MORAIS,
Delsa Maria Santos de; RAMALHO, Elinalva dos Montes; SILVA, Maria do
Socorro Borges da. A história local como eixo temático das
séries iniciais. PPGED, Eventos/2006. GT8
Disponível
em:www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/.../GT8_2006_01.PDF
O
presente artigo foi escrito visando estabelecer um debate sobre a
fragilidade do ensino de história local nas séries iniciais. Começa
atestando que o principal veículo de sistematização do conteúdo
das aulas de história é o livro didático. O trabalho das autoras
consistiu em uma análise do caso das escolas de uma cidade em
especial: Caxias do Maranhão. Deixam claro que o fio norteador da
pesquisa foi a influência da escola dos Annales, o materialismo
histórico-dialético e as reflexões de Vigotsky. As autoras citam que participaram da pesquisa que deu origem ao artigo analisado
dezesseis professores e oito alunos das Escolas: Unidade Integrada
Municipal Marly Sarney Costa; Unidade Integrada Municipal Edson
Lobão; Unidade Integrada Municipal José Castro e Unidade Escolar
Municipal Emília Costa.
Segundo
as autoras, a história que é ensinada em classe ainda é a história
factual, seguindo um modelo linear de cronologia. Apesar da tentativa
de alguns professores de fugir dessa prática, ela ainda é maioria e
tradicional. Dessa forma, o ensino que se estabelece nas primeiras
séries é o do modelo eurocêntrico e linear. Prosseguem citando
dados da pesquisa realizada, argumentam que 31% dos professores
ouvidos possuem alguma dificuldade com a história local por conta da
falta de livros e referências para o melhor estudo do tema. Alegam
também, que a busca de novas formas de metodologias e fontes não
são trabalhadas pelos professores, que ao indica na pesquisa, estão
de certa forma ligados aos livros como material unívoco do processo
de ensino de História. Prosseguem comentando que os professores
justificam o ensino da história como importante nas séries iniciais
como elemento importante para o estímulo da criticidade, porém,
quando se trata de História Local, o ensino ainda sofre com a falta
de prática nessa área.
Continuam
a exposição falando que 50% dos alunos se interessam por História,
mas o fato curioso é que eles tendem a se interessar pelo ensino da
história local, uma demanda que a escola e a disciplina de história
não dá conta. Tendo em vista, que ao se apegar ao modelo dos
livros, institui uma forma de construir o conhecimento histórico que
em certo ponto não os seduz. Os outros 50% argumentaram que as aulas
de história traziam muitas datas e fatos para a memorização,
fazendo desse modo ser os períodos das aulas de história um momento
entediante e repetitivo. As autoras salientam que esse tipo de visão
da história se institucionalizou durante o período republicano e
deu legitimidade a união Igreja e Estado. Na década de 30, dizem
elas, o patriotismo e o estudo de história de forma cívica foi
alargado e incentivado, fazendo com que esse modelo ganhasse muita
simpatia e tradição nas nossas escolas. Atentam também para a
dificuldade dos professores em se apropriar das questões teórico-metodológicas.
Um
outro problema enfrentado por quem se interessa pelo estudo e ensino
de história local é o uso que se faz das fontes e documentos
disponibilizados pela instituições. Segundo as autoras, acaba por
se fazer uma apologia das histórias das elites, fazendo da memória
local um apanhado da história dos grupos dominantes. Nesse sentido, a
utilização de novas formas de abordagens como a história oral se
faz importante para dá voz aos que não tiveram a possibilidade de
escrever sua história. Dá voz aos sujeitos dos sindicatos,
fábricas, engenhos, ruas também cabe nas preocupações do ensino
de história local.
Finalizam o artigo falando, que apesar de se constituir um campo com ampla possibilidade de desenvolvimento, ainda esbarra na tradição historiográfica conservadora que é muito forte:
Finalizam o artigo falando, que apesar de se constituir um campo com ampla possibilidade de desenvolvimento, ainda esbarra na tradição historiográfica conservadora que é muito forte:
"Apesar
dessa nova concepção metodológica da História, o ensino dessa
disciplina nas
primeiras séries do Ensino Fundamental tem revelado os resquícios
da
cultura
historiográfica ainda centrada num paradigma conservador, tendo sido
observado através
dessa pesquisa que os professores que atuam nessa modalidade de
ensino trabalham
os conteúdos de História de forma fragmentada, baseada numa
concepção de
História cronológica."
OK. Alerta para alguns problemas bem interessantes não? O risco de se fazer unicamente uma histórica cronológica. Será que a gente dá voz aos outros?
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