terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Plano de Aula: “O palco: Local de protesto e resistência”

Equipe da Escola Estadual do Paulista

TÍTULO: “O palco: Local de protesto e resistência”

JUSTIFICATIVA:
Aproximando os alunos da obra de Oswald de Andrade, pretende-se observar a dimensão repressiva do sistema a partir da compreensão do que foi o Ato Institucional número 5 e os mecanismos encontrados pelas atrizes e atores para driblar a censura, entrando, desta forma, em consonância com as últimas etapas realizadas do projeto, que propunham estudo da memória e da História Oral para construção de um ensino alternativo de História.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
·         Explicar o que ficou marcado na historiografia como “Os anos de chumbo”;
·         Conhecer a trajetória do Grupo Oficina: do amador ao símbolo de resistência;
·         Sensibilizar os alunos para nossa situação de apatia e alienação no que diz respeito a nossa realidade política;

CONTEÚDOS:
·         Os anos de chumbo: edição do Ato Institucional de número 5, medidas de repressão e a construção discursiva política para alienação da população;
·         A censura como instrumento governamental de opressão e controle social;
·         As organizações e manifestações artísticas como meio de resistência: Grupo teatral Oficina (história e fases do grupo).

RECURSOS DIDÁTICOS:
·         Quadro branco;
·         Piloto;
·         Folhas de papel A4;
·         Datashow.

ESTRATÉGIAS CRONOMETRADAS:

1.      Discutindo questões do encontro anterior e munidos de algumas atividades entregues pelos alunos, faremos o link com o contexto da implantação da ditadura civil-militar no Brasil e os acordos internacionais através de um pequeno debate (05min);
2.      Passado o primeiro momento, sem preocupação com construção detalhada de cada presidente do regime, discutiremos a edição do AI-5 (que terá suas principais características explícitas no slide), a repressão posterior e o discurso midiático que ignorava os porões da Ditadura desviando atenção para “o milagre econômico” (10min);
3.      Apresentar formas de articulação da época – principalmente artística – para a contestação da realidade imposta e como essa organização pode ser importante ainda para nós e o porquê nós não nos damos conta disso – discutir questões de alienação perpassam nossas existências e nossa dificuldade em perceber essa inércia por já termos nascido neste cenário – imediatismo midiático para construção da sensação de presentismo (15min);
4.      Por meio de uma linha temporal, explicaremos as fases que constituíram o grupo Oficina de Teatro e faremos uma rememoração breve da discussão sobre memória para na próxima aula apresentarmos trechos da entrevista com Etty Fraser para ilustrar os anos de chumbo (15 min.);

5.      Por último, iremos apresentar a atividade do dia (05 min).

AVALIAÇÃO:

Será pedido para que os estudantes tragam na próxima aula ou postem em um grupo a ser criado no Facebook exemplos de peças, obras, artistas, etc. que tenham sido censuradas no Brasil e o porquê disto.

BIBLIOGRAFIA:

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 2013.
HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.
RIDENTI, Marcelo. Cultura e política: os anos 1960-1970 e sua herança. In: FERREIRA, J. e DELGADO, L.A.N. O Brasil Republicano. Rio de janeiro, Civilização Brasileira, 2008.
VELLOSO, Monica Pimenta. Os intelectuais e a política cultural do Estado Novo. In: FERREIRA, J. e DELGADO, L.A.N. O Brasil Republicano. Rio de janeiro, Civilização Brasileira, 2008.

VICENTINO, Claudio; DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997.


Como atividades programadas extra-classes, os alunos ensaiaram e representaram trechos da peça O Rei da Vela, de Oswald de Andrade. A atividade contou com a colaboração de Ytalo Santana, professor de teatro. 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

·         Dividir a sala em grupos de trabalho, visto que nem todos irão participar da encenação. Grupos serão divididos em: personagens e fala (os atores e atrizes) e equipes técnicas: uma de montagem de cenário, uma de produção/apoio de palco e uma responsável pela preparação de um resumo a ser distribuído para a platéia (nesse resumo objetiva-se que conste quem foi o autor, o contexto de encenação da peça (1967), um resumo da peça propriamente dita e as metáforas presentes no primeiro ato da peça, que fez com que a peça fosse considerada subversiva para o contexto.
·         Planejar coletivamente cenários e figurinos, e definir as equipes que vão executá-los
·         Planejar o cronograma de todas as atividades a serem realizadas e ensaios até o dia da apresentação.

CONTEÚDOS:
·         Texto das cenas escolhidas para apresentação;

RECURSOS DIDÁTICOS:
·         Quadro branco;
·         Piloto;
·         Folhas de papel A4;
·         Computador.

ESTRATÉGIAS CRONOMETRADAS:
1)    Identificar os grupos a serem formados a partir da tarefa de casa e verificar os interesses de cada um dos membros de cada grupo (a partir de sua desenvoltura e participação como critério de desempate) (20 min);
2)    Sistematizar o cronograma (20min).

AVALIAÇÃO:
Observar a adesão do grupo à proposta e seu entusiasmo com a atividade.

