terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Ditadura Civil-Militar: Amanhã vai ser outro dia?



 Ditadura Civil-Militar: Amanhã vai ser outro dia?

Mariana Santos do Nascimento
José Dário dos Santos
Aílla de Kássia Lemos Santos
Luis Felipe Durval
Lucas Melo da Silva

EREM  Martins Júnior.

O presente trabalho foi escrito pela equipe do Martins Júnior como uma justificativa historiográfica a respeito dos temas escolhidos para o planejamento didático executado no segundo semestre de 2016.
A ditadura civil-militar no Brasil é um dos temas mais complexos acerca da história do país. Entre outras questões, isto ocorre em razão do pouco tempo do término da ditadura e, também, devido a disputa da memória do período. Nesse sentido, é possível afirmar que é um dos principais assuntos para se refletir à situação do Brasil hoje. A relevância do tema se encontra na possibilidade de ajudar a esclarecer esse passado recente do país e a combater essa desvalorização dos princípios democráticos que está ganhando espaço na sociedade brasileira, além de despertar o interesse dos alunos sobre o tema e a atual conjuntura do país.
Antes de entrar nos anos da ditadura civil-militar, é preciso compreender como se deu o Golpe de 1964 e a postura de diferentes grupos da sociedade em relação ao governo do Presidente João Goulart.
            De acordo com Daniel Aarão Reis Filho, as conjunturas nacional e internacional são fundamentais para se compreender o golpe. O autor comenta em seu livro Ditadura Militar: Esquerdas e Sociedade, entre outras questões, a situação do Brasil e da América Latina e os cenários pós Primeira e Segunda Guerras Mundiais. A situação de Cuba, com a vitória da revolução em 1959, ganha destaque, ao lado de outros processos, mostrando o surgimento de novas possibilidades. Segundo Aarão Reis, “As utopias pareciam ao alcance da mão, um fermento para o nacionalismo latino-americano, um alarme para as classes conservadoras e para o Estado norte-americano”[1]. Nesse sentido, pode-se afirmar que estes acontecimentos possibilitaram o surgimento de uma nova conjuntura de lutas sociais, marcando um novo momento na história da república brasileira.[2]
            Com a proposta de que iria renovar a política brasileira, após a decadência do nacional-desenvolvimentismo em fins da década de 1950, Jânio Quadros foi eleito dando início ao seu governo em janeiro de 1961. Apesar de seu carisma e de suas propostas, o governo não conseguiu concretizar seus planos, desagradando vários setores da sociedade. Como esse cenário não se alterou, Quadros decidiu renunciarem agosto do mesmo ano. Esta atitude surpreendeu toda a nação e desencadeou o primeiro conflito entre o vice-presidente eleito João Goulart e os ministros militares.
Logo após a renúncia, estes militares tentaram impedir a posse de Goulart, que na época era líder do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), porém não obtiveram sucesso, houve forte resistência a tentativa de golpe. Destaca-se, nesse sentido, a campanha pela legalidade liderada por Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, que convocou a população para defender a posse de Jango. Conforme Aarão Reis, nesse momento os militares se encontravam desorganizados e as elites dominantes divididas, dificultando assim a tomada do poder. Em setembro de 1961, João Goulart assume a presidência. No entanto, enfraquecido e sem todos os seus poderes presidenciais. Vale ressaltar que as pessoas que participaram da tentativa de golpe não sofreram nenhum tipo de punição, permanecendo em seus cargos.
            Após a posse de Jango, ocorreu um período de ampla mobilização social. De acordo com Aarão Reis,
As agitações sociais ampliaram-se, em um crescendo, alcançando trabalhadores urbanos e rurais, assalariados e posseiros, estudantes e graduados das forças armadas, configurando uma redefinição do projeto nacional-estatista, que passaria a incorporar uma ampla – e inédita – participação popular. Talvez exatamente por causa disso, mudaram o tom e o sentido do discurso: ao contrário de uma certa tradição conciliatória, típica do estilo de Getúlio Vargas, os obstáculos deveriam agora ser removidos, e não evitados, e os alvos, abatidos, e não contornados.[3]
Nesse cenário, surge o programa de reformas de base que previa, entre outras reformas, a reforma agrária, que seria a distribuição de terras com a finalidade de proporcionar a criação de uma “classe de pequenos proprietários no campo”[4]. Essas reformas provocaram um amplo debate na sociedade e uma forte reação contrária de alguns setores. Isso fica claro com os resultados das eleições de 1962, quando foram eleitos vários políticos conservadores, mostrando a força da direita e como seria difícil o caminho para a aprovação dessas leis. Percebe-se nesse momento que a sociedade brasileira se encontrava dividida, de um lado os trabalhadores e os movimentos sociais, que chegaram a afirmar que teriam “reforma agrária na lei ou na marra”, e de outro a parcela mais abastada da população, elites tradicionais, empresários, latifundiários e classes médias, que não desejavam perder seus benefícios, nem o surgimento de lideranças populares. Como destaca Aarão Reis, além desses conflitos internos, é preciso destacar os acontecimentos internacionais como o período de Guerra Fria, além da Revolução Cubana, como já foi dito. Conforme o autor, “O hálito quente da revolução aquecia a nuca das elites latino americanas, tirando-lhes o sono”[5].
