Moderna e Contemporânea e não adequada ou lugar que é vigente. Por
outro lado a autora também aponta as dificuldades no âmbito da história local,
em que define: Localismo/bairrismo, personalismo, fragmentação e a
folclorização.
Ainda para a autora “O local,
fora do seu contexto geral é apenas um fragmento e o geral, sem o respaldo das
realidades locais, é apenas uma abstração”.
Avançar além desses pontos destacados, estimulando a formação de
protagonistas do ambiente inserido, recorre a atualização constante de aparatos
metodológicos e a atribuição de novas tecnologias, como a fonte oral,
imagética, juntamente com a gradual expansão da necessidade de trabalho com a
realidade vivida, se faz, portanto de suma importância para a construção do
protagonismo e identidade social.
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