BIBLIOGRAFIA:
ANDRADE, O. D. O rei da vela: peça em três atos. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1973. Disponível em: https://monoskop.org/images/a/a3/Oswald-de-andrade-Obras_Completas-vol8.pdf
COUTINHO, Lis de Freitas. O rei da vela e o oficina (1967-1982): censura e dramaturgia. Dissertação (mestrado). Universidade de São Paulo, 2011.
OLIVEIRA, M. E. de; STOLTZ, T. Teatro na escola: considerações a partir de Vygotsky. Educar, Curitiba, n. 36, p. 77-93, 2010. Editora UFPR78.
PARANHO, Kátia Rodrigues. Engajamento e intervenção sonora no Brasil no pós-1964: a ditadura militar e os sentidos plurais do show Opinião. Pitágoras, 500 – vol. 2 – Abr. 2012.











Ytalo Santana, pessoa maravilhosa a quem devemos nossos profundos agradecimentos pela sua vontade de construir algo bacana, pela sua disponibilidade e pela sua pessoa maravilhosa sem a qual este trabalho talvez não obtivesse o mesmo sucesso.



Plano de Aula: A Guerra fria e a influência norte-americana para a Ditadura Civil-Militar brasileira.



TÍTULO: A Guerra fria e a influência norte-americana para a Ditadura Civil-Militar brasileira.

CYBELLE LUCIANA DE OLIVEIRA
ISABELA NATHÁLIA NUNES TRISTÃO
JONATHAS DUARTE OLIVEIRA DE SOUZA
KARLA APARECIDA BATISTA LEAL DOS SANTOS

NATHANI RAFAELA DE OLIVEIRA NEVES

Escola Estadual do Paulista

JUSTIFICATIVA: Estabelecer ligação com o componente curricular trabalhado anteriormente pelo professor (Guerra Fria) e introduzir o novo assunto a partir da reflexão das reverberações do conflito de ordem internacional no país, desenhando as diferenças entre capitalismo e socialismo bem como o imaginário mundial sobre as duas ideologias a fim de abrir caminho para que o estudante atribua significados e valor aos conceitos a partir de suas experiências e da conceituação feita em sala.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
·         Conceituar a Guerra Fria;
·         Diferenciar Capitalismo e Socialismo;
·         Apontar as interferências/influências dos EUA para implantação do Regime Militar no Brasil.
CONTEÚDOS:
·         A Guerra Fria: a polarização: EUA x URSS;
·         O socialismo em contraposição ao Capitalismo através de seus aspectos sociais, econômicos e de propriedade;
·         Influências dos EUA para a implantação do Regime Ditatorial no Brasil (suporte para manobras de caráter bélico e de intimidação a fim de evitar possíveis movimentos revolucionários como o ocorrido em Cuba).
RECURSOS DIDÁTICOS:
·         Caixa de som;
·         Quadro branco;
·         Piloto;
·         Folhas de papel A4;
·         Vídeo e Slides (Datashow).
·         Fontes: diálogos entre o embaixador dos EUA no Brasil, Lincoln Gordon, e a presidência norte-americana A PARTIR DA EXIBIÇÃO DE MOMENTOS DO DOCUMENTÁRIO. FICHAR!
ESTRATÉGIAS CRONOMETRADAS:
1)      Inicialmente, explicaremos quais serão os objetivos do projeto de intervenção a ser desenvolvido na turma – estabelecimento de um contrato pedagógico propondo uma nova experiência na qual todos terão possibilidade de aprender coisas novas, necessitando dedicação e compromisso (10 min); (coloquem em anexo o modelo do contrato a ser acordado com a turma)
2)      Em seguida, discutiremos nossa metodologia (quantos encontros e os dias da semana) (5 min)
3)      Revisar o conceito de Guerra Fria e apontar as diferenças entre Socialismo e Capitalismo com relação à disputa pela hegemonia mundial, utilizando mapas a fim de ilustrar a polarização no mundo (10 min);
4)      Depois disso, discutiremos com os alunos a influência dos EUA no Brasil – a partir do embaixador estadunidense lincolngordon e o envio de informações ao presidente fulano de tal dos EUA a fim de intervir no Brasil com demonstrações de força para evitar a eclosão de movimentos de interesses contrários aos capitalistas – durante este período utilizando registros históricos que comprovem essas comunicações (Através de trechos do documentário O dia que durou 21 anos QUAIS TRECHOS – MOMENTOS DO VÍDEO. 15 min);
6)   Por último, explicaremos a atividade que deverá ser entregue na próxima aula (05 min).

AVALIAÇÃO:
1) Em duas questões, solicitaremos as seguintes repostas: 1) Na guerra fria, como se configurava a tensão entre o bloco capitalista e socialista? 2) Escolha uma das três orações a seguir: (coloquem uma frase do documento analisado em sala de aula, no qual as autoridades norte-americanas falem explicitamente que precisam controlar o ambiente político brasileiro) e tragam comentado em no máximo 5 linhas.