Em março de 1964, João Goulart dá início à organização de comícios e decretos, a favor das reformas de base. Apesar do plano estabelecido, apenas um comício foi realizado, o de 13 de março de 1964. Este contou com a participação das esquerdas e mostrou o lado mais radical da luta pelas reformas. Foi anunciado neste evento que seriam desapropriadas algumas refinarias particulares para o início da proposta de reforma agrária. Como foi dito anteriormente, parte da população discordava da aplicação dessas reformas e procurou agir rapidamente. A reação veio em 19 de março, com a Primeira Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo. Outras marchas ocorreram em outras cidades, mostrando a participação da população no processo. Para Aarão Reis essa participação, da frente social e da política, foi fundamental para o desenrolar do processo de construção do golpe e da tomada de poder pelos militares. Já Carlos Fico, afirma que a “preparação do golpe foi, de fato, “civil-militar”, no golpe, propriamente sobressaiu o papel dos militares”[6]. Ele pontua ainda que, “Se podemos falar de um golpe civil-militar, trata-se, contudo, da implantação de um regime militar – em duas palavras: de uma ditadura militar”[7].
 Para Daniel Aarão Reis Filho, alguns fatores influenciaram diretamente no que viria a acontecer posteriormente, como a forte mobilização da direita e a apatia das esquerdas, que estava, segundo o autor, esperando a força militar de Jango. Nesse momento, a luta entre reforma e contrarreforma se transformou em “defensores da hierarquia e da disciplina nas Forças Armadas e os que desejavam subverter esses valores”[8]. A partir disso, deu-se início o golpe, com iniciativa do general Olímpio Mourão, e com o fim da força de Jango e de sua resistência. Após esses acontecimentos, João Goulart com medo de uma possível guerra civil, acabou fugindo. Dessa forma, apesar de alguns focos de resistência, as esquerdas perderam força.
Essa análise foi feita por Aarão Reis, autor fundamental para se estudar o período, mas são várias as abordagens sobre como se deu o golpe e quais foram as suas causas. De acordo com o historiador Carlos Fico, as análises de Alfred Stephan, Jacob Gorender, René Armand Dreifuss, entre outros, apresentam diferentes pesquisas que possibilitam uma pluralidade de informações sobre o tema.
Após a vitória dos militares, é possível analisar os vários grupos que apoiaram o golpe e quais seus interesses. Segundo Aarão Reis, existiam os que queriam apenas retirar Jango do poder; os que desejavam uma limpeza no governo, pensando em como seriam as eleições de 1965 e 1966, isto é, políticos e empresários; havia ainda os que tinham como objetivo criar um novo projeto para o país, um projeto com a perspectiva liberal. Isso mostra que muitos setores participaram do golpe, mas ao mesmo tempo desejavam propostas distintas. O que, posteriormente, causou um estranhamento da ditatura por parte do grupo que queria apenas a saída do presidente.
A princípio foi instaurada uma junta militar, denominada Comando Supremo da Revolução. Logo depois, com o objetivo de articular diversos setores, foi escolhido para a presidência o general Humberto Castello Branco. Segundo Carlos Fico, existe uma versão popular acerca do perfil “legalista” e “moderado” de Castello Branco[9]. Para o autor essa visão de que o general-presidente defendia as normas legais e, em contrapartida, tinha outra forma de tratar os inimigos, não é verdadeira. Castello Branco foi, na verdade, complacente com as medidas arbitrárias tomadas pela “linha dura”. Não teve forças e permitiu que este grupo fosse conquistando espaço dentro do governo. Ainda participou de algumas medidas que,
Proibiu as atividades políticas dos estudantes; decretou o AI-2; não logrou impedir que militares radicais conquistassem poder político; ajudou a redigir e assinou a Lei de Segurança Nacional e decretou uma Lei de Imprensa restritiva. Além de tudo, foi conivente com a tortura, que já era praticada nos primeiros anos após o golpe (é costume afirmar-se que a tortura só se tornaria frequente no pós-68).[10]
 Ainda nessa perspectiva de descontruir algumas memórias sobre a ditatura, Fico afirma que não é interessante perpetuar a visão de militares duros e moderados, pois seria uma “simplificação forjada pelas primeiras e mais apressadas leituras e dicotomia ‘linha dura’ versus ‘moderados’ (ou ‘castelistas’)”[11]. Hoje, em razão de novas pesquisas, é possível questionar e analisar de maneira mais completa diversos momentos da ditadura civil-militar no Brasil.
