Comentario critico baseado em: MACHADO; Aldiceia Pereira: A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA LOCAL PARA O ENSINO DE HISTÓRIA: UM OLHAR PARA O MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS. Disponivel aqui.
Reconhecendo as limitações impostas pelas dificuldades do ensino da História (aqui se incluem desde questões de desconhecimento da proposta da matéria até o sucateamento da educação), novas formas de abordagem passaram a iluminar as cabeças de estudiosos da metodologia do ensino da História a partir da década de 80.
As novas formas de abordagem
da História entendem o educando inserido numa lógica voltada à formação mais
alienada, ligada ao sistema capitalista de produção do que enquanto humano
socialmente consciente; sabendo que a primeira e talvez a única forma de
desligamento desta lógica seja a partir da investigação histórico-filosófica, o
estudo da História Local busca estimular os primeiros passos do aluno no
caminho desta reflexão, localizando-o historicamente, socialmente e
geograficamente, além de abrir espaço para novas formas de obter o conhecimento
histórico, como a História Oral e sua importância na questão da memória
para construção de identidades locais.
Tais abordagens e mais
especificamente a da História Local - segundo o artigo de Aldiceia Machado
Pereira “A importância da História Local para o ensino de História: um olhar
para o município de Duque de Caxias” - “busca a aproximação das pessoas do
processo histórico, rompendo com a história objetiva e tradicional, valorizando
a historicidade de pessoas comuns. Ao trazer à tona acontecimentos, personagens
e lugares comuns ao estudante, é possibilitada sua aproximação com a disciplina
e faz com que perceba a relação dialética entre passado e presente.” É possível
observar neste fragmento além da argumentação a favor do ensino da História
Local, uma crítica ao famigerado modelo proposto pelos livros didáticos que não
mostram a participação de pessoas comuns na História e acabam reforçando a ideia de que
a mesma é um processo distante, alheio à sua realidade, tornando o educando um
ser passivo diante do saber e distante do processo histórico.
Para Circe Bittencour “o
ensino da História deve efetivamente superar a abordagem conteudista e
desinteressante do livro didático. Uma das chaves para isso é a problematização
a partir do que está próximo, do que é familiar e natural aos alunos”, ou seja,
desnudar o passado do entorno e mostra-lo como construído historicamente e,
dessa forma, situá-lo no espaço-tempo, propondo o resgate da autoestima de um
povo e sua região, trazendo um novo sentido para as sensações de pertencimento
local e para as questões de construção de memória e identidade.
Sendo este método
reconhecido e estimulado pela lei nº 9.394/96* e sendo mais indicado para as
séries iniciais que é quando é necessário haver uma abordagem e desenvolvimento
importante das noções de tempo e espaço, a aprendizagem da História a nível
local e global também traz a possibilidade do aluno se perceber e se posicionar
como sujeito dentro dos processos sociais, uma vez que as novas propostas de
ensino da História estão em acordo com a ideia de que a educação necessita cada
vez mais de práticas que priorizem a formação de indivíduos conscientes e
comprometidos com sua realidade histórica.
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