BIBLIOGRAFIA:
RIDENTI, Marcelo. Cultura e política: os anos 1960-1970 e sua herança. In: FERREIRA, J. e DELGADO, L.A.N. O Brasil Republicano. Rio de janeiro, Civilização Brasileira, 2008.
VICENTINO, Claudio; DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997.
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 2013.
https://www.youtube.com/watch?v=U91gtFREBY0

PLANO DE AULA. Exilados ontem e hoje: um olhar para os exílios forçados na atualidade através de imagens

Exilados ontem e hoje: um olhar para os exílios forçados na atualidade através de imagens

Ano: 3ºMédio                                       Duração: 100min

TEMA DA AULA: Exilados na Ditadura Civil-Militar e Refugiados no presente

TÍTULO DA AULA: Exilados ontem e hoje: um olhar para os exílios forçados na atualidade através de imagens

EXPLICAÇÕES PRÉVIAS:
CONTEÚDO:
7)            A situação dos refugiados no mundo atual: Países de asilo: condições dos refugiados – a questão humanitária;
8)            O caso sírio:
             Guerra civil – Governo Bashar Al-Assad e Milícias na Síria.
             Destruição Síria, fugas humanas.
9)            Exilados e refugiados: Processos migratórios na comunidade da Torre, pessoas que deixaram suas cidades, na maioria das vezes cidades do interior, para buscarem oportunidades na capital. Sabe-se que tecnicamente as pessoas que advém desses processos não o fazem por obrigação, porém, na prática, são obrigadas a fazerem para conseguirem recursos necessários à manutenção de vida.
             Exílio no caso da Ditadura Civil-Militar no Brasil e suas semelhanças e diferenças com as fugas de famílias da Guerra Civil Síria;
10)         Imagem como Documento:
             As narrativas por trás das fotografias dos refugiados.
             O papel do pesquisador-historiador e o trabalho com imagens como fontes históricas.

MATERIAL ULTILIZADO:
•             Imagens para os quebra-cabeças impressas em gráfica
•             Impressão de 28 textos: “Quando a imagem da morte é necessária para nos lembrar dos vivos - Leonardo Sakamoto”
Fonte: http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2015/09/03/quando-a-imagem-da-morte-e-necessaria-para-nos-lembrar-dos-vivos/
•             5 cartolinas
•             Pilotos/Hidrocor – no mínimo cinco

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
•             Caracterizar as diferenças e semelhanças entre os exilados daDitadura e os refugiados sírios.
•             Descrever as consequências de um processo de deslocamentos humanos, sejam forçadas ou não, na vida dos indivíduos migrados.
•             Aproximar das pessoas da comunidade advindas de processos migratórios, sensibilizando-se com os motivos que as levaram a deixar suas cidades e as situações que elas encontraram.

METODOLOGIA
Esta aula foi preparada pelo projeto PIBID-UFPE, para ser aplicada na Escola Martins Júnior, no 3º ano do Ensino Médio, turma A, que é composta por 28alunos. A equipe é composta por 5bolsistas e 1 professor-supervisor. Esta aula será realizada por 5 bolsistas e 1 professor supervisor, contudo a mesma também poderia ser executada por 1 professor e 1 auxiliar.
Motivação Inicial – Quebra cabeça:
1.            A turma será dividida em 5 grupos. Cada grupo receberá um envelope contendo uma imagem para construção de um quebra-cabeça. No final cada grupo observará o resultado das imagens construídas pelos outros grupos, descrevendo o acontecimento e como ele foi representado no desenho pelo artista.  
Duração: (15 min.)
2.            Leitura do texto: Quando a imagem da morte é necessária para nos lembrar dos vivos de Leonardo Sakamoto:
(http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2015/09/03/quando-a-imagem-da-morte-e-necessaria-para-nos-lembrar-dos-vivos/)
Debate do texto e das imagens.
Duração: (25 min.)
Exposição dialogada de conteúdo:
o             Conteúdos abordados:
11)         A situação dos refugiados no mundo atual:
             Países de asilo: condições dos refugiados – a questão humanitária;
12)         O caso sírio:
             Localização geográfica, destruição síria, fugas humanas.
             Guerra civil – Governo Bashar Al-Assad e Milícias
13)         Processos migratórios: na comunidade da Torre existem pessoas que deixaram suas cidades, na maioria das vezes cidades do interior, para buscarem oportunidades na capital. Sabe-se que tecnicamente as pessoas que advém desses processos não o fazem por obrigação, porém, na prática, são obrigadas a fazerem para conseguirem recursos necessários à manutenção de vida.
14)         Exilados e refugiados:
             Exílio no caso da Ditadura Civil-Militar no Brasil e suas semelhanças e diferenças com as fugas de famílias da Guerra Civil Síria;
15)         Imagem como Documento:
             As narrativas por trás das fotografias dos refugiados, a imagem como documento histórico. O papel do pesquisador-historiador e o trabalho com imagens como fontes históricas.
Duração: (30 min.)
Aplicação da 1ª Avaliação e apresentação dos grupos.
Duração: (25 min.)
Explicação da 2ª Avaliação:
Duração: (5 min.)