O segundo presidente deste período de ditadura foi o general Arthur da Costa e Silva, que passa a liderar, em 1967, com uma nova proposta voltada para o desenvolvimento do país, já que os números da economia no governo de Castello Branco não foram positivos. Já em seu primeiro ano, houve uma melhora no crescimento do país, porém principalmente em razão de condições internas e externas favoráveis, e não das medidas do governo. Apesar disso, nesse mesmo ano ocorreram diversas manifestações e protestos públicos. Inclusive de pessoas que ajudaram na concretização do golpe, como alguns políticos. Na área cultural e intelectual, o governo também sofria críticas. É possível ressaltar figuras como Chico Buarque, Geraldo Vandré, Caetano Veloso – e o Tropicalismo, além do cinema. O Movimento Estudantil teve papel importante na luta contra o governo militar. Organizou diversas manifestações e sofreu com uma “repressão desproporcional”. Além do Movimento Estudantil, é preciso destacar a participação das organizações revolucionárias clandestinas, a esquerda revolucionária. De acordo com o autor anteriormente citado, eram grupos pequenos que realizavam pequenas ações, porém em razão da importância simbólica de suas atividades acabou ganhando grande repercussão. Para combater esses movimentos e as críticas, o governo de Costa e Silva decretou o AI-5, “fechando todos os parlamentos por tempo indeterminado, recobrando amplos poderes discricionários e reinstaurando, de modo inaudito, o terror da ditadura”[12]. Para Aarão Reis, foi o chamado “golpe dentro do golpe”.
Em 1969, Costa e Silva foi afastado da presidência por motivos de saúde. O vice-presidente eleito foi impedido de assumir e quem ocupou a presidência foi novamente uma junta militar. Segundo Aarão Reis, “o prejuízo que isso causava à imagem internacional do país era agravado pelas denúncias, cada vez mais numerosas e consistentes, do emprego da tortura como política de estado”[13]. O presidente escolhido foi o militar Emílio Garrastazu Médici. Com relação à questão econômica, é possível afirmar que neste período o crescimento ia bem, mas a ideia de “milagre econômico” não conseguiu superar as desigualdades sociais, pelo contrário, elas começaram a aumentar. Alguns projetos foram criados para tentar diminuir essa situação, contudo sem sucesso.
Um aspecto interessante desse momento diz respeito à televisão, que se tornou o principal meio de lazer da população, sobretudo, a Rede Globo, que contava com as novelas e o telejornalismo. Para Aarão Reis, “Aquela teia conseguiu estabelecer uma notável interlocução com a sociedade, confortando, integrando, embalando, anestesiando, estimulando, modernizando”.[14] No ano de 1970, ocorreu ainda a Copa do Mundo, a primeira copa transmitida pela televisão. O governo militar se aproveitou deste momento para criar a associação entre a vitória e o brilhantismo da seleção com o próprio governo.
O governo de Médici teve seu fim em 1974, quando assumiu o presidente Ernesto Geisel. Sobre o aspecto político desse governo, é importante destacar a proposta de abertura “lenta, segura e gradual”, pois, para os militares, era preciso ter cuidado para que o governo chegasse ao fim com ordem. A chamada “linha dura” não aceitava esse processo e a perseguição contra alguns últimos focos clandestinos continuou. Essa situação só mudou com a prisão e morte, em 1976, do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manoel Fiel Filho, a partir disso a polícia política não estava mais autorizada a matar. Apesar da ideia de abertura o governo procurou de várias formas destruir a oposição, através do “pacote de abril” de 1977, com a cassação do mandato de vários líderes moderados, além da criação do senador biônico.  Procurou garantir assim uma transição tranquila para o seu sucessor, o general João Baptista Figueiredo. Durante esse período, ocorreu a liberação do controle de alguns meios de comunicação e em 1978 foi suspensa a censura em jornais e o AI-5, que expirou também no fim desse ano. Dessa forma, os últimos anos da década de 1970 e a década de 1980 foram marcadas por uma grande mobilização social. Segundo Aarão Reis, dessa forma voltamos ao Estado de direito, entretanto com uma constituição que foi imposta.
