domingo, 15 de março de 2015

Comentário sobre o artigo: Um lugar na escola para a História Local
Autor: José Ricardo Oriá Fernandes
Referência: Um lugar na escola para a História Local, José Ricardo Oriá Fernandes, Ensino em Re-vista, 1995.

Um lugar na escola para a História Local

O artigo escolhido para a leitura é intitulado “Um lugar na escola para a História Local” e foi escrito por, José Ricardo Oriá Fernandes. Trata-se de um relato de experiências na construção de livros didáticos de História para a primeira etapa do ensino fundamental. Para a elaboração desses livros foram levantadas, segundo o autor, algumas questões norteadoras, referentes ao lócus da história local na construção dos saberes dos alunos dos primeiros anos do fundamental até o médio, bem como no currículo escolar apresentado aos mesmos. Além desses questionamentos o autor pondera como e com que objetivos tem sido apresentado a história local, qual concepção de história subjaz ao conteúdo programático das escolas, qual os materiais de ensino/aprendizagem estão sendo usados e como as editoras estão usando as produções locais nos respectivos livros.
No decorrer do texto o autor busca construir um panorama de como a História tem sido ensinada nos primeiros anos do fundamental no Brasil, apesar de nas universidades a “Nova História” buscar uma quebra da hegemonia dos grandes fatos e datas, no ensino fundamental e médio ainda são exaltados os “filhos ilustres” da nação e seus nomes são, assim, ligados as datas dos grandes acontecimentos da história nacional. Dessa forma, estamos não só esquecendo as milhares de vozes que formam as tramas do tecido histórico, como também, alienando a importância da História enquanto área do saber, no dia a dia das pessoas. Apesar desse tipo de prática educativa se tratar, até certo modo, à localidade da história, despreza o caleidoscópio de visões e acontecimentos, obscurecendo-os em detrimentos dos que a historiografia positivista julga ser central e de maior valor.
            Apesar da crescente globalização e da velocidade da informação, e com isso a tendência cada vez maior de nos entendermos como cidadãos do mundo, e parte de uma “aldeia global”, segundo o autor, aprender a construção econômica, social e geográfica dos bairros e cidades em que estamos inseridos é fundamental para a construção sadia da identidade e da cidadania dos aprendizes. O município, e em menor escala, os bairros e comunidades são de vital importância para essa formação, porque em primeira estância é o palco de atuação desses estudantes como sujeitos históricos, e, portanto a “tela onde eles irão deixar suas impressões como construtores da História”. O auto aponta ainda o aspecto da integração das experiências pessoais do aluno ao tratar-se da localidade em que ele vive, a importância de determinados pontos do município ou bairro, como praças ou igrejas, e sua ligação com a pessoalidade dos estudantes da sala são, nessa visão, potencializadores do processo ensino/aprendizagem.

            Apesar de trata-se de um artigo inda do século passado, 1995, trás perspectivas e análises atuais e presentes nas rodas de debate cientifico sobre o tema, a importância dada a história local como base da formação identitária do aluno enquanto cidadão é frequentemente enfatizada. Não pondo em segundo plano a História dos fatos formadores da nação, mas ao invés, olhando-os de diferentes ângulos e estudando-os sem separar nem afastar a sua importância no processo de formação, no aluno, de produção de pensamento critico e histórico.

Um comentário:

  1. Vamos salientar então a relação entre cidadania e ensino de história do bairro, tendo em vista os riscos de se construir uma história positivista.

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