1ª AVALIAÇÃO:
Divididos em grupos, os estudantes deverão construir um quadro síntese tratando das diferenças e semelhanças entre os exilados na Ditadura Civil-Militar e os Refugiados sírios, farão isto numa cartolina, que no final será exposta na sala de aula.

2ª AVALIAÇÃO:
Os estudantes ficarão responsáveis por identificar em sua comunidade pessoas advindas de processos migratórios para obter acesso a oportunidades de trabalho, qualidade de vida ou bem-estar social e entender as consequências do processo de deslocamentos humanos, sejam forçados ou não na vida dos indivíduos migrados, tanto como o motivo que as levaram a deixar suas cidades, farão isto por meio entrevistas. Além da entrevista, os estudantes terão que fotografar o cotidiano das pessoas entrevistadas e montarem uma exposição na sala de aula com estes registros, através do próprio celular ou da câmera fotográfica, para garantirem a utilização das imagens eles apresentarão um termo de autorização de uso das imagens aos entrevistados. Os estudantes irão fixar as imagens na sala e montarem legendas de acordo com o conteúdo das entrevistas. Esta exposição será feita uma semana após a execução da aula acima descrita.

REFERÊNCIAS:
ACNUR. Extrato do Livro “A Situação dos Refugiados no Mundo. 50 anos de acção humanitária; ACNUR; 2000”. Acesso: 05 setembro 2016. Disponível em: http://www.acnur.org/t3/portugues/informacao-geral/premio-nansen/o-altocomissario-fridtjof-nansen

BIJOS, Leila. SILVA, Patrícia Almeida da.ANÁLISE DA PRIMAVERA ÁRABE: um estudo de caso sobre a revolução jovem no Egito. Revista CEJ, Brasília, Ano XVII, n. 59, p. 58-71, jan./abr. 2013.

CORRÊA, Luís Fernando Casara. Confrontos na síria: a teoria crítica aplicada ao conselho de segurança.

COUTO, Ronaldo Costa. História indiscreta da ditadura e da abertura: Brasil 1964 – 1985. Rio de Janeiro: Record, 1998.

CRUZ, Fábio Lucas. A História e as memórias do exílio brasileiro. Revista Catarinense de História [on-line], Florianópolis, n.20, p.115-137, 2012.

FURTADO, Gabriela. Roder, Henrique. Aguilar, Sergio L. C. A guerra civil síria, o oriente médio e o sistema internacional. Série Conflitos Internacionais. V. 1, n. 6 - Dezembro de 2014. UNESP.

MAUAD, Ana Maria Através da Imagem: Fotografia e História Interfaces.Tempo, Rio de Janeiro, vol. 1, n °. 2, 1996, p. 73-98.

REIS, Daniel Araão. Ditadura Militar, esquerdas e sociedade. Rio do Janeiro. Jorge Zahar. Ed., 2000.

IMAGENS UTILIZADAS DURANTE A AULA:















Disponível em:




Plano de Aula: História e Memória: O exílio na Ditadura Civil-Militar visto através das cartas de um exilado.



Turma: 3º Ano                                                                                                      Duração: 100min

TEMA DA AULA: Exílio e exilados na Ditadura Civil-Militar no Brasil.

TÍTULO DA AULA: História e Memória: O exílio na Ditadura Civil-Militar visto através das cartas de um exilado.

EXPLICAÇÕES PRÉVIAS:
CONTEÚDO:
4)            Cartas como registros de memória:
             Interferência do local, contexto histórico e subjetividade autor no processo de construção da narrativa de uma carta.
5)            Trabalho do Historiador com o uso de cartas como fontes documentais:
             Crítica documental como princípio para o estudo das fontes.
6)            Exílio na Ditadura Civil-Militar:
             Quem eram os exilados.
             Razões que levaram as pessoas ao exílio.
             Locais para onde iam os exilados.
             Vida cotidiana dos exilados.
             Atuação dos exilados contra o Regime Militar.
             Estudo de caso: Exílio de Miguel Arraes.

MATERIAL ULTILIZADO:
•             Lousa e Lápis.
•             40 envelopes para cartas e 40 folhas de papel.
•             5 cartas escritas por Miguel Arraes durante seu exílio.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
•             Compreender como se deu o exílio durante a Ditadura Civil-Militar e suas particularidades, os motivos que levaram as pessoas ao exílio.
•             Identificar a atuação dos exilados contra o Regime Militar mesmo estando distante do país.
•             Demonstrar como se dá a produção historiográfica e a relação do historiador com as fontes documentais.

METODOLOGIA
Esta aula foi preparada pelo projeto PIBID-UFPE, para ser aplicada na Escola Martins Júnior, no 3º ano do Ensino Médio, turma A, que é composta por 28alunos. A equipe é composta por 5 bolsistas e 1 professor-supervisor. Esta aula será realizada por 5 bolsistas e 1 professor supervisor, contudo a mesma também poderia ser executada por 1 professor e 1 auxiliar.
Motivação Inicial –Escrita de Cartas:
•             No início da aula será solicitado que cada aluno escreva uma carta, ficando livre a escolha do destinatário, relatando as vivências do ensino médio na Escola Martins Júnior. Os alunos ficarão livres para escrever a mesma em qualquer espaço da escola.
Duração: (15min.)