Após esses acontecimentos, podemos citar a Lei da Anistia, que ocorreu em 1979. Conforme Carlos Fico, esta lei estaria marcada pelo sentimento de frustração, a partir do momento em que foi também parte de uma estratégia para que os responsáveis pelos crimes da ditadura não fossem punidos. Segundo este autor, “A exclusão da anistia dos “condenados pela prática de crimes de terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal” e o chamado “perdão aos torturadores” frustraram a expectativa otimista da campanha”.[15] Fico considera ainda que a Campanha das Diretas, em 1984, também representa um processo frustrante. Nesse sentido, ele afirma que “A frustração diante da impunidade e da ausência de uma verdadeira ruptura torna a transição brasileira um processo que não terminou”, para ele, “Não surpreende que ainda estejamos às voltas com o tema”[16]. Dessa forma, é importante refletir sobre a necessidade de trabalhar esse tema com a juventude brasileira nas salas de aula, por ser um processo complexo e por fazer parte da História do Tempo Presente. A ditadura civil-militar provoca o interesse dos estudantes e possibilita o debate acerca dos novos acontecimentos políticos do Brasil. Vale ressaltar ainda que em razão da crescente onda de comentários em redes sociais acerca da ditadura civil-militar e a ampliação do debate sobre este tema, em razão do momento político do país, é preciso promover atividades para que os educandos desenvolvam uma análise crítica sobre o assunto.
Além das quatro linhas: A relação do Futebol com a Ditadura Civil-Militar no Brasil
Quando se fala em identidade brasileira, geralmente a primeira coisa a vir à cabeça é associar que o Brasil é o país do futebol. Sobre essa afirmativa, surge o questionamento porque o futebol é tão associado a cultura e identidade brasileira? E quais suas influências diante da população?
O futebol chega no Brasil no ano de 1894, com os ingleses que imigraram para São Paulo no início da República Velha e mesmo diante de quatro décadas de resistência, consegue se difundir, associando-se ao processo de construção da identidade nacional brasileira. Para Gilberto Freyre, um analista do futebol em 1938,
“[...] o nosso estilo de jogar futebol me parece contrastar com o dos europeus por um conjunto de qualidades de surpresa, de manha, de astúcia, de ligeireza e ao mesmo tempo de brilho e de espontaneidade individual [que] parece exprimir de modo interessantíssimo para os psicólogos e os sociólogos o [mulatismo flamboyant] e, ao mesmo tempo, malandro que está hoje em tudo que é afirmação verdadeira do Brasil” (Freyre, 1938).
Das “barrinhas” marcadas com sandálias e disputada por meninos nas ruas dos subúrbios, aos jogos dos grandes torneios brasileiros, não se pode negar a popularidade do futebol dentro do país e a sua capacidade de levantar multidões por onde passa. De fato, o futebol envolve e encanta multidões não apenas no Brasil, como no mundo inteiro. O que não quer dizer que considerar o Brasil país do futebol seja real. De modo geral, o Brasil não supera em nada os outros países quando o quesito é futebol, seja em público por jogos, seja por maior torcida, ou melhores jogadores do mundo, ou ainda o “futebol-arte”. Uma pesquisa do IBOPE de 2012 revelou que entre 10 brasileiros 3 não gostam do esporte[17], o que implica dizer que a construção dessa identidade não está necessariamente ligada à superioridade do esporte dentro do país. Para Machado, a identidade em torno do futebol se explica da seguinte forma,
Mesmo tendo o país mudado bastante de lá para cá, a falta de eventos marcantes que ao longo da nossa história tenham forjado um forte sentimento de nacionalidade fez com que este continuasse sendo construído em torno de elementos acessórios. Em especial o futebol, ao qual se atribui a função de saciar a “sede de glória/de um povo/ novo” (Machado, 1978, p. 201).
Ao mesmo tempo não se pode negar o massivo investimento dos governos da ditadura civil-militar visando aproximar as conquistas do futebol, às condições econômicas e políticas do país, afim de que com tais práticas a população da época que acompanhava o esporte associasse a imagem do mesmo ao êxito do Estado, e propagando a ideia de país que avançava, assim como o futebol brasileiro. Um ponto bastante complexo, mas que retrata bem a época é que grande parcela da população brasileira, não se envolvia diretamente nas discussões políticas e muito menos com o futebol. Para a maioria ganhar através do futebol era extasiante pelo sentimento de glória e por ter algo a que se orgulhar. É nesse período que se fortalece a identidade de Brasil, país do futebol. Outro ponto muito importante a ser frisado é que boa parte dos que lutavam contra o golpe civil-militar, pertenciam a classe média, estudantes universitários e militantes do partido da esquerda no Brasil, uma minoria que pouco representavam a parcela pobre que entusiasmada vivenciavam o milagre econômico, momento em que muitos começaram a ter “condições um tanto melhores” que as anteriores, o que os faziam sentir que a propaganda de crescimento econômico era real, isso fazia com que essa camada não sentisse diretamente os efeitos da ditadura e seus males.
De qualquer forma, a popularidade do futebol foi em vários momentos, na História, instrumento de manobras políticas no Brasil, camuflando práticas danosas à população, e mantendo governantes arbitrários no poder. Ainda na década de 30, Getúlio Vargas, com interesses nacionalistas, percebeu o quanto o futebol e outros esportes - poderiam ser importantes para a efetivação de seus projetos políticos. Em 1958, o Brasil ganha o seu primeiro título na Copa do Mundo o que para Juscelino Kubitschek foi um golpe de sorte contar com essa conquista para envernizar o seu tão questionado e pouco aceito projeto desenvolvimentista. Mas, é a partir da década de 1960 que o futebol ganha forças e passa a ser manobrado pelos políticos com mais veemência.
Paralelamente aos conflitos políticos, a bola continuava rolando em campo e o futebol continuava a ser o grande entretenimento do povo brasileiro. No ano de 1962, o Brasil conta com a conquista do seu segundo título mundial, o que para Jango seria uma forte aliada em meio ao cenário de crise econômica e pressões tanto das elites quanto das esquerdas.
Com o Golpe Civil-Militar instaurado em 1964, o futebol passa a ser instrumentalizado pelos militares para anestesiar o povo em meio às insatisfações. Porém, é preciso frisar que nem sempre o futebol esteve de braços dados com o Estado. Pelo contrário, em nenhum outro período o futebol sofreu tantas intervenções do Estado como na Ditadura. E nem sempre os seus resultados agradaram quem estava no poder. Pelo contrário, em nenhum outro período o futebol sofreu tantas intervenções do Estado como na Ditadura. E nem sempre os seus resultados agradaram quem estava no poder. Um exemplo disso foi a Copa do Mundo de 1966, na qual a seleção brasileira sofre uma das suas piores derrotas ao ser eliminada na primeira fase dos jogos. A partir disso, o processo de militarização da seleção canarinho se inicia e, daí em diante, uma conturbada relação entre futebol e política se desenrola. Em entrevista cedida para o site de internet Impedimento, o historiador Gerson Wasen Fraga fala da relação do futebol com a ditadura,
O futebol não é algo isolado da sociedade, logo, também reflete as muitas contradições e interesses que lhe cercam. Neste sentido, a militarização das estruturas do futebol e sua utilização como instrumento de propaganda pelo regime militar em 1970 é algo que deve nos dizer muito sobre o caráter autoritário conferido às estruturas sociais brasileiras, em uma época onde uma postura de oposição poderia significar a prisão, a tortura e a morte[18]. (FRAGA, Gerson W., 2014)
É nesse período (1964-1985) que as obras faraônicas de construção dos grandes Estádios passam a ser feitas. Embora a maioria das obras fossem de caráter público, os grandes beneficiados eram os clubes que poderiam incrementar seus balanços com as rendas dos jogos sem que arcassem com nenhum tipo de custo. Era um tipo de subsídio aos clubes. Assim, muitos times do interior do país, bem como de capitais do Norte, do Nordeste e do Centro Oeste acabavam por sustentar as bases do regime para serem compensados com estádios os quais não pagariam nada. Um quantitativo de pelo menos 50 estádios com capacidade para 20 mil torcedores ou mais foram levantados fora das capitais do Sul e Sudeste entre 1964 e 1985. Outro dado importante é que entre os 31 maiores estádios brasileiros, 14 foram do período da ditadura. Até os estádios particulares levantam suspeitas. Para a ditadura, era viável e favorável fomentar a construção de obras que demonstrassem a grandeza do país em meio ao milagre econômico, eram os seus elefantes brancos, que no fim das contas serviam apenas aos interesses privados.
Inaugurado em 1972, o estádio José do Rego Maciel, também conhecido por “Arrudão” pertencente ao time Santa Cruz Futebol Clube, foi bancado por um empréstimo do Bandepe, o antigo banco público de Pernambuco, a fim de que a Minicopa pudesse acontecer em Pernambuco. O empréstimo teria sido pago em [cadeiras cativas][19]. O “Arrudão”, localizado no bairro do Arruda, faz referência a um político da Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido da ditadura. O Sport Club do Recife seguiria no mesmo caminho, com o projeto gigantesco do Estádio Presidente Médici, com capacidade para 140 mil pessoas e planejado por Oscar Niemayer. Mas, por falta de dinheiro, não chegou a ser construído. Outro ponto importante nessas construções megalomaníacas foi a presença da seleção em pelo menos 17 desses estádios, todos inaugurados por ela.
Se o título de 1958 fez surgir no Brasil a ideia de país do futebol, o tricampeonato da seleção brasileira na copa de 1970 no México, foi manobrado para camuflar os anos de chumbo em que o país vivia, sob poder do ditador Garrastazu Médici. Diferente de outros períodos, este traz peculiaridades e fatores muito distintos de outros momentos históricos. Um primeiro ponto foi a popularização da televisão que propagou o hábito não só das novelas e telejornais, como também passou a transmitir os jogos de futebol, criando mais uma vez no imaginário coletivo a ideia de que o futebol estava totalmente interligado ao processo de construção da identidade nacional.  Foi em 1970 também que o Brasil estava no auge de sua economia, isso se deu pelas medidas de saneamento financeiro[20] tomadas no governo Castelo Branco e o cenário internacional que já se recuperava das crises anteriores.