Deslocamento de saída e volta para a sala: (5 min)
1º momento de exposição dialogada (Carta como Registro de memória)
•             Quando os alunos terminarem de escrever suas cartas e chegarem à sala, será solicitado que eles coloquem suas cartas no envelope e as guardem consigo mesmo, logo em seguida iniciar-se-á uma exposição dada pelos bolsistas envolvendo a temática da carta como um registro de memória.
             Conteúdo abordado neste momento: Interferência do local, contexto histórico e subjetividade autor no processo de construção da narrativa de uma carta.
Duração: (10 min.)
Leitura compartilhada das cartas entre os alunos e 2º momento de exposição dialogada.
•             Após a 1º momento de exposição será proposto que os alunos, que assim quiserem, leiam as suas cartas para a turma, de modo que os alunospercebam a diferença entre a carta escrita por ele e a dos seus colegas. Após estas leituras será feito o segundo momento de exposição dialogada no intuito de possibilitar que os alunos percebam como o historiador usa de cartas como essas para construir suas narrativas.
             Conteúdo abordado neste momento: Trabalho do Historiador com o uso de cartas como fontes documentais tendo como foco a crítica documental como princípio para o estudo das fontes.
Duração: (10 min.)
3º momento de exposição dialogada (Exílio na Ditadura Civil-Militar por meio das cartas de Miguel Arraes)
•             Após a discussão acerca do trabalho de historiador com cartas será iniciada uma exposição dialogada acerca do exílio na Ditadura Civil-Militar e será abordado o caso de exílio de Miguel Arraes como exemplo desse fenômeno.
Duração: (15 min.)
•             Após abordarmos o exílio na Ditadura e o caso Miguel Arraes solicitaremos que a turma se divida em grupos de 5 pessoas para, logo após,  serem entregues a cada grupo uma carta escrita por Miguel Arraes durante o seu exílio na Argélia. Após cada grupo receber as cartas os mesmo ficarão a cargo de fazer a leitura da carta e discutirem o conteúdo do texto.
Duração: (15 min.)
•             Após a discussão cada grupo ficará responsável por apresentar a carta à turma e as impressões que o grupo teve do texto. Neste momento o professor, ou monitor, irá intervir durante as apresentações conduzindo o debate para questões importantes do conteúdo, fazendo questionamentos para estimular a curiosidade dos alunos acerca do texto como também respondendo a questões que possam surgir.
             Conteúdo abordado neste momento: Exílio na Ditadura Civil-Militar sendo abordadas as razões que levaram as pessoas ao exílio, os locais para onde iam os exilados, quem eram os exilados, a atuação dos exilados contra o Regime Militar, a vida cotidiana dos exilados, estudo de caso com base no exílio de Miguel Arraes.
Duração: (25 min.)
Explicação da Avaliação
Duração: (5 min.)

AVALIAÇÃO:
Será solicitado que os estudantesproduzam em casa ume-mail, no qual os mesmos terão que relatar como se deu o exílio durante a Ditadura Civil-Militar, os motivos que levaram pessoas a deixar o país e relatar suas atuações contra o regime mesmo estando fora do país. Este e-mail será elaborado com base nas cartas de Miguel Arraes trabalhadas em sala, para que os estudantes possam demonstrar como se dá a produção historiográfica e a relação do historiador com as fontes documentais, sendo estipulado um prazo de quatro dias para o envio dos e-mails para o endereço eletrônico da professora-supervisora.

REFERÊNCIAS:
ACNUR. Extrato do Livro “A Situação dos Refugiados no Mundo. 50 anos de acção humanitária; ACNUR; 2000”. Acesso: 05 setembro 2016. Disponível em: http://www.acnur.org/t3/portugues/informacao-geral/premio-nansen/o-altocomissario-fridtjof-nansen

COUTO, Ronaldo Costa. História indiscreta da ditadura e da abertura: Brasil 1964 – 1985. Rio de Janeiro: Record, 1998.

CRUZ, Fábio Lucas. A História e as memórias do exílio brasileiro. Revista Catarinense de História [on-line], Florianópolis, n.20, p.115-137, 2012.


REIS, Daniel Araão. Ditadura Militar, esquerdas e sociedade. Rio do Janeiro. Jorge Zahar. Ed., 2000.

Seguem cinco cartas de Miguel Arraes obtidas no Instituto Miguel Arraes (IMA), trabalhadas como documentos durante as aulas

1 – Carta de Miguel Arraes ao Cardeal Benelli:.


2 – Carta de Miguel Arraes à Callado




3 – Carta de Miguel Arraes a um destinatário desconhecido.


4. Carta de Miguel Arraes à Ana Arraes



5. Carta de Miguel Arraes a um destinatário desconhecido







Das cartas do exílio às fotografias dos refugiados



Das cartas do exílio às fotografias dos refugiados

Mariana Santos do Nascimento
José Dário dos Santos
Aílla de Kássia Lemos Santos
Luis Felipe Durval
Lucas Melo da Silva

EREM  Martins Júnior.