Enquanto as repressões dos atos institucionais eram postas em prática de maneira acortinada, os meios de comunicação em massa auxiliavam na propagação das propagandas governamentais. De forma totalmente censurada, a imprensa, a televisão e o rádio eram obrigados a não veicularem notícias que manchassem a reputação do Estado, como as perseguições e torturas cometidas contra os que se colocavam contra a ditadura civil-militar. A campanha “Pra Frente Brasil”, vinculava o triunfo do Brasil no futebol aos bons resultados da economia do país. Mas, ao mesmo tempo tinha objetivo de esconder as atrocidades cometidas a mando de Médici às vítimas da ditadura. Sobre a relação da televisão em 1970 com o futebol e a ditadura,
Acreditamos que a partir da década de 1970, o futebol adquiriu ainda maior importância entre os brasileiros, graças à popularização da televisão. O esporte teve os olhos do governo militar voltados para si e teve uma participação significativa no projeto de Médici. Censura e propaganda política são recursos associados para o controle das mensagens, prática comum nos sistemas políticos autoritários. Exercido através da supressão e/ou manipulação da realidade, esse controle pode tanto ressaltar o caráter coercitivo do poder como se constituir em linguagem fragmentária, dificultando a visão abrangente da realidade social. (PELHO FERREIRA, João Fernando. A Copa de 70, o governo Médici e a construção do morenão. ANPUH. São Paulo. 2011)
            O mito do tetra da seleção de 1970, foi o responsável pelos frutos do futebol no Brasil, após essa vitória o Estado viu a possibilidade de usar o futebol a seu favor, como forma de aproximar-se do povo e já em 1971 cria o brasileirão, primeiro campeonato brasileiro de futebol, no qual em seu primeiro ano deixa de lado 6 importantes Estados, dentre eles o Rio Grande do Sul que, insatisfeito com a atitude do Estado, resolve criar uma competição estadual na qual times de outros estados excluídos puderam participar também. Os gaúchos também desafiaram a seleção tricampeã para um jogo que acabaria no 3x3 e teve pela primeira vez seus heróis da seleção vaiados até o final do jogo.
            Em 1974, a seleção brasileira continuava com a postura militarizada imposta pelo então governo Geisel. A copa na Inglaterra desclassificaria o Brasil na semifinal, garantindo assim apenas o quarto lugar. A seleção já não possuía o brilhantismo de antes e não causava o mesmo efeito de euforia nos torcedores. A militarização dos treinos e das técnicas dos jogadores engessava a criatividade deles e a pressão do Estado fazia com que esse quadro só piorasse.
            Em 1978 a seleção brasileira disputa novamente a copa, dessa vez na Argentina que também passava por uma ditadura militar e que também se utilizou de práticas como as do Brasil ditatorial sobre o futebol para se fortalecer. Segundo Lívia Gonçalves Magalhães,
Assim, com a vitória brasileira por 3X1, os argentinos entraram em campo sabendo que, para serem finalistas, tinham que ganhar com pelo menos 4 gols de vantagem. O Peru já estava desclassificado, o que só aumenta as suspeitas de que o jogo foi arranjado. O Presidente argentino, Jorge Rafael Videla, foi ao vestiário do adversário antes do início da partida, junto com Henry Kissinger, ex-membro do governo dos Estados Unidos, o que para muitos foi uma forma de pressão para garantir o resultado. Os que defendem a teoria do suborno afirmam que o governo argentino mandou para o Peru duas toneladas de trigo, além de dinheiro para alguns jogadores que fizeram parte do acordo. (MAGALHÃES, Lívia Gonçalves. Futebol em Tempos de Ditadura civil-militar. ANPUH.São Paulo, julho 2011)
            A essas alturas, tanto o futebol quanto o regime estavam em crise. Temendo perder o poder, os militares viam a insustentabilidade da ditadura e resolvem abrir a política de forma “lenta, gradual e segura”, para que pudessem manter o controle da situação. Mais uma vez o futebol ilustrava a situação interna do país, desta vez na Copa de 1982, na Espanha. Os jogadores, assim como a nação brasileira vivia a esperança de novamente viver a democracia, e isso se refletia na forma em que a seleção de Telê Santana e craques como Zico, Falcão e Sócrates traziam uma postura renovada, encorajada e novamente criativa. Parecia que a seleção havia se reencontrado no caminho da vitória.
            É nesse período também que a luta de jogadores fortemente engajados contra a ditadura ganha destaque. Jogadores como Sócrates, responsáveis pelo sucesso do movimento “Democracia Corinthiana”, no qual tanto jogadores quanto torcedores pediam e se manifestavam pelo processo de redemocratização. No entanto, vale ressaltar que o envolvimento de jogadores na luta contra ou a favor da ditadura sempre existiu. Jogadores como Reinaldo que, ao comemorar seus gols, erguia o punho cerrado em referência ao movimento norte-americano dos Panteras-Negras, por exemplo. Houve perseguição também contra o técnico João Saldanha que se afirmava comunista, sendo demitido da seleção no ano do tricampeonato e sendo substituído por Zagallo. Assim como jogadores como Pelé e Didi Pedalada foram peças fundamentais da ditadura, o primeiro como propagandista do período e o segundo descoberto como sequestrador do Dops e conhecido por ser um dos torturadores mais cruéis da operação Condor.
            Vale ressaltar que o futebol sofreu sim influências e em alguns momentos teve seu controle nas mãos da ditadura civil-militar, que visava utilizar a popularidade do esporte para legitimar seu governo e associar sua imagem a criação de uma gloriosa seleção, de maneira a desfocar, juntamente com a censura, as atrocidades cometidas pelo Estado. Entretanto não há como afirmar que o futebol assumiu um lado político como um todo, ou serviu por completo para fins de manipulação, pelo contrário, assim como outras instituições que formam uma nação, o esporte e principalmente o futebol movia pessoas por uma paixão, que transcendia classes, gêneros, cor, culturas e posicionamentos políticos. O futebol serviu tanto como um forte promissor da propaganda da ditadura, quanto como apaziguador de momentos como os de tortura, nos quais os torturadores cessavam suas cruéis práticas, para assistir os jogos do Brasil e assim propiciavam um breve momento de alívio com duração de 90 min. Ou ainda enchia de emoção os semblantes cansados de luta dos 40 militantes da esquerda revolucionária soltos na década de 1970 no acordo de troca com o Estado pelo embaixador alemão, com a final da copa do mundo entre Brasil e Itália e sua vitória de 4x1. Seja como for o futebol permeou e permeia vários espaços sociais, culturais e políticos e tem uma esfera que se mescla e interage de maneira bastante inconstante e particular com cada um deles.
            Relacionar as atuais efervescências sociais com os discursos que se perpetuaram no regime militar pode aguçar o interesse dos estudantes e aproximar o conteúdo exposto ao cenário cotidiano de suas vidas, sendo assim um agente formativo despertado e utilizado no seu dia-a-dia.
Reflexões e debates sobre a relação Futebol e Ditadura Civil-Militar
O debate sobre o futebol e as suas relações com a ditadura é fecundo e de algum modo um ponto importante na nossa história. Entender como o esporte mais celebrado do país se torna um espetáculo das massas é um movimento pertinente no que toca ao debate historiográfico. As aproximações entre futebol e ditadura já possuem alguns estudos e é um campo bem investigado nos últimos anos com a emergência do debate sobre a importância dos esportes e das práticas de sociabilidade que com eles aparecem.
As pesquisas sobre futebol versam sobre as mais diferentes fases e momentos da estruturação e organização da modalidade esportiva. Trabalhos como: Passes e impasses: futebol e cultura de massa no Brasil, Futebol, metrópoles e desatinos, são encontrados nas bibliografias sobre o tema e nos repositórios institucionais. Temos também o trabalho de Rodrigo Carrapatoso na Universidade de Federal de Pernambuco, que versa sobre a profissionalização e importação dos jogadores nos anos 1915-1920, o que em certo ponto nos leva a concluir que o futebol é um bem cultural tratado e analisado como objeto de análise nas mais diferentes abordagens acadêmicas.
O objetivo dessas primeiras considerações, portanto, é situar o futebol como um objeto de estudo e de pertinência acadêmica, o que pode ser demonstrado com uma consulta aos bancos de teses e dissertações, além da diversidade de áreas do conhecimento que se propõem a estudá-lo.
Voltando as relações entre futebol e ditadura, algumas tendências podem ser observadas no estudo do tema. Uma delas é a utilização feitas por revistas esportivas especializadas, é bem comum encontrarmos artigos e matérias tratando sobre o tema nas grandes revistas esportivas, porém, como a tendência dessas revistas não é o estudo acadêmico observa-se a proliferação desses materiais informativos. Temos então alguns aspectos a apontar, inicialmente, três: o primeiro, a atenção por parte da academia com o futebol, tratando das mais diversas formas e em várias áreas do conhecimento, o que coloca a questão da pertinência e da atualidade do seu debate. A segunda, a utilização por parte de segmentos especializados da grande mídia esportiva. A terceira, de cunho mais teórico no estudo histórico do futebol é a relativa importância da crônica esportiva escrita e radiofônica. Nesse sentido, faz-se importante lembrar a figura de Nelson Rodrigues e da formação do discurso em torno da seleção de futebol. Expressões como: sobrenatural de Almeida, complexo de cachorro vira-latas, melhor seleção do mundo, estão inseridas no estabelecimento dessa crônica esportiva e se tornaram verdadeiros mitos coletivos que merecem nossa atenção.