O presente trabalho foi escrito pela equipe do Martins Júnior como uma justificativa historiográfica a respeito dos temas escolhidos para o planejamento didático executado no segundo semestre de 2016. 
A Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964-1985) teve como uma de suas marcas a forte repressão a grupos e partidos opositores ao Estado, instrumentalizada pela edição de Atos Institucionais, destacando-se os 5 primeiros Atos, que foram instrumentos jurídicos para legitimar as brutalidades do regime, acarretando perseguições, torturas e outras formas de violência. Diante dessa situação de um constante medo ante as represálias da ditadura, as únicas alternativas eram o enfrentamento direto ao governo, seja politicamente ou pelas armas, ou o exílio. Muitas pessoas foram banidas do país por meio de Atos de banimento, devido ao enfretamento à ditadura, inclusive o enfrentamento político. Porém, outras se exilaramdevidoàs dificuldades encontradas para defrontar o regime militar e temendo sofrer represálias, incluindo até o risco de morte ou desaparecimento, sendo aproximadamente 5 a 10 mil o número buscando refúgio em países como Portugal, Suécia, EUA, México, Venezuela, Argélia, Cuba, sobretudo França e Chile[1].
O egresso de pessoas do Brasil ocorreu em dois momentos, segundo Fábio Lucas da Cruz.Primeiro houve grande saída após 1964, sendo as pessoas que saíram ligadas ao governo de João Goulart, a sindicatos, assim como membros da Ação Popular e outros movimentos. O segundo momento de evasão foi após 1968, com a instauração do AI-5 sendo as pessoas egressas ligadas à guerrilha urbana e membros da Aliança Libertadora Nacional (ALN) e da Vanguarda Popular Revolucionária (VPL). Há de se notar que a saída dessas pessoas não representou um enfraquecimento em massa da luta contra a ditadura, pois muitos destes continuaram a lutar contra o regime mesmo fora do país.Após muita luta e denúncia dos abusos cometidos pelo regime a partir de 1979, foi sancionada a Lei da Anistia onde cerca de 150 pessoas banidas e 2.000 exilados foram novamente aceitos no Brasil[2], porém a Anistia também foi concedida aos torturadores usando do argumento de que foram cometidos crimes por ambos os lados.
Diferentemente, do exílio no caso brasileiro, que em sua maioria, havia a fuga como uma possibilidade, novas configurações de deslocamentos humanos acentuando no mundo, sendo estes de forma impelida. No final do século XX, acentuaram-se os deslocamentos humanos pelo mundo, nos últimos anos muitos autores se debruçaram sobre o tema, sobretudo tratando da questão humanitária dos refugiados. Famílias deixam seu país de origem, devido a regimes ditatoriais, fundamentalismo religioso, guerra civil, tendo como única opção procurar asilo em outro país. Mas, quem são os refugiados? Devemos saber que a problemática dos deslocamentos forçados no mundo não é nova e os esforços internacionais também não.
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foram estabelecidos organismos para tratarem dos refugiados europeus, palestinos e coreanos.A Comunidade Internacional estabeleceu o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e promoveu a Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados que forneceu, em 1951, uma definição geral de “refugiado”como sendo alguém fora do seu próprio país e que não poderegressar devido a um receio fundado de perseguição por razões de raça, religião, nacionalidade, opiniões políticas e pertença a um grupo social.
A Convenção atribui responsabilidade aos Estados de proteção e assistência aos refugiados, sobretudo aos países de asilo, para onde migram os refugiados. Reconhece também que as pessoas que procuram asilo fora de seu país devem se beneficiar de certos direitos e que a ajuda aos refugiados não deve ser vista como uma mera caridade internacional ou benefício político.
Nota-se que a situação do refugiado é sempre muito delicada e vem despertando interesse da Comunidade Internacional desde a metade do século passado. Porém no caso específico dos refugiados da contemporaneidade, tratando especificamente dos refugiados sírios, a situação é extremamente preocupante, pois o motivo que os leva a saírem de seu país é uma guerra civil que já se estende por cerca de cinco anos e que ainda não aponta perspectivas de se findar.
Os confrontos na Síria iniciaram em 2011, período em que eclodiu a Primavera Árabe[3], está última servindo de inspiração aos rebeldes sírios, e tinham a aspiração de derrubar o governo do ditador Bashar Al-Assad e promover um regime democrático, porém Assad tem reprimido fortemente os rebeldes, de modo que ainda se perdura esse enfretamento entre o exército de Assad e os rebeldes.
A situação na Síria ainda se agrava porque várias milícias entraram nesse conflito lutando contra o governo, mas com objetivos diferentes dos daqueles rebeldes que querem um governo democrático. Um grande exemplo disto, é o Estado Islâmico que atua na guerra lutando contra o regime de Assad por motivos fundamentalmente religiosos, embora segundo Gabriela Furtado, Henrique Roder e Sergio L. C. Aguilar, a disputa política na Síria esteja sempre relacionada a disputas religiosas.
Além de toda a problemática interna que permeia este conflito, soma-se o debate internacional acerca de como se posicionar frente a este combate civil, pois, segundo Luís Fernando Casara Corrêa, o Conselho de Segurança Internacional não forma um posicionamento uniforme, pois países como EUA, Grã-Bretanha e França são favoráveis à interferência direta no conflito, enquanto Rússia e China são totalmente contrários à interferência externa e ainda cabe ressaltar que ambos os posicionamentos estão intimamente ligados aos interesses políticos e econômicos destes países. Esse entrave internacional vem contribuindopara destruição que ocorre na Síria e ainda pode ocasionar um enfretamento mundial, visto que o debate em torno da intervenção ou não vem reanimando a disputa de poder entre EUA e Rússia.
Toda essa delicada situação na Síria já resultou em cerca de 470 mil mortos[4] e quase 5 milhões de refugiados[5] em países vizinhos como Turquia, Egito, Jordânia, países estes que enfrentam problemas para abrigá-los devido à falta de recursos disponíveis para tamanhocontingente.
Todo esse processo, em nosso tempo, merece uma discussão em sala de aula, pois é grande a quantidade de notícias vinculadas a esse tema em nos meios de comunicação.No entanto, são poucos os que entendem o real motivo desse conflito. É necessária uma reflexão aprofundada diante desses acontecimentos que ainda podem trazer consequências mais sérias para a nossa época, fazendo com que esta temática seja relevante em nossas salas de aula, até porque as imagens dos refugiados nas redes sociais provocam uma série de questionamentos entre os próprios estudantes que, em sua maioria, compartilham estas fotos em seus perfis, despertando sentimentos para com a situação dos refugiados e repugnância à situação de guerra vivida no Oriente Médio.
Um recurso que proporciona o debate deste tema na escola é o contato dos estudantes com fontes documentais, visto que o trabalho documental em sala favorece o estudante pensar historicamente o mundo; a pesquisa e análise crítica de texto estimulam leituras e releituras do mundo particular do estudante, de sua comunidade, etc. Tendo sido superada a ideia documental proposta pelo Positivismo, a perceber o documento como verdade absoluta, como se ele falasse por si só, não precisássemos questioná-lo, nos norteamos bem distante desta concepção histórica. 
Ao levar à sala de aula registros documentais, no caso, cartas e fotografias, propomos pensar com os alunos as problemáticas do documento: O que ele diz? Quem fala? De onde fala? A quem se dirige? Desta maneira, questionando as fontes documentais, pretendemos fazer com que os alunos pensem independentemente, longe das análises prontas e postas como quase que esgotadas no livro didático escolar, deste modo, a partir do contato e crítica documental eles identificarão o trabalho e a importância do historiador.
Eleger uma questão, selecionar registros que tratem do assunto, contextualizar, decodificar e construir uma ou mais versões desse tema são as tarefas básicas desse tipo de trabalho. E, para tanto, cabe ao professor de História, como um bom historiador, orientar seus alunos a lidar com a diversidade de dados, pois só cada vez mais raras as análises históricas alicerçadas por um único tipo de documento. (SAMARA: 2007, p.167)
Nossa proposta é trabalhar em sala as cartas do exílio escritas pelo ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes de Alencar, em virtude do centenário natalício do político. Feita a seleção da documentação no Instituto Miguel Arraes de Alencar (IMA), optamos por registros que demonstrassem suas intervenções no Brasil, mesmo estando na Argélia, a questão do ideário brasileiro e como o exilado político pensava seu país fora dele.
Prefeito da cidade de Recife, deputado estadual, deputado federal e por três vezes governador do estado de Pernambuco, Arraes é um personagem significativo para levarmos a discussão da produção dos exilados para dentro da sala de aula. Seu governo, no início da década de 1960, era considerado de esquerda. Com a deflagração do golpe civil-militar em 1964 foi considerado subversivo, tendo sido proposto que renunciasse para evitar a prisão, não acatando a proposta foi preso no dia 1º de abril.
Com sua deposição, o governador foi encarcerado no 14º Regimento de Infantaria do Recife, tendo sido posteriormente levado para a ilha de Fernando de Noronha, onde permaneceu por onze meses. Em seguida, foi encaminhado para as prisões da Companhia da Guarda e do Corpo de Bombeiros no Recife e da Fortaleza de Santa Cruz no Rio de Janeiro. Em 19 de abril seu pedido de habeas corpus foi protocolado no Supremo Tribunal Federal.Feita a concessão, foi libertado em 25 de maio de 1965 e, para evitar novas prisões, decidiu exilar-se na Argélia.É sobre as memórias deste exílio que iremos abordar.