Tratar sobre as relações entre ditadura e futebol nos aponta para algumas permanências que nos acompanham. Casos como o do colegiado do Santa Cruz FC, que segundo Sylvio Ferreira  se beneficiaram largamente da política de construções de grandes estádios da ditadura civil-militar e que adotaram também posturas autoritárias em nível gerencial são dignos de menção e compreensão.
Desse modo, temos alguns elementos a nível geral que podem ser observados. A utilização da indústria cultural e do aparato de uma retórica do nacionalismo foi bastante utilizado durante o governo Médici, que fazia questão de aparecer nos estádios. A copa do mundo de 1970 trouxe para o Brasil a possibilidade de unir o discurso nacionalista que já era ensaiado nas crônicas esportivas para o plano político. Além da utilização do discurso da nação de campeão, temos a efetivação do campeonato brasileiro unificado em 1971, que foi organizado pela Confederação Brasileira de Desportos.
Nesse sentido, o estudo das relações entre futebol e ditadura se faz importante por estar inserido em um debate recente na academia, por se tratar de um tema caro à cultura brasileira, por ser necessário o observar atento do político em suas formas mais refinadas, sutis e simbólicas.
O trabalho com o futebol ainda nos traz outra questão como a atual mudança do perfil do torcedor e a inserção do futebol brasileiro na lógica do espetáculo. Utilizaremos a noção de Espetáculo trabalhada por Guy Debord no livro “A Sociedade do Espetáculo”, que evidencia a dominação social da imagem como nova movimentação do capitalismo. O novo discurso sobre as torcidas organizadas e a transformação no perfil do torcedor estabelece algumas discussões que estão se fazendo necessárias e pertinentes. O modelo de tratamento dispensado aos torcedores de torcida organizada se coloca como um ponto importante na discussão sobre o tema da violência.
            A questão do modelo de estádio (Arenas Esportivas) e a sua utilização por parte de novos torcedores ou de torcedores organizados ainda é motivo para discussão. Nesse sentido, podemos organizar e apresentar aos alunos grupos que defendem a volta ao modelo esportivo de futebol dos anos 90, trabalhando páginas específicas do universo futebolístico e que propõem o debate sobre a utilização dos estádios e sua função no que convencionam chamar de “futebol moderno”. Outro ponto importante é compreender como os estádios são inseridos em projetos arquitetônicos de um novo modelo de cidade. Esse debate pode nos trazer a utilização do conceito de gentrificação e a importância da problemática do direito à cidade. Podemos então utilizar temas que trabalham discussões contemporâneas, além do trânsito por outras disciplinas em busca de conceitos que nos permitam compreender a questão do futebol e como ele é e pode ser entendido dentro de um quadro complexo da nossa sociedade.
Referências Bibliográficas
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[1] REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura Militar, esquerdas e sociedade. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2000. v. 1. p.18.
[2]REIS FILHO, Ditadura Militar, esquerdas e sociedade, p. 18.
[3]Idem, p.23.
[4] REIS FILHO, Ditadura Militar, esquerdas e sociedade, p. 24.
[5] Idem, p. 28.
[6]FICO, Carlos. Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Revista Brasileira de História (Impresso). São Paulo, v. 24, n.47, p. 29-60, 2004. p. 52.
[7]Idem, p.52.
[8]REIS FILHO, Ditadura Militar, esquerdas e sociedade, p. 32.
[9]FICO, Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar, p. 32.
[10]FICO, Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar, p. 33.
[11]Idem, p. 34.
[12]REIS FILHO, Ditadura Militar, esquerdas e sociedade, p. 51.
[13]REIS FILHO, Ditadura Militar, esquerdas e sociedade, p. 57.
[14]Idem, p. 61.
[15]FICO, Carlos. História do Tempo Presente, eventos traumáticos e documentos sensíveis: o caso brasileiro. Varia História (UFMG. Impresso), v. 28, p. 43-59, 2012. p. 51.
[16]Idem, p. 52.
[17] HILÁRIO FRANCO JÚNIOR é professor aposentado do Departamento de História da USP.
[18] O historiador Gerson Wasen Fraga é professor na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – campus Erechim e se dedica a pesquisar as relações do futebol com a história brasileira. Autor da tese de doutorado “A Derrota do Jeca na imprensa brasileira: nacionalismo, civilização e futebol na Copa do Mundo de 1950″, já publicou uma série de artigos em que analisa o futebol brasileiro no período da ditadura militar (1964‐1985), como “Futebol, imprensa e ditadura: das formiguinhas de Geisel à abertura de Telê”
[19] Relato oral feito pelo jornalista entrevistado Lenivaldo Aragão, no artigo Cruzamento Perigoso, do historiador Thiago Henrique Araújo Silva, (No prelo).
[20] AARÃO REIS Fº, Daniel. Ditadura Militar: Esquerdas e Sociedade.

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