Refletindo historicamente, compreendemos a importância dos registros, sobretudo como preservação de memórias que estão sempre em interação com espaços ocupados pelos indivíduos. Segundo Paul Ricoeur, a memória é intelectiva e sensitiva, ou seja, é composta por imagens que são apreendidas pela sensibilidade e influenciadas pela experiência. Neste sentido, entende-se a memória como dinâmica, sempre estando em contato com novas vivências, novas concepções e locais de leituras do mundo, assim o ato de narrar é sempre algo novo. Embora o indivíduo histórico seja o mesmo, suas vivências não são.
A fotografia como preservação de memória nos dá novas possibilidades de estudo da história, como também de entender o mundo através das imagens, muito embora assim como documento escrito, não podemos cair no erro positivista de achar que tudo que está registrado é verdadeiro. As novas tecnologias podem facilmente manipular as imagens através de softwares que surpreendentemente confundem o real com o fictício, mas para nossa prática escolar e de pesquisa histórica devemos
Discutir a possibilidade de mentir da imagem fotográfica. A revolução digital, provocada pelos avanços da informática, torna cada vez maior esta possibilidade, permitindo até que os mortos ressurjam para tomar mais um chope, tal como a publicidade já mostrou. Não importa se a imagem mente; o importante é saber porque mentiu e como mentiu. (Mauad:1996, p. 15)
Trazendo a temática dos refugiados sírios através das imagens, nossa proposta é discutir o registro fotográfico como documento, o texto neste caso é a própria imagem, sendo texto, devemos fazer as mesmas interrogações que fazemos ao texto escrito, percebendo que as fotos espalhadas pelas mídias, sobretudo pelas redes sociais, não somente nos apontam à sensibilidade para com as pessoas que sofrem, mas narram uma história, que é atual e que milhares de pessoas estão sendo vítimas dela. Não podendo intervir diretamente na realidade dos refugiados, movidos pelos impactos que as fotografias nos provocam, nossa proposta é ultrapassar os sentimentos, é mobilizá-los para que visualizem os “refugiados”, “exilados” no mundo deles, em suas comunidades, e a partir desta percepção a intervenção como agente de transformação social na vida da comunidade.
Através deste trabalho, pretendemos que os estudantes percebam o papel da narrativa, sobretudo a figura do narrador, presente no seu dia-a-dia, pois dentro de suas casas, das comunidades, igrejas, nos ônibus, sempre nos deparamos com pessoas que estão dispostas a partilhar suas experiências e, muitas vezes, não damos importância. Portanto, entendendo o narrador como esta figura de memórias, acreditamos ser importante os alunos percebê-lo nas ambiências extraescolares e seu papel na sociedade, de sempre ler o tempo passado como construção do presente, situando o estudante nestes locais de narrativa histórica, sejam estes os objetos, as pessoas ouas redes sociais e a importância deles nestes locais de memória, não apenas como espectador, mas também como produtor de memórias.
A análise e estudo da produção de memória feita através de cartas e fotografias que objetivamos trazer para as aulas, visa estimular o aluno a uma maior valorização do seu papel enquanto agente produtor de memória, de alguém que deixa seus vestígios para posteridade e isto fazemos por uma necessidade primordial do mundo atual, visto que, de acordo com o historiador Eric Hobsbawm, o mundo contemporâneo vive um presente contínuo, ou seja, direcionamos nosso pensamento e atitudes exclusivamente para o presente e esquecemo-nos de nos voltar para o passado,para as memórias do que já se passou e isto causa um esquecimento em nossa sociedade, isto é, uma incapacidade de recordar aquilo que se passou e isso pode ocasionar um sério problema abrindo espaço para que desastres ocorridos possam reverberar no nosso tempo e em cima dessa particularidade do mundo contemporâneo é que pretendemos resgatar a importância de produzir registros das memórias. Em outras palavras, instigar nos alunos uma percepção da necessidade da História em nossa sociedade.
Com isso, buscamos mostrar que coisas do nosso cotidiano, como cartas, que podem ser aqui assimiladas as mensagens eletrônicas da atualidade, e fotografias podem ser utilizadas como fontes históricas e que os próprios alunos têm o potencial de serem produtores de registros do seu tempo.
Referências bibliográficas:
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SAMARA, Eni de Mesquita, TUPY, Ismênia S. da Silveira T. História & Documento e Metodologia de Pesquisa. Belo Horizonte: 2007.




[1]CRUZ, Fábio Lucas. A História e as memórias do exílio brasileiro. Revista Catarinense de História [on-line], Florianópolis, n.20, p.115-137, 2012. (Pág. 115/116)
[2] CRUZ, Fábio Lucas. Op. Cit. (Pág. 135)
[3] Série de protestos ocorridos no mundo árabe iniciados na Tunísia em 2010 onde se reivindicava inicialmente melhorias socioeconômicas e contra governos não democráticos, mas que evoluiu para uma contestação do alinhamento desses governos a países ou ideias ocidentais, visto que estes últimos foram responsáveis por sua colonização no séc. XIX.

[4]Número de mortos em guerra civil na Síria chega a 470 mil, diz jornal.  Acesso: 14 setembro 2016. Disponível em:

[5] Dados sobre refúgio no Brasil. Acesso: 14 setembro 2016. Disponível em: http://www.acnur.org/portugues/recursos/estatisticas/dados-sobre-refugio-no-